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segunda-feira, abril 10, 2006

.Garotinho discute segundo turno com Alckmin

Por: Carmen Munari

BRASÍILA (Reuters) - Apesar de desferir críticas ao candidato Geraldo Alckmin, o pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, admitiu que vem conversando com o tucano para uma aliança no segundo turno das eleições.
"Eu e o governador Alckmin somos pessoas que respeitamos um ao outro. Falamos por telefone, conversamos, mas sempre tratando de assunto de segundo turno", disse, acrescentando que espera ganhar dele no primeiro turno.
Mas não deixou de fazer ataques. "Agora, ele defende uma política da qual eu sou oposicionista. Não concordo com a política do PSDB. A política econômica do PSDB é a do PT. É a política neoliberal", afirmou.
Garotinho fez as declarações em São Paulo durante evento de apoio à sua candidatura organizado por lideranças peemedebistas paulistas.
O principal líder paulista, no entanto, não compareceu ao encontro. Orestes Quércia, ex-governador e presidente do PMDB estadual, alegou, em telefonema que recebeu de Garotinho, compromissos pré-agendados. Ainda assim, Garotinho incentivou Quércia a assumir a candidatura ao governo de São Paulo.
Já Michel Temer, presidente nacional da legenda, afirmou no encontro que a reunião do partido marcada para dia 19 de abril vai discutir a candidatura própria junto aos pré-candidatos nos Estados. O temor é que a candidatura --defendida por Garotinho, Temer e Quércia-- impeça alianças locais, como prevê a regra da verticalização.
ITAMAR
Garotinho, que já desbancou o governador Germano Rigotto em consulta interna, agora enfrenta o ex-presidente Itamar Franco, lançado por Quércia.
"A informação que tenho é que ele (Itamar) é candidato a senador em Minas Gerais", disse o ex-governador do Rio.
Garotinho disse também ter recebido um documento de apoio à sua candidatura com assinaturas de 88 prefeitos mineiros, de todos os deputados estaduais da legenda e de alguns deputados federais de Minas.
Ele criticou ainda os governistas do partido, que apóiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e rejeitam a tese da candidatura própria.
"Eles sofrem de uma certa incoerência. O Sarney fala que a minha candidatura atrapalha o PMDB, mas a filha dele é candidata pelo PFL. O Renan diz que a minha candidatura atrapalha o PMDB, mas o candidato dele em Alagoas é do PSDB, então eu estou ajudando mais que eles", afirmou, referindo-se aos senadores lulistas José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL).
Garotinho ganhou novo fôlego com a divulgação da pesquisa Datafolha, divulgada no fim de semana, em que ele aparece com 15 por cento das intenções de voto, um crescimento de 3 pontos. A diferença entre ele e Alckmin, caiu de 11 para 5 pontos.
Para ele, seu crescimento se deve à propaganda do partido e à maior identificação do eleitor com suas propostas.
"Inegavelmente a propaganda partidária ajudou. Em segundo lugar, o povo está se identificando com as nossas propostas de redução dos juros e redução da carga tributária, com as mudanças nesta política econômica que só beneficiou nos últimos anos os poderosos", disse.
Segundo Garotinho, Lula mantém a liderança nas pesquisas porque virou "presidente midiático".
De São Paulo, Garotinho seguiu para o Mato Grosso do Sul e na terça-feira estará em Goiânia e Brasília, reunindo-se com lideranças do partido.

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