Pedro do Coutto
Estamos a um passo do ano novo e o debate político já ganha velocidade para as urnas de 2022. Cresce a disposição de Rodrigo Maia para enfrentar o Centrão de Arthur Lira no embate para a presidência da Câmara Federal. Nesta terça-feira, O Globo, Merval Pereira e Miriam Leitão analisaram o assunto, mas a partir da perda de substância da candidatura Arthur Lira, apesar do apoio que vem recebendo de Bolsonaro.
No entanto, penso que o episódio, com base na realidade de hoje, estende-se às eleições presidenciais de aqui a dois anos.
SE LIRA PERDER? – Uma derrota de Lira abala o bloco governista e atinge principalmente a campanha de Bolsonaro à reeleição. De outro lado, fortalece o governador João Dória que, ao que tudo indica, é um dos principais adversários do presidente da República nas eleições, que inevitavelmente serão marcadas pelos fatos que vão envolver o presidente e o governador na estrada que leva a conquista do poder.
O governador João Dória, como é natural na luta política, está interessado diretamente não somente na derrota de Arthur Lira, mas sobretudo no revés que for imposto ao Palácio do Planalto. Por isso vai usar sua parcela de poder junto a bancada paulista e ao PSDB nacional para a vitória de Baleia Rossi.
ABALADO PELA VACINA – Uma derrota de Bolsonaro atingirá frontalmente a campanha do presidente à reeleição. Não há dúvida quanto a isso. Abalado pelo caso da vacinação, Bolsonaro vem acumulando derrotas, principalmente porque coleciona a prática de uma sequência de absurdos. O presidente, na minha opinião não tem condições de exercer o cargo. Basta acrescentar à reunião ministerial de abril a declaração de que cabe aos laboratórios obter junto a ANVISA sua inclusão no mercado. Absurdo total. Afinal o que faz o ministro Eduardo Pazuello? Nada.
Uma reportagem de Eduardo Cucolo, Folha de São Paulo de segunda-feira, revela que 72% da opinião pública brasileira acredita que a inflação de 2021 vai aumentar, e, digo eu, os salários hoje congelados vão diminuir ainda mais, menos para o prefeito Bruno Covas que aumentou para si mesmo o índice de 47%.