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domingo, abril 16, 2006

.“Falta o Ali Babá”, provoca Freire

Por: Folha de Pernambuco
Andréa Cortez



Ferrenho crítico do Governo Federal e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, comemorou a iniciativa do procurador-geral da República, Antônio de Souza, em denunciar os que o parlamentar chamou de “40 ladrões - a quadrilha de criminosos - que assaltaram o poder no Brasil”. Por outro lado, Freire apontou um pecado cometido pelo documento: a omissão do “ali babá”, referindo-se ao presidente Lula. Em seguida, usando como argumento essa nova realidade de denúncias, o dirigente defendeu a necessidade de que a sociedade brasileira reabra o processo de impeachment, embora ressalte que o presidente da Câmara Federal, Aldo Rebelo (PCdoB), vá arquivar os pedidos como fez com tantos outros. Sobre sucessão presidencial, o pós-comunista reafirmou sua pré-candidatura e afastou qualquer possibilidade de apoiar uma candidatura do PSDB por considerar que, embora na oposição, os tucanos representam a continuidade. E mostrou-se confiante na resposta da população ao PT nas urnas, em outubro, classificando a reeleição do presidente Lula como um desatino. Em entrevista à Folha de Pernambuco, reafirmou o apoio ao governador Mendonça Filho (PFL) e garantiu que o partido - apesar das divergências históricas com o PFL - entrará de corpo e alma na campanha à reeleição do pefelista por ser uma tradição da legenda.
Na última terça-feira, o procurador-geral da República, Antônio de Souza, apresentou ao Supremo Tribunal Federal um relatório denunciando 40 pessoas e a existência do que ele chamou de “organização criminosa”. Qual a avaliação do senhor dessa ação do procurador?Essa é a conseqüência do que ocorreu no País: uma verdadeira tragédia política, a fraude do governo do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O que o procurador-geral da República está fazendo é denunciar uma associação criminosa, uma quadrilha de criminosos que assaltaram o poder no Brasil. Isso é uma coisa muito grave. Antes, as acusações aos parlamentares estavam ainda no campo da ética na política, o problema moral e da falta de decoro. Hoje, o que nós estamos discutindo não é mais código de ética. Agora, com a intervenção do Ministério Público, o problema do Governo de Lula e do PT é de código penal. Eles estão denunciados perante a justiça brasileira, mas faltou um: o ali babá: Lula. Usando a simbologia, o relatório apresenta os 40 ladrões e só faltou o alibabá. Tudo o que está sendo denunciado, tudo e todos os envolvidos fizeram isso para beneficiar o presidente.
Alguns jornais nacionais noticiaram que o próximo alvo do Ministério Público será o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É uma decisão tardia?Eu não vou entrar nesse mérito. O que eu estou dizendo é que há uma lacuna. Se o Ministério Público vai suprir essa lacuna posteriormente, é um critério do próprio Ministério Público. O que eu começo a perceber é que se torna necessário que a sociedade civil brasileira e a cidadania brasileira abra e solicite a abertura de um processo de impeachment.
Então, o senhor acha que ainda há espaço para um impeachment?Eu acho que a discussão não deve ser se, hoje, tem, clima. É uma denúncia da mais alta gravidade. Não é um problema político, é um indiciamento nas barras do tribunal de uma cúpula do poder. E se não foi no relatório de agora, cabe um impeachment porque o crime de responsabilidade está evidente. Se tudo isso ocorreu no seu governo, com o seu partido, com seus ministros para lhe beneficiar como presidente e como governante, o impeachment faz necessário ser pedido. Alguém pode dizer que não dará tempo. Eu parto logo do primeiro grande obstáculo: eu não acredito que Aldo Rebelo aceite o pedido de impeachment, ele que tem se mostrado tão servil ao governo. Ele (Aldo), inclusive, já arquivou vários que já foram pedidos e vai arquivar outros.
Agora esse relatório só poderá ser julgado no próximo ano?Eu posso lhe antecipar o seguinte: eu estou preparando um projeto de lei que determine que todos os processos e denúncias feitas contra quem exercer funções públicas tenha prioridade na tramitação sobre qualquer outro processo. Isso porque, essas pessoas, ao serem julgadas, poderiam servir de exemplo para que não ocorressem novamente assaltos desse tipo: quadrilhas sendo formadas dessa qualidade, que não tivéssemos mais um governo fraudulento como esse de Lula.
Quando o PPS pretende apresentar esse projeto?Eu estou tentado fazer agora. Já pedi a orientação da assessoria jurídica, mas pretendo entrar agora, de imediato.
O Brasil está vivendo a maior crise institucional e política da sua história e o congresso parece que faz de conta que nada está acontecendo bem no meio da Casa, tanto é que oito deputados já foram absolvidos. Como o senhor vê tudo isso?O clima de frouxidão moral que o Brasil está vivendo atinge todas as instituições. Uma delas que sofre mais do que qualquer outra, sem dúvida, é o parlamento até porque fez parte de todo esse processo de corrupção, de roubalheira e de sem-vergonhice do mensalão. Em qualquer outro país, essa cúpula já tinha caído. É um governo que não tem a mínima capacidade moral de continuar exercendo o poder. O relatório do procurador-geral da República não é a declaração de um oposicionista, não é um movimento de forças políticas que são de oposição ao governo, é uma peça jurídica. E ninguém pode dizer que o procurador é uma figura parcial porque ele foi nomeado por este governo e é uma figura respeitada no mundo jurídico brasileiro.
Mas a imagem que fica para a opinião pública é de que tudo acabou em pizza?Essa imagem está equivocada. Pode-se dizer que a Câmara Federal não cumpriu com o que deveria porque a maioria, a base do Governo, está mancomunada num grande acordão, absolvendo réus confessos. Agora, houve também uma instituição do Congresso Nacional que deu uma excelente resposta, que foi o relatório da CPI e que vai para a Justiça e terá conseqüências, não vai ficar parado nessa denúncia do procurador. Não acabou nada em pizza.
O senhor é contra ou a favor do voto aberto em votações no Plenário?Sou a favor do voto aberto até porque se tivesse isso, sem dúvida, provavelmente não teria sido absolvido quase nenhum. Muitos dos meus votos são conhecidos, então, sou favorável que abra até para que todos assumam suas responsabilidades e defendam perante a opinião pública aquilo que julgam mais correto.
Sobre eleição presidencial, no congresso nacional que o PPS fez no final de março, o partido reafirmou a posição de pré-candidato à Presidência da República, mas já existem rumores de que o senhor não irá levá-la até o final. A sua candidatura é irreversível?Irreversível só é a morte. Agora, é evidente que o PPS é um partido que tem um projeto nacional de mudança de rumo para o Brasil, de ruptura com a política econômica, de ruptura com essas políticas públicas-sociais compensatórias e de assistencialismo. Nós temos que gerar o desenvolvimento do País, com emprego e renda distribuída para toda a sociedade. São projetos que o PPS tem desde o velho PCB e não vamos abdicar de apresentá-lo, particularmente, num momento em que nos encontramos nessa frouxidão moral. Além disso, a candidatura que faz a polaridade com o PT (a do PSDB, do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin) não muda nada, é a continuação. Nós temos que mudar isso e vamos participar das eleições.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, vem declarando que tem intenção de ampliar o palanque de Geraldo Alckmin (PSDB), criar uma aliança que eles intitularam de “chapa-trator”, além do PMDB e PDT, incluir o PPS ...
Não temos nenhum interesse nisso até porque o PSDB, mesmo sendo de oposição ao Governo, não acredito que tenham proposta de grande mudança. Tal como Lula- depois de ter fraudado a todos nós-, vai querer dar continuidade ao que trouxe até aqui. Nós teremos um novo rumo. O Brasil não pode mais conviver com isso e não acredito que o povo deseje nenhum retorno ao que já tivemos lá no governo do tucanato. E eu acredito que a sociedade brasileira, em 2006, vai dar uma resposta, vai fazer uma limpeza, uma varrição. Nós precisamos dizer que o Brasil tem condições de superar essa tragédia que foi o governo fraudulento de Lula e do PT.
Então, o senhor acredita que há possibilidade de o presidente Lula não ser reeleito em outubro?Eu vou trabalhar para não reelegê-lo até porque sua eleição é um desatino. Como é que eu vou conviver com um chefe de quadrilha? Estou dizendo com todas as letras: essa quadrilha que está sendo denunciada pelo procurador geral da República tinha um chefe que era o principal beneficiário de todas essas malfeitorias, que é Lula. Se alguém não quiser dizer isso, não diga, mas eu estou dizendo com todas as letras: falta um na peça do procurador da República, falta o Ali Babá Luiz Inácio Lula da Silva.
E quando isso acontecerá? Nas urnas?Eu acho que sim. Até porque, agora, o povo não tem forma de dizer, não estão sabendo, mas a indignação está nas ruas. Tem uma parcela grande da população que está vivendo seu cotidiano e a sua sobrevivência, não está interessada em discussão sobre os destinos do País. Quando começar a campanha, aí sim, vai ver que passamos por uma tragédia e não podemos continuar.
Em Pernambuco, apesar das divergências históricas com o PFL, o PPS chegou ao consenso e vai apoiar Mendonça Filho. O que explica essa mudança radical?Depois do que esse Governo do PT demonstrou, não tem mais paradigma de alguém vir me dizer que nós vamos votar com A, com B ou com C. Esse governo do PT junto com alguns dos partidos do mensalão - que hoje se tipifica como crime penal, uma quadrilha de criminosos que assaltou para permanecer no poder - eu não tenho que está discutindo com quem é que nós vamos nos aliar. Uma coisa é certa, não vamos nos aliar com quadrilheiros.
O senhor acha que o PPS vai entrar de corpo e alma na campanha do governador Mendonça Filho (PFL)?Creio que sim, até porque esta é uma boa tradição que o partido tem. Desde o velho partidão, os nossos militantes, quando assumiam um compromisso, cumpriam. Isso faz parte da nossa história, não vamos romper com isso. Se assumimos a responsabilidade de indicar, essa indicação significa o nosso envolvimento, caso contrário, não haveríamos indicado, não nos envolveríamos, estaríamos fora dessa aliança.

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