Bela Megale
O Globo
Deputados federais estão se mobilizando para solicitar que notícias falsas que tenham potencial de comprometer o relacionamento do Brasil com países estrangeiros sejam alvos de investigação da CPMI das fake news. A ideia é apresentar um requerimento pedindo que a disseminação de mensagens como as que associam a China à Covid-19 e alimentam teses de fraudes nas eleições dos EUA sejam apuradas, além de mentiras sobre vacinas.
O alvo é claro. Com a iniciativa, os deputados miram o filho 03 de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que nesta semana deflagrou mais uma crise diplomática com o país asiático ao escrever um post sobre a tecnologia 5G. Eduardo cita uma suposta “espionagem da China”. Em resposta, a Embaixada do país asiático emitiu um comunicado em que pede o abandono da retórica americana para evitar “consequências negativas”.
“GABINETE DO ÓDIO”– Os parlamentares querem saber se o filho do presidente e assessores do Palácio do Planalto que integram o chamado “gabinete do ódio” – já na mira da CPMI – estão envolvidos com a disseminação dessas fake news e insultos. A CPMI, porém, segue suspensa por causa da pandemia.
As medidas não se limitam ao Congresso. O grupo de parlamentares também pedirá formalmente ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que o tema seja incluído no inquérito das fake news.
Essa é mais uma investida de deputados contra Eduardo Bolsonaro. Os parlamentares já solicitaram ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que paute o afastamento do filho 03 da presidência da Comissão de Relações Exteriores da Casa.