Média móvel atinge recorde de mais de 265 mil infecções por dia, em grande parte atribuídas à variante ômicron. Hospitalizações se mantêm sob controle.
Os Estados Unidos registraram nesta quarta-feira (29/12) um novo recorde na média móvel de casos diários de covid-19 nos últimos sete dias, atribuídos, em grande parte, à variante ômicron do coronavírus.
Mais de um ano após o início da distribuição das vacinas contra o coronavírus, os Estados Unidos registraram uma média de mais de 265 mil novas infecções por dia, superando a marca de 250 mil casos diários alcançada em meados de janeiro de 2021, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.
Nesta quarta-feira, foram contabilizadas 377.014 infecções, após o recorde de 512.553 novos casos registrado na véspera, segundo contagem da Johns Hopkins.
A nova variante do coronavírus, que se se espalha com maior rapidez do que as outras cepas, frustrou os planos de milhões de americanos que planejavam comemorar o Ano Novo da mesma forma como era feito antes da pandemia. Várias comunidades se viram forçadas a reduzir ou cancelar as festividades de fim de ano.
Milhares de voos já foram cancelados em consequência da falta de funcionários em aeroportos e nas empresas aéreas, atribuída ao aumento das infecções.
O imunologista Anthony Fauci, a principal autoridade dos EUA no combate à pandemia, disse nesta quarta-feira que não é necessário cancelar as pequenas reuniões familiares entre pessoas que estejam vacinadas com a segunda ou terceira dose dos imunizantes contra a covid-19.
Mas, "caso o seu plano seja ir a uma festa de Ano Novo com 40 a 50 pessoas, com todos se abraçando e se beijando ao desejarem uns aos outros um feliz Ano Novo, eu recomendo fortemente que não o faça", disse Fauci.
Hospitalizações sob controle
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), o número de americanos hospitalizados com covid-19 é de cerca de 60 mil, cerca da metade do registrado em janeiro de 2021. Especialistas avaliam que esses dados podem ser um reflexo da eficácia das vacinas, assim como da possibilidade de a ômicron não causar quadros tão graves quanto outras variantes.
Os dados do CDC sugerem que o percentual de hospitalizações de pessoas não vacinadas deve ser bem maior do que entre as vacinadas, mesmo que a eficácia dos imunizantes diminua com o tempo. A agência avalia que, se a alta de casos não provocar distúrbios no sistema de saúde, isso poderá ser visto como uma comprovação da eficácia das vacinas.
A média de mortes associadas ao coronavírus nos EUA aumentou nas últimas duas semanas, de 1,2 mil para 1,5 mil por dia.
França bate recorde de casos pela 3ª vez em uma semana
O quadro também é sombrio em outras partes do mundo, especialmente na Europa. A França quebrou pela terceira vez em menos de uma semana o recorde de novos casos diários no país, que aumentou de 180 mil para 208 mil em apenas um dia.
"Eu não chamaria mais a ômicron de uma onda, eu a chamaria mesmo de um maremoto”, afirmou o ministro francês da Saúde, Olivier Véran. Países como Reino Unido, Grécia e Espanha também registraram as contagens diárias mais altas desde o início da pandemia.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse temer um "tsunami de casos” da ômicron em combinação com a variante delta, que poderá gerar "uma pressão imensa sobre os exaustos profissionais de saúde e levar os sistemas de saúde à beira do colapso”.
A OMS também relatou um aumento de 11% na contagem global de infecções diárias da doença entre os dias 20 e 26 de dezembro. Por outro lado, também foi verificado um declínio nos casos registrados na África do Sul, onde a variante ômicron foi inicialmente detectada a pouco mais de um mês.
Deutsche Welle