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segunda-feira, abril 30, 2007

Oposição: quem paga jatinho para Dirceu?

BRASÍLIA - O ex-deputado José Dirceu (PT) saiu do Congresso e do governo, mas a oposição não sai do seu pé. Atenta a cada movimento do petista, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) quer saber se o governo está financiando, ainda que indiretamente, a andança de Dirceu pelo País.
"Enquanto os brasileiros sofrem nos aeroportos, o Zé Dirceu passeia de jato executivo para cima e para baixo no Tocantins e em Goiás", protesta Kátia Abreu. Ela argumenta que é dever da Oposição investigar as viagens e saber se as empresas que estão fretando o avião usado pelo ex-ministro são favorecidas pelo poder público.
A senadora vai encaminhar hoje, à Casa Civil, requerimento solicitando que o governo Lula informe ao Congresso se houve liberação de dinheiro públio para as empresas Maci Táxi Aéreo e Aerofar. Segundo a senadora democrata, as duas empresas são responsáveis pelo jato executivo (Learjet) que levou o ex-deputado José Dirceu para Tocantins e Goiás neste final de semana.
Levantamento feito pelo partido Democratas dá conta de que, a preços de mercado, a viagem de dois dias do ex-ministro Dirceu ao Centro-Oeste (São Paulo/Palmas/Porto Nacional/Goiânia/São Paulo) não saiu por menos de R$ 250 mil. O preço da hora de vôo é de R$ 11 mil e da hora parada oscila entre R$ 5 e 6 mil.
A senadora não se conforma com o fato de o ex-ministro dispensar o uso de avião de carreira e optar pelo jatinho, como costumam fazer os candidatos a presidente em campanha pelo Planalto.
Depois de ter o mandato parlamentar cassado em 30 de setembro de 2005, Dirceu ficou inelegível até 2015. Disposto a antecipar seu retorno ao cenário político, ele começou uma campanha por sua própria anistia, com uma agenda intensa de viagens pelos estados.
O ex-ministro chegou a Tocantins na sexta-feira passada e, segundo Katia Abreu, viajou no sábado, depois de cumprir uma agenda que contabilizaria mais de 50 horas de jato executivo à sua disposição. Em sua passagem, fez palestra na Universidade Luterana de Palmas, onde teria falado de reforma política, de sua inocência no processo de cassação e do projeto de anistia. Visitou também a Universidade Federal de Tocantins e foi recepcionado por dois prefeitos petistas: o de Palmas, Raul Filho (ex-pefelista) e o de Porto Nacional, Paulo Mourão, (ex-tucano).
Fonte: Tribuna da Inprensa

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