Pedro do Coutto
O título do artigo remete ao romance de Emile Zola, filmado por Jean Renoir, um clássico do cinema. Aqui no Brasil, foi um crime hediondo marcado por total sadismo que não encontra motivo lógico capaz de explicar quais as razões das cenas que levaram a um desfecho tão trágico, repudiado por toda a população que assistiu à gravação feita por um motoboy, que trouxe para a realidade um acontecimento tão brutal.
Qual a razão dos criminosos que justifique, não só o assassinato, mas o início de uma abordagem em um loja do Carrefour. A empresa, ela própria sentiu o peso da reação popular revoltada com o que foi demonstrado.
O preconceito racial está entre os motivos do crime, a exemplo da morte de George Floyd nos EUA. O fato é que o preconceito racial permanece absurdamente na realidade de hoje, apesar de estarmos distante há 130 anos do fim da escravidão. Esta, por sua vez, vigorou no Brasil por 350 anos. É inadmissível que assim seja.
OUTRO ASSUNTO – Reportagem de Cassia Almeida, O Globo deste sábado, focaliza o levantamento da Confederação Nacional do Comércio a respeito do que seria uma reação do poder de consumo da parte da população cuja renda mensal está acima de 10 salários mínimos. Na minha opinião, trata-se de uma fraude. Afinal de contas, como é possível se configurar uma retomada de consumo se os salários estão congelados e os preços em ascensão? Não consigo aceitar tal afirmativa, a qual não tem nenhuma explicação lógica?
Entretanto a mesma matéria focaliza também uma opinião do diretor social da FGV, Marcelo Neri, que sustenta que um dos motivos da retomada de poder de consumo das classes A e B encontra-se no acesso ao crédito bancário. A CNC também apresenta tal hipótese como a forma de traduzir o que considero algo irreal. Com salários congelados perdendo fortemente para os juros bancários dos empréstimos, como vão poder as pessoas físicas que contratam os créditos poderão pagá-los? Para mim não há explicação, pois os juros são de 2% ao mês.
O que deve estar acontecendo refere-se às pessoas que tinham aplicações que passaram a nada render. Com dinheiro parado no banco, preferiram gastar parte dele em consumo ou em alguma atividade comercial.