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domingo, novembro 29, 2020

200 anos depois, é preciso entender e respeitar a portentosa obra de Engels, o amigo de Marx Posted on 29 de novembro de 2020 by Tribuna da Internet FacebookTwitterWhatsAppPrint Friedrich Engels: um ídolo socialista completa 200 anos | Cultura europeia, dos clássicos da arte a novas tendências | DW | 28.11.2020 O jovem Frierich Engels, na época em que conheceu Marx Fernando Del Corro Uma alta porcentagem de setores populares do mundo se autodefinem como marxistas, caracterização que surgiu do nome do grande economista, pensador e político alemão Karl Heinrich Marx e com base em sua formidável obra. No entanto, deve-se notar que boa parte dela surgiu de ideias anteriores de outros economistas, como o inglês William Petty, mas também de seu grande companheiro e colaborador, o prussiano Friedrich Engels, que contribuiu com ideias-chave como a relacionada à luta de classes e a revolução do proletariado. Passam-se exatamente dois séculos desde que Engels nasceu em 28 de novembro de 1820 em Barmen-Elberfeld, Prússia. Seu pai foi um importante empresário têxtil em Manchester, Inglaterra, na época um local essencial da Revolução Industrial, o que lhe permitiu desenvolver sua luta por uma sociedade humana mais justa e sem problemas financeiros, até sua morte, em Londres, em 5 de agosto. de 1894 quando tinha 74 anos. GRANDE PESQUISADOR – Ao longo de um intenso trabalho que incluiu também o jornalismo, como revolucionário e grande teórico do socialismo, escreveu sobre filosofia, história, política e sociologia, sendo o seu primeiro livro “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, publicado em 1845. Essa obra, que influenciou tanto Marx na questão da luta de classes quanto Petty, em meados do século XVII, está relacionada à mais-valia e ao valor real. Mas talvez a maior contribuição que Engels deixou como ensinamento foi seu livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, publicado em 1884 quando Marx já havia morrido um ano antes. Ressalte-se que dos vinte e sete livros que Marx legou, seis deles foram em coautoria com Engels, entre eles obras-primas do pensamento político e social como “O Manifesto Comunista”, além do fato de que Engels, como homem de grandes recursos, financiar a publicação de “El Capital”, entre outras iniciativas. O SABER DOS INDÍGENAS – E assim como a herança de Petty foi fundamental em Marx, no caso de Engels, sua inspiração foi a leitura do ” Primitive Society ”do grande antropólogo americano Lewis Henry Morgan, um livro publicado em 1877. Um trabalho baseado nos estudos aprofundados que Morgan realizou ao longo dos anos, investigando a história da notável Confederação Iroquesa da América do Norte, mesmo vivendo com os descendentes dessas nações indígenas que já no século XII haviam elaborado os 117 artigos da segunda constituição escrita conhecida, depois da Viking elaborada na Islândia em 950. Para o orgulho das feministas, Engels teve como uma de suas principais contribuições para o conhecimento da classe trabalhadora Mary Burns, sua primeira parceira e grande amor, com quem não era casado formalmente. UMA HISTÓRIA DE AMOR – Mary Burns era uma trabalhadora irlandesa que o fez perceber como a vida era difícil para seus colegas imigrantes e também o fez ver como a vida era difícil no mundo operário de Manchester. Ela tinha 20 anos e ele 23 quando se conheceram em 1843. Um amor que foi fundamental em sua vida para poder entender aquele mundo em que conviviam industriais e trabalhadores. E assim, no mesmo ano em que se conheceram, Engels publicou seu primeiro texto, um artigo intitulado “Elementos de uma crítica da economia política”. Algumas de suas obras, como o “Anti-Dühring”, de 1877, e “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, de 1880, foram decisivas para a penetração do que mais tarde se chamou de marxismo em amplos setores sociais e políticos. UMA FONTE PRECIOSA – Segundo o proeminente historiador letão Isaiah Berlin, foi Engels e não Marx o principal inspirador do materialismo histórico e dialético e, como tal, foi a fonte a que mais apelaram as grandes figuras políticas das décadas seguintes, como Georgy Valentinovich Plekhanov, Karl Johann Kautsky, Vladimir Illich Ulyanov (Lenin), Iósif Vissariónovich Dzhugashvili (Stalin), León Davidovich Bronstein (Trotsky) e MaoTsé Tung. Não por acaso, quando sua morte ocorreu em Londres de câncer de esôfago, Lênin convocou os setores populares dizendo: “Vamos sempre honrar a memória de Frederick Engels, grande lutador e mestre do proletariado!” Uma verdadeira homenagem a quem escreveu “O papel do trabalho na transformação do macaco em homem”. A FAMÍLIA E O ESTADO – Suas diferentes visões com o anarquista francês Pierre Joseph Proudhon foram um ponto central ao escrever “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”. Nele, Engels destacou, acompanhando Morgan, a importância das relações de poder, do controle dos recursos naturais e do avanço dos processos tecnológicos. Para os primeiros estágios, ele adotou os próprios termos de selvageria e barbárie de Morgan; etapas que foram dando lugar ao surgimento posterior de novas formas até chegar às sociedades industrializadas do século XIX. Assim como Morgan, ele não fez alusões desqualificantes a sociedades não ocidentais e pré-modernas, o que era costume para outros escritores da época. RESPEITO MÚTUO – A obra destaca que o Estado nem sempre existiu em tempos em que as sociedades funcionavam com base no respeito mútuo e nas quais as mulheres tinham as mesmas responsabilidades que os homens, como Morgan bem estudou nos 117 artigos da constituição iroquesa. Na primeira fase, a da selvageria, viviam da caça e da coleta até que a criação de animais gerou uma nova atividade que exigia uma força de trabalho maior, para a qual os presos eram escravizados com o surgimento de guerras. O Estado surge assim como uma forma de controle baseada na dominação de cunho cultural, político e religioso. E SURGE O COMÉRCIO – A evolução da escravidão ao feudalismo chegou a um sistema de servidão que dava ao camponês uma parte menor de sua produção. Nessa circunstância, gerou-se o comércio que deu origem ao surgimento do capitalismo em que um setor minoritário usa o aparato estatal para controlar a maioria da população. Portanto, Engels discorda da visão idealista do Estado como “a imagem e realidade da razão” e “a realidade da ideia moral”, desenvolvida pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Como disse Lênin na época, vale a pena lembrar hoje suas contribuições 200 anos após seu nascimento. ### NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O artigo foi enviado à TI pelo jornalista Sergio Caldieri. E quem frequenta esse blog sabe de minha admiração especial por Engels. Ao contrário de Marx e outros intelectuais que enfrentavam graves problemas financeiros e podiam ter alguns ressentimentos, Engels era de uma família rica. Seu pai foi um dos primeiros empresários multinacionais da História, com fábricas na Alemanha e na Inglaterra. Assim, ao defender os direitos dos trabalhadores, Engels estava investindo contra os interesses de sua própria família. Para mim, isso basta para demonstrar o extraordinário caráter desse grande pensador europeu. (C.N.)

 


Friedrich Engels: um ídolo socialista completa 200 anos | Cultura europeia,  dos clássicos da arte a novas tendências | DW | 28.11.2020

O jovem Frierich Engels, na época em que conheceu Marx

Fernando Del Corro

Uma alta porcentagem de setores populares do mundo se autodefinem como marxistas, caracterização que surgiu do nome do grande economista, pensador e político alemão Karl Heinrich Marx e com base em sua formidável obra. No entanto, deve-se notar que boa parte dela surgiu de ideias anteriores de outros economistas, como o inglês William Petty, mas também de seu grande companheiro e colaborador, o prussiano Friedrich Engels, que contribuiu com ideias-chave como a relacionada à luta de classes e a revolução do proletariado.

Passam-se exatamente dois séculos desde que Engels nasceu em 28 de novembro de 1820 em Barmen-Elberfeld, Prússia. Seu pai foi um importante empresário têxtil em Manchester, Inglaterra, na época um local essencial da Revolução Industrial, o que lhe permitiu desenvolver sua luta por uma sociedade humana mais justa e sem problemas financeiros, até sua morte, em Londres, em 5 de agosto. de 1894 quando tinha 74 anos.

GRANDE PESQUISADOR – Ao longo de um intenso trabalho que incluiu também o jornalismo, como revolucionário e grande teórico do socialismo, escreveu sobre filosofia, história, política e sociologia, sendo o seu primeiro livro “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, publicado em 1845.

Essa obra, que influenciou tanto Marx na questão da luta de classes quanto Petty, em meados do século XVII, está relacionada à mais-valia e ao valor real.

Mas talvez a maior contribuição que Engels deixou como ensinamento foi seu livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado”, publicado em 1884 quando Marx já havia morrido um ano antes. Ressalte-se que dos vinte e sete livros que Marx legou, seis deles foram em coautoria com Engels, entre eles obras-primas do pensamento político e social como “O Manifesto Comunista”, além do fato de que Engels, como homem de grandes recursos, financiar a publicação de “El Capital”, entre outras iniciativas.

O SABER DOS INDÍGENAS – E assim como a herança de Petty foi fundamental em Marx, no caso de Engels, sua inspiração foi a leitura do ” Primitive Society ”do grande antropólogo americano Lewis Henry Morgan, um livro publicado em 1877.

Um trabalho baseado nos estudos aprofundados que Morgan realizou ao longo dos anos, investigando a história da notável Confederação Iroquesa da América do Norte, mesmo vivendo com os descendentes dessas nações indígenas que já no século XII haviam elaborado os 117 artigos da segunda constituição escrita conhecida, depois da Viking elaborada na Islândia em 950.

Para o orgulho das feministas, Engels teve como uma de suas principais contribuições para o conhecimento da classe trabalhadora Mary Burns, sua primeira parceira e grande amor, com quem não era casado formalmente.

UMA HISTÓRIA DE AMOR – Mary Burns  era uma trabalhadora irlandesa que o fez perceber como a vida era difícil para seus colegas imigrantes e também o fez ver como a vida era difícil no mundo operário de Manchester. Ela tinha 20 anos e ele 23 quando se conheceram em 1843.

Um amor que foi fundamental em sua vida para poder entender aquele mundo em que conviviam industriais e trabalhadores. E assim, no mesmo ano em que se conheceram, Engels publicou seu primeiro texto, um artigo intitulado “Elementos de uma crítica da economia política”.

Algumas de suas obras, como o “Anti-Dühring”, de 1877, e “Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico”, de 1880, foram decisivas para a penetração do que mais tarde se chamou de marxismo em amplos setores sociais e políticos.

UMA FONTE PRECIOSA – Segundo o proeminente historiador letão Isaiah Berlin, foi Engels e não Marx o principal inspirador do materialismo histórico e dialético e, como tal, foi a fonte a que mais apelaram as grandes figuras políticas das décadas seguintes, como Georgy Valentinovich Plekhanov, Karl Johann Kautsky, Vladimir Illich Ulyanov (Lenin), Iósif Vissariónovich Dzhugashvili (Stalin), León Davidovich Bronstein (Trotsky) e MaoTsé Tung.

Não por acaso, quando sua morte ocorreu em Londres de câncer de esôfago, Lênin convocou os setores populares dizendo: “Vamos sempre honrar a memória de Frederick Engels, grande lutador e mestre do proletariado!” Uma verdadeira homenagem a quem escreveu “O papel do trabalho na transformação do macaco em homem”.

A FAMÍLIA E O ESTADO – Suas diferentes visões com o anarquista francês Pierre Joseph Proudhon foram um ponto central ao escrever “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”.

Nele, Engels destacou, acompanhando Morgan, a importância das relações de poder, do controle dos recursos naturais e do avanço dos processos tecnológicos. Para os primeiros estágios, ele adotou os próprios termos de selvageria e barbárie de Morgan; etapas que foram dando lugar ao surgimento posterior de novas formas até chegar às sociedades industrializadas do século XIX.

Assim como Morgan, ele não fez alusões desqualificantes a sociedades não ocidentais e pré-modernas, o que era costume para outros escritores da época.

RESPEITO MÚTUO – A obra destaca que o Estado nem sempre existiu em tempos em que as sociedades funcionavam com base no respeito mútuo e nas quais as mulheres tinham as mesmas responsabilidades que os homens, como Morgan bem estudou nos 117 artigos da constituição iroquesa.

 Na primeira fase, a da selvageria, viviam da caça e da coleta até que a criação de animais gerou uma nova atividade que exigia uma força de trabalho maior, para a qual os presos eram escravizados com o surgimento de guerras. O Estado surge assim como uma forma de controle baseada na dominação de cunho cultural, político e religioso.

E SURGE O COMÉRCIO – A evolução da escravidão ao feudalismo chegou a um sistema de servidão que dava ao camponês uma parte menor de sua produção. Nessa circunstância, gerou-se o comércio que deu origem ao surgimento do capitalismo em que um setor minoritário usa o aparato estatal para controlar a maioria da população.

Portanto, Engels discorda da visão idealista do Estado como “a imagem e realidade da razão” e “a realidade da ideia moral”, desenvolvida pelo filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel. Como disse Lênin na época, vale a pena lembrar hoje suas contribuições 200 anos após seu nascimento.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O artigo foi enviado à TI pelo jornalista Sergio Caldieri.  E quem frequenta esse blog sabe de minha admiração especial por Engels. Ao contrário de Marx e outros intelectuais que enfrentavam graves problemas financeiros e podiam ter alguns ressentimentos, Engels era de uma família rica. Seu pai foi um dos primeiros empresários multinacionais da História, com fábricas na Alemanha e na Inglaterra. Assim, ao defender os direitos dos trabalhadores, Engels estava investindo contra os interesses de sua própria família. Para mim, isso basta para demonstrar o extraordinário caráter desse grande pensador europeu. (C.N.)

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