Publicado em 29 de dezembro de 2021 por Tribuna da Internet
Jorge Béja
Tem-se lido na internet, nos jornais e tem-se visto e ouvido comentários na televisão, todos reprovando Jair Bolsonaro, que não interrompeu suas férias para ir, pessoalmente, até o Estado da Bahia, cuja população passa por grande sofrimento, tantas são as perdas causadas pelos temporais e rompimento de barragens.
Num momento como este, a presença do presidente da República é muito importante. É indispensável e, por si só, significa cuidado, carinho, solidariedade e preocupação do chefe da Nação. Até consola.
OBRIGAÇÃO PESSOAL – E ninguém pode substituir o presidente, porque o mais alto cargo da República é ocupado e exercido por uma só pessoa. Por outro lado, sua ausência é um grave pecado, contra a lei de Deus e dos Homens.
Independentemente de ser ou não seu partidário, eleitor e/ou apoiador, o presidente da República é para o povo o grande “Pater Familae”. Seja ele democraticamente eleito, seja ele um ditador.
Ele é o presidente. Preside o país. E governa sua população, que dele tudo espera de melhor, mormente quando precisa do seu socorro, da sua ação, dos seus cuidados.
NADA A ESPERAR – No caso do presidente Jair Bolsonaro que conhecemos, nada podemos esperar. Seus gestos e suas atitudes na pandemia colocaram Jair a nu. A pandemia o desnudou, se é que ainda restava algo para cobri-lo. Não se vai aqui repetir nem relembrar suas frases malditas sobre a pandemia, sobre a vacinação, sobre os vitimados. É cansativo.
Mas digamos que Jair decidisse, hoje ou amanhã, ir até a Bahia. Agora é tarde. E aquela máxima “antes tarde do que nunca”? Para Jair, a frase não tem efeito algum.
A presença do presidente na Bahia, após tantos dias de perdas e dor, não traria conforto algum, porque Jair nada tem para dar em termos de solidariedade humana. E não se deve esperar receber nada, de quem nada tem para dar.