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sábado, dezembro 26, 2020

Bolsonaro desdenha a vacinação no mundo e diz: “Ninguém me pressiona para nada”


Gabriela Biló/Estadão

Sem máscara, Bolsonaro descumpre decreto em Brasília

Deu no Correio Braziliense
(Agência Estado)

Com o início da vacinação contra a covid-19 em vários países do mundo, inclusive na América Latina, e sem ainda haver uma data para que a imunização comece no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro demonstrou há pouco que não se sente incomodado pelo fato de as campanhas internacionais já terem sido anunciadas sem que haja prazos locais.

“Ninguém me pressiona para nada”, garantiu, enquanto circulou por cerca de duas horas em Brasília, sem usar máscara, ao final da manhã de hoje.

UMA TAL DE ANVISA – “Entre mim e a vacina tem uma tal de Anvisa, que eu respeito e não estão querendo respeitar”, argumentou, citando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Bolsonaro também mencionou a assinatura uma Medida Provisória (MP) que liberará no ano que vem R$ 20 bilhões para aquisição e distribuição do imunizante, entre outros usos.

O presidente voltou a salientar que os laboratórios não querem se responsabilizar por reações adversas que possam vir a ocorrer com as vacinas. “Não pode aplicar qualquer coisa no povo”, afirmou. “Eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral (da vacina)”, criticou, acrescentando que a falta de respaldo, pelo que soube, é válida para todas as empresas que estão comercializando o imunizante.

As avaliações sobre a vacinação ocorreram enquanto o chefe do Executivo esteve em vários estabelecimentos comerciais de Brasília por cerca de duas horas, sempre acompanhado por seguranças e novamente sem usar uma máscara de proteção contra o coronavírus.

CIRCULADA SEM MÁSCARA – Após ir a uma lotérica e a uma padaria, também esteve em um clube militar, em uma papelaria e em uma oficina de motocicletas, sem máscara.

O presidente permaneceu no Distrito Federal neste final de semana, mudando os planos iniciais de ir até o Guarujá – litoral do Estado de São Paulo. A previsão agora é que se locomova apenas na segunda-feira para a cidade à beira-mar.

Bolsonaro vem tentando minimizar a urgência de imunizar a população e sempre se mostrou arredio ao uso da vacina Coronavc, que tem origem na China e que está sendo negociada pelo governo do Estado de São Paulo para ser produzida no Instituto Butantan.

DISPUTA COM DORIA – Há um claro jogo de forças entre o presidente e o governador João Doria em torno do imunizante. Mas o governo voltou a considerar o uso da vacina que será produzida junto com o país asiático no último dia 16, quando o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, estimou que a imunização contra a covid-19 no País começaria em “meados de fevereiro”.

Quatro dias antes, o Palácio do Planalto entregou o plano de vacinação do governo ao Supremo Tribunal Federal (STF) mesmo sem previsão de datas. Na ocasião, o governo estimou que seriam necessárias 108,3 milhões de doses para imunizar todos os grupos prioritários em quatro fases, considerando a aplicação de duas doses.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Bolsonaro faz um comovente esforço para abalar a confiança nas vacinas, que estão sendo certificadas nos mais diferentes países. E também tenta ignorar a possibilidade de reinfecção, que já está mais do que comprovada. Como diz o jornalista Vicente Limongi Netto, é um jumento no poder. (C.N.)

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