Laerte Braga
You can't handle the truth! Essa fala escolhida a 29ª melhor da história do cinema. Está no filme A few good men Questão de honra e foi dita por Jack Nicholson interpretando um coronel da marinha dos EUA comandante de um grupo na base militar de Guantánamo, território cubano ocupado pelos norte-americanos e hoje transformado em campo de concentração de presos políticos.
Você não suportaria a verdade!
O filme do diretor Bob Reiner não é nenhuma obra prima, mas é um bom filme. Trata do julgamento de dois fuzileiros navais mariners acusados de assassinar um companheiro. Tom Cruise, um tenente da marinha e advogado, prova que a obsessão por segurança e acendrado amor à pátria foram os fatores responsáveis pela morte do fuzileiro e por conta de uma ordem de um coronel Nicholson fascista lato senso.
O código alarme vermelho. Sinônimo de pare tudo e vá defender a pátria. A pátria, a propriedade privada, os bancos, as grandes corporações, os senhores do mundo.
O principal objetivo do filme, com quatro indicações para o Oscar, é de 1992, foi mostrar que não há lugar para crimes contra os direitos humanos nos Estados Unidos e os responsáveis são punidos. Os fuzileiros que cumpriram ordens acabam absolvidos, o coronel preso.
E Tom Cruise abre caminho para a sua assistente, também oficial da marinha, a atriz Demi Moore. O mocinho e a mocinha.
A reação do chamado mundo cristão, democrático e ocidental ao teste nuclear subterrâneo realizado pela Coréia do Norte reforça esse tipo de fanatismo democrático, ou pelas liberdades, como dizem os norte-americanos. O hino nacional fala em conquistas nossa causa é justa. Eles deliberam sobre esse caráter de justa da causa deles.
Segundo a Casa Branca agora na versão vaselina a Coréia do Norte transgride normas de segurança e da paz mundial, coloca em risco essa segurança e essa paz que não existe Os governos da Coréia do Sul, do Japão e lógico, das colônias na Comunidade Européia fazem coro aos EUA. Israel aproveita-se para tentar ampliar a insensatez sionista atacando o Irã.
Você não suportaria a verdade!. Quando Jack Nicholson diz isso no filme está apenas confirmando todo o espectro de terror e barbárie que envolve as ações militares e de inteligência dos EUA mundo afora. Guantánamo, as prisões no Iraque e no Afeganistão. A associação com o presidente narcotraficante Álvaro Uribe da Colômbia e agora o veto do Congresso à proposta do presidente Barak Obama de fechar a base militar em território cubano. As pressões para que não sejam mostradas as cenas de tortura asfixia simulada, explicitamente citada por Obama os estupros de militares do próprio país por fuzileiros defensores da democracia cristã e ocidental.
O coronel, no filme termina preso. É a exceção. A regra é o seu procedimento. A imagem que o filme tenta transmitir é a do triunfo dos direitos humanos sobre a boçalidade. Mais ou menos como eu faço assim, você deve obedecer, mas você pode ter certeza que eu faço assado.
E é o que acaba prevalecendo. A imagem de justiça, logo, de causa justa.
A Coréia do Norte iniciou suas pesquisas para a fabricação do que chamam artefatos nucleares de guerra há cerca de cinqüenta anos, quando o governo dos EUA ameaçou jogar uma bomba atômica sobre a capital do país. Enviou cientistas a antiga União Soviética e lá buscou os meios para chegar ao estágio atual de desenvolvimento de armas atômicas.
Há cinqüenta anos atrás era forte a lembrança da destruição das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki por duas bombas nucleares lançadas pelos norte-americanos.
A saída, onde fica a saída?. É a pergunta de uma sobrevivente a esse holocausto de pavor no filme Hiroshima mon amour, do cineasta francês Alain Resnais. Um dos maiores da história do cinema.
As grandes redes de tevê, os grandes jornais e as grandes emissoras de rádio dos EUA, da Europa, suas extensões em países como o Brasil GLOBO, BANDEIRANTES, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, etc não mostram um décimo da estupidez sionista contra palestinos na legítima defesa que invocam para garantir seu território e tomar terras e água palestinas. Para isso prendem, torturam, estupram, seqüestram, matam e dispõem de armas nucleares.
Em seguida colocam outdoors nas terras palestinas anunciando loteamentos com segurança absoluta e a preços de perder de vista.
Já o Irã, sob constante ameaça de ataques militares por parte de Israel e dos EUA é o grande vilão da história.
Armas nucleares são uma estupidez. Armas de um modo geral num sentido mais amplo são uma estupidez. Mas se um tiver, é justo que outro tenha. Pode soar trágico, pode assustar, mas é a maneira encontrada pelo governo da Coréia do Norte para evitar as constantes tentativas de golpes, de situações criadas pela inteligência dos EUA para intervir no país.
Em 2002 a mídia privada da Venezuela montou um golpe de estado contra o presidente Chávez em comum acordo com empresários, banqueiros e latifundiários do país, sempre em conluio com militares patriotas e tudo montado e dirigido pela Casa Branca.
Em cima de notícias falsas prenderam o presidente Chávez e foi a reação popular, três dias depois, que o trouxe de volta. Como tem sido a decisão do povo venezuelano que o mantém no governo.
O Departamento Federal de Combate às Drogas do governo dos EUA listou o presidente Álvaro Uribe da Colômbia como ligado ao narcotráfico, como antigo parceiro e beneficiário das contribuições de Pablo Escobar, um mega traficante, mas mantém o Plano Colômbia. Uma ação conjunta com o governo do narcotráfico para combate às guerrilhas das FARCS-EP e do ELN. Dominam cerca de cinqüenta por cento do território do país. Na velha desculpa matei porque ele atirou primeiro, imputam às guerrilhas a responsabilidade pelo tráfico de drogas.
O número de assassinatos oficiais na Colômbia é assombroso. Sindicalistas, opositores do governo e Uribe parte agora para um novo mandato mudando a constituição do país e à revelia da vontade popular, induzida ao medo e conduzida pelo medo. Gerado pelos portadores desse vírus de democracia cristã ocidental.
Consuma. Se consumo existo.
Quando o ator Jack Nicholson disse, no filme Questão de honra que você não suportaria a verdade! estava se referindo à realidade e não à ficção de Hollywood. Quando Hollywood tentava não ser ficção um senador, no final da década de 40 e início da de 50 do século passado, Joseph McCarthy, desencadeou uma ofensiva paranóica contra comunistas infiltrados no cinema. Dentre eles Charles Chaplin. Foi para o exílio. Quando o ator Marlon Brando, por muitos considerado o maior de todos os tempos, criticou o controle de grupos judeus sobre Hollywood foi avisado que não conseguiria mais um único papel se não retirasse as suas palavras e se retratasse.
Não se trata de defender a decisão da Coréia do Norte que explodiu um artefato mais forte e mais potente pelo menos quatro vezes que o primeiro há alguns anos.
Trata-se de legítima defesa diante da insânia dos donos do mundo.
O que foi a invasão do Iraque? Uma farsa montada em cima de armas químicas e biológicas que Saddam teve um dia. Fornecidas por norte-americanos para combater a revolução islâmica e popular no Irã e não tinha mais. O que é Osama bin Laden? Um combatente muçulmano fanático gerado pelos EUA, gerado e financiado para lutar contra os russos no Afeganistão.
Você não suportaria a verdade! parece mais um ato falho, um momento de clímax do filme, talvez até uma tentativa de alerta, de denúncia, mas a verdade é exatamente aquilo que não se deixa ver. O que é exportado é o modelo Tom Cruise, a ficção.
Assim que nem a surra que tomaram no Vietnã e depois Rambo foi lá resolveu tudo a sua maneira.
Quando Perón era presidente da Argentina dois eram os principais jornais do país. LA NACIÓN e LA DEMOCRACIA. Se dizia que Perón vendia LA NACIÓN e pregava LA DEMOCRACIA.
Os Estados Unidos vendem a Disneyworld, ou Tom Cruise, ou Sharon Stone cruzando as pernas num momento de frisson supremo, mas pregam e executam as barbáries que no fundo são a verdade não suportável.
A Coréia do Norte é um minúsculo país território na Ásia. Sua bomba é legítima defesa só isso. Do contrário os norte-coreanos serão obrigados a suportar a tal verdade. E essa verdade vem desde os tempos que James Monroe, presidente dos EUA, disse que a América para os americanos. Consolidou-a Theodore Sorensen Roosevelt. Sua política era do do big stick. O grande porrete.
Ou como diz Hilary Clinton, esperamos que Cuba tome atitudes de reforma para a democracia e os direitos humanos para restabelecermos nossas relações normais e começarmos a conversar sobre o bloqueio.
É. A culpa é de Fidel Castro.
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