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sábado, abril 07, 2007

Raio Laser

Tribuna da Bahia e equipe
Macaco velho
Apontado por oposicionistas como omisso diante do desastre ecológico nas praias da Baía de Todos os Santos, o governador Jaques Wagner, segundo um interlocutor muito próximo, na verdade adotou uma postura cautelosa. Avesso a precipitações que pudessem sugerir demagogia, Wagner não cumpriu o “script” idealizado por adversários que o desejavam à frente das ações, mas sem poder dar uma resposta concreta e, portanto, exposto a inevitável desgaste. Deixou para seus auxiliares as declarações iniciais, preservando-se.
No “timing”
Agora, de posse de laudos técnicos que eximem de responsabilidade indústrias e outras potenciais fontes de poluição, o governador vai dedicar-se à fase mais importante do processo: o comando pessoal da implementação de medidas para assistência e recuperação das comunidades atingidas. A questão social, explica a fonte, é o terreno pelo qual Wagner, por delegação popular, tem de transitar.
Com tempero
Superada essa etapa, o governador estaria apenas aguardando um sinal verde das autoridades ambientais para fechar a estratégia em grande estilo: visitar Santo Amaro, cidade-símbolo da região afetada, e lá comer uma suculenta peixada, demonstrando que o risco passou e sinalizando para a revitalização do turismo e da pesca nas cidades prejudicadas.
Walnilton
A política em Salvador ficou mais pobre com o falecimento, quinta-feira, aos 79 anos, do vereador Walnilton Carlos dos Santos, do PSB. Seu sepultamento ocorreu no mesmo dia, no Cemitério Jardim da Saudade. A vaga de Walnilton na Câmara será ocupada pelo suplente Batista Neves (PMDB).
Tente outra vez
Exibindo disposição para a batalha legislativa, o deputado Waldenor Pereira (PT), que também responde pela liderança da maioria, pediu o desarquivamento de cinco projetos de lei de sua autoria que há quatro anos ressonam nas gavetas da Assembléia. Um deles institui a gratuidade das inscrições nos vestibulares das universidades estaduais para alunos carentes das escolas públicas.
Eleição de diretores
Não se sabe se o deputado Zilton Rocha (PT) desistiu de sua idéia ou vacilou, mas o fato é que o deputado Júnior Magalhães (DEM) apresentou projeto de lei instituindo eleições diretas para escolha dos diretores das escolas estaduais. O projeto restringe as candidaturas a servidores do quadro da Secretaria da Educação que estejam há pelo menos três anos consecutivos lotados na unidade escolar que pretendam dirigir. Em 2003, Zilton, que é da área, apresentou projeto similar, que se perdeu nos desvãos político-burocráticos da Assembléia Legislativa.
Antídoto
A iniciativa de Júnior Magalhães ocorre alguns dias depois que circularam considerações do secretário Adeum Sauer no sentido de que partidos políticos aliados do governo poderiam, na barganha dos apoios, fazer indicações de dirigentes das escolas públicas do Estado. A “política” se confirma com a notícia de que a entidade representativa dos professores organizou extensa lista com os nomes de seus protegidos para os cargos.
Oxigênio
O deputado Carlos Gaban (DEM) defende o aumento da uma semana para um mês do prazo de tramitação de projetos de lei nas comissões técnicas. “Uma semana é pouco. A sociedade organizada precisa participar, dar suas opiniões sobre a matéria. Há um movimento na Assembléia nesse sentido porque é preciso oxigenar a Casa”, disse.
Zabumbão
A implementação do projeto de irrigação na barragem do Zabumbão, em Paramirim, Chapada Diamantina, foi defendida pelo deputado Gilberto Brito (PR) num questionamento ao ministro da Integração Regional, Geddel Vieira Lima. De 850 a mil hectares poderiam servir à fruticultura se a Codevasf, empresa subordinada ao ministério, investisse R$ 5 milhões no projeto. Jonas Paulo, diretor da empresa, disse que com a intervenção do governador Jaques Wagner seria bem possível a inclusão da obra no Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal.
CURTAS
* Preocupação - Destinado ao custeio do seguro-desemprego e de abonos salariais, além do financiamento de programas de desenvolvimento econômico, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que movimenta bilhões de reais, é vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego. Nos últimos quatro anos, esteve à frente do FAT o ex-presidente da CUT-Bahia Almerico Biondi. Agora, setores cutistas estão preocupados com a nomeação para o ministério do pedetista Carlos Lupi. Como o sistema é “porteira fechada”, isto é, o ministro indica todos os seus subordinados, teme-se a má gestão de tão vultosos recursos, especialmente quando se sabe que as liberações até R$ 90 mil não dependem de muito protocolo. * Pra galera - Outro projeto que se destaca é o que autoriza o Poder Executivo a implantar o Conselho de Defesa do Torcedor. O parlamentar propõe medidas nas áreas de segurança, atendimento médico, higiene e condições dos estádios e outras instalações esportivas. . * A feiticeira - Nos bastidores da política baiana corre de boca em boca a versão de que o gênio que inventou as suítes de luxo do Hospital Roberto Santos – na verdade, áreas de isolamento – e a sala secreta da Secretaria de Segurança Pública, desmascarada por este jornal, usa saia e, pelo menos até aqui, pode ser tudo, menos gênio. Quando muito, desempenhar o papel que imortalizou a desconhecida atriz Elizabeth Montgomery, a Samantha, da série A Feiticeira, sucesso nas telas da TV na década de 60. * Referência - “Concordo plenamente que o mandato deve ser do partido, não do parlamentar”. A afirmação, do deputado Roberto Carlos (PDT), a respeito de recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral, é uma prova de que ele não vai mesmo deixar o partido, apesar de este boato, vez por outra, ser propalado no meio político. Roberto Carlos, que é de Juazeiro, orgulha-se dos três mandatos de vereador e dois de deputado que conquistou pelo partido. Para não deixar dúvida, garante que sua “referência política” é o falecido líder pedetista Leonel Brizola. * Revisão - Na Governadoria, já se fala em flexibilização de critérios para preenchimento de cargos no interior. A engenharia do secretário Rui Costa desagrada em cheio as bases e ninguém, a essa altura, quer cutucar o cão com vara curta. * No atacado - Suspenso o troca-troca, o governo quer reforçar sua maioria levando partido inteiro. Ninguém precisa sair.

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