Carlos Newton
Até fevereiro de 2019, a opinião pública brasileira desconhecia completamente a figura de Davi Alcolumbre (DEM-AP), um apagado senador, que bafejado pela sorte acabou se tornando presidente do Congresso, fato que está a demonstrar que a tal Nova Política é uma obra de ficção.
O senador do Amapá é alvo de três ações eleitorais no Tribunal Superior Eleitoral e de dois inquéritos criminais no Supremo, envolvendo fraudes contábeis na campanha de 2014. Usou empresas da família e do contador e presidente do comitê financeiro do partido para justificar gastos de R$ 763 mil, que estão sob suspeita, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.
ESTRANHO NO NINHO – Com esse curriculum, Alcolumbre jamais poderia estar presidindo o Senado e o Congresso, porque é o típico representante da Vella Política, que tanto mal tem feito ao país.
Presidindo os trabalhos do Legislativo, o deslumbrado Alcolumbre gostou do poder efêmero e quer continuar ilegalmente no comando da Mesa Diretora, através de mudança no Regimento, para viabilizar sua reeleição e de Rodrigo Maia na Câmara.
Para alterar o Regimento e permitir novo mandato, Alcolumbre precisará de aprovação do plenário. Antes disso, porém, precisa aguardar a decisão do Supremo, que começa a julgar a questão nesta semana
PARECER FAJUTO – Nessa manobra indecente. Alcolumbre arranjou um parecer fajuto na consultoria do Senado e conseguiu também o apoio do neobolsonarista Roberto Jefferson, que fez o PTB apresentar a questão ao Supremo.
A esperança dessa gente é que STF considere o assunto como interno do Congresso, o que abriria margem para a estratégia, aguardada ansiosamente pelo deputado Rodrigo Maia, que deixou o trabalho sujo com Alcolumbre e ficou na sombra, esperando o desfecho.
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P.S. – Como o relator é Gilmar Mendes (ele, sempre ele…), tudo pode acontecer, neste país da piada pronta e da armação ilimitada. (C.N.)