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quarta-feira, dezembro 29, 2021

Mundo bate novo recorde de Covid, com avanço da ômicron, mas as mortes diminuem

Publicado em 29 de dezembro de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Zé Dassilva: Nem todos querem a vacina pro Covid-19 | NSC Total

Charge do Zé Dassilva (NSC Total)

Thiago Amâncio
Folha

Com o avanço da variante ômicron do coronavírus, potencialmente mais transmissível que as outras cepas em circulação, o planeta voltou a bater recorde de casos de contaminação por Covid-19 nesta segunda-feira (27).

Os dados são da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford, no Reino Unido, que contabilizou na segunda-feira uma média diária de 854.603 casos, considerando os sete dias anteriores —a chamada média móvel.

RECORDE ANTERIOR – Antes da atual onda, o recorde havia sido registrado em 25 de abril deste ano, com média de 827.255 casos. À época, a vacinação contra a Covid estava em seus passos iniciais em muitos países.

A média móvel registrada nesta segunda-feira foi impulsionada pela confirmação de 1,45 milhão de casos em um único dia, recorde absoluto até agora, acima dos 905,8 mil registrados em abril.

O número, porém, pode refletir um represamento de diagnósticos no Natal, uma vez que os registros caem aos fins de semana e feriados —motivo pelo qual a média móvel é mais indicada para analisar tendências.

MENOS MORTES – Em contrapartida, com o avanço da vacinação, o número de mortes permanece muito abaixo do registrado em ondas anteriores da doença. Nesta segunda-feira, a média móvel de mortes registradas em todo o mundo foi de cerca de 6.440 óbitos, número comparável a outubro de 2020, quando nem havia imunizantes disponíveis.

Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde afirmou nesta terça-feira (28) que prevê que a ômicron provoque um aumento nas hospitalizações, sobretudo entre pessoas não vacinadas.

A explosão recente de contaminações da doença se dá de forma diferente pelo mundo e tem sido impulsionada por países do hemisfério Norte, que começam a enfrentar o frio do inverno, estação em que doenças respiratórias em geral se propagam mais facilmente — porque as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados, com menor circulação de ar.

EUA E EUROPA – Só os Estados Unidos, por exemplo, têm enfrentado uma média de mais de 237 mil casos por dia. A Europa também vem batendo recordes, com média de 448,9 mil casos só nesta segunda-feira (bem acima do pico anterior na onda mais grave até então, em novembro de 2020, com média móvel de 293,7 mil casos).

O Brasil, por outro lado, está em um momento de redução no número de diagnósticos, com média móvel de 4.311 contaminações, de acordo com o levantamento do consórcio de veículos de imprensa, do qual a Folha faz parte.

Mas esse número pode esconder a real situação do país, visto que desde que os sistemas do Ministério da Saúde sofreram um ataque hacker, em 10 de dezembro, estados têm tido dificuldades em enviar informações da doença ao governo federal. É a situação de São Paulo, por exemplo: o estado mais populoso e que tradicionalmente concentra a maior parte dos casos no Brasil não atualiza o número de contaminações e mortes desde o dia 11.

TESTES EM CASA – Outro fator que a comparação esconde é a testagem, já que em boa parte das nações europeias e nos EUA é possível fazer exames para detectar a doença de maneira muito mais fácil do que no Brasil — até recebendo testes em casa —, o que permite identificar um volume muito maior de contaminações.

Quando se observa o avanço da doença em países específicos, como o Reino Unido, é possível notar o impacto de uma variante mais transmissível. Os britânicos registraram na segunda-feira média diária de 108,3 mil casos, quase o dobro do recorde anterior, em janeiro (59,7 mil). Segundo a Our World in Data, 58% das contaminações no país são provocadas pela ômicron; há duas semanas, essa cifra era de 9,5%.

Assim, nações que avançaram na imunização com duas doses de sua população têm corrido para dar um reforço da vacina —o que, segundo indicam as pesquisas até aqui, aumenta a proteção contra a nova cepa do vírus.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A pandemia é impressionante. Reino Unido e França reduzem de quatro para três meses o intervalo entre a segunda e a terceira dose. Holanda faz lockdown até 14 de janeiro, com fechamento de serviços não essenciais. Portugal fecha bares e casas noturnas até 9 de janeiro, período em que o trabalho remoto também será obrigatório. Alemanha limita reuniões a dez pessoas e fecha casas noturnas, além de suspender o público de partidas de futebol. A China, que trabalha com a estratégia conhecida como “Covid zero”, amplia o lockdown em Xian, no noroeste do país, após confirmar 200 novos casos. Enquanto isso, no Brasil, o governo… (C.N.)

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