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terça-feira, março 01, 2022
Enorme comboio russo se aproxima de Kiev; veja os últimos acontecimentos da guerra na Ucrânia
Guerra da Ucrânia deve acelerar inflação da comida no Brasil e preocupa Paulo Guedes
por Nathalia Garcia e Vinicius Torres Freire | Folhapress
A guerra na Ucrânia deve fazer com que a inflação da comida volte a acelerar no mundo e, claro, nos Brasis. Os preços de trigo, milho e soja deram saltos nesta segunda-feira (28) em vários mercados dessas commodities, em Chicago e em Londres. Milho e soja mais caros também salgam o preço de rações, logo de carnes, e também de óleos.
Os preços do milho subiram mais de 5,5%; da soja, em torno de 3,5%; do trigo, quase 10%. A Rússia e a Ucrânia exportam cerca de 30% do trigo comprado no mercado mundial e pouco mais de 20% do milho.
As exportações desses dois países podem ser prejudicadas pelas ruínas causadas pela guerra, pelas dificuldades de financiamento provocadas pelas sanções ao sistema financeiro russo e pelo bloqueio dos portos da Ucrânia pela Marinha de guerra russa.
O ministro Paulo Guedes (Economia) disse nesta segunda estar preocupado com a pressão inflacionária mundial devida à guerra.
"No caso da Ucrânia, a questão são os grãos; da Rússia, são os fertilizantes, no que diz respeito ao Brasil. Estamos preocupados com a inflação mundial. É muito mais o impacto na economia global, porque estamos começando a nos recuperar da pandemia. Então, não é nada bom para o mundo", afirmou em entrevista à TV Bloomberg, especializada em informações econômicas e financeiras.
A Rússia é o maior exportador mundial de fertilizantes. As sanções americanas contra bancos russos por ora excluem negócios com produtos agrícolas, assim como permitem transações relativas à produção e ao comércio de energia, entre outros. No entanto, também é possível que dificuldades de pagamentos e financiamentos do comércio desses produtos causem escassez, atrasos e altas de preços.
"O mundo está em desaceleração sincronizada. A inflação está crescendo em todo o mundo, e isso poderia agravar o futuro da economia global", continuou o ministro.
Segundo Guedes, a inflação brasileira é fruto, sobretudo, da inflação global, e usou os Estados Unidos como comparativo. "Não há pressão inflacionária. A inflação no Brasil passou de 3% para 10%. A inflação nos Estados Unidos foi de 0% a 7%. Então, basicamente é inflação global", disse.
A prévia da inflação oficial no Brasil teve variação de 0,58% em janeiro e segue em dois dígitos no acumulado de 12 meses, com 10,20%, apontam dados do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15). Nos Estados Unidos, a inflação chegou a 7,5%, a maior alta em 40 anos.
Já a inflação de alimentos no país chegou a 19,1% ao ano em fevereiro de 2021 (de "alimentos no domicílio", segundo o IPCA-15). Em janeiro, ainda crescia em ritmo veloz, mas desacelerara para 8,5% ao ano. Em fevereiro, voltou a acelerar, para 9,5%.
Em um ano, os preços do milho no mercado mundial aumentaram mais de 25%; o da soja, 17%; do trigo, 42%. No entanto, apenas em dois meses deste 2022, a cotação do milho subiu quase 18%. A da soja mais de 22%; a do trigo mais de 18%. A guerra teve influência maior nessa disparada.
O barril de petróleo (tipo Brent) foi cotado ontem a US$ 101,1, em alta de 3% no dia. Neste ano, a alta acumulada é de quase 30%.
A equipe de Guedes teme que o avanço nos preços internacionais do petróleo intensifique a busca do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do Congresso por iniciativas populistas e, na prática, ineficazes para tentar segurar os preços dos combustíveis.
Hoje, as medidas estão concentradas na desoneração dos tributos federais sobre o diesel e na mudança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A possibilidade de um pico de inflação no auge da campanha eleitoral havia impulsionado a decisão de Bolsonaro de patrocinar a PEC do corte de tributos sobre os combustíveis.
Os preços dessas commodities no Brasil refletem as condições do mercado mundial —?sejam grãos ou o petróleo vendido pela Petrobras e cotado por política declarada da estatal a valores de "paridade internacional". Uma valorização do real em relação ao dólar poderia conter a disparada da carestia de grãos básicos, carnes e combustíveis. Mas o modesto avanço da moeda brasileira neste ano fica muito atrás da inflação de commodities.
Paulo Guedes também negou que haja pressão fiscal, afirmou que o déficit primário brasileiro recuou de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020 para 0,4% do PIB em 2021 e disse ainda que o gasto social está dentro do teto.
A expectativa da equipe econômica é de queda na inflação, segundo o ministro, que diz acreditar que o Brasil pode novamente "surpreender para o positivo". "Estou mais preocupado com vocês", comentou.
"O Fed [Federal Reserve] está bem atrás da curva, o BCE [Banco Central Europeu] também. Estou muito preocupado sobre vocês aqui, o Fed está dormindo no volante e a inflação global está chegando", disse. Na opinião de Guedes, ambos estão atrasados no combate à inflação.
O titular da Economia comentou o aumento do preço dos grãos em viagem a Nova York, nos Estados Unidos. Aproveitou o feriado de Carnaval para realizar contatos com bancos de investimento e investidores institucionais, em Nova York, nos Estados Unidos.
Ao ser questionado sobre a posição "neutra" do presidente Jair Bolsonaro sobre a guerra, o ministro ressaltou o posicionamento oficial do país.
"O Brasil, no Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas], votou duas vezes —e votaremos de novo—? condenando a invasão da Ucrânia. Ao dizer isso, nós desejamos que, de forma pacífica, a situação seja resolvida o mais rápido possível", declarou.
No domingo (27), o presidente Bolsonaro defendeu que o Brasil permaneça neutro no conflito. "Nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá", afirmou o presidente brasileiro durante entrevista coletiva em um hotel em Guarujá (SP).
Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, nesta segunda (28), o Brasil condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia. O embaixador Ronaldo Costa Filho pediu que os órgãos das Nações Unidas trabalhem conjuntamente em busca de soluções. "Estamos sob uma rápida escalada de tensões que pode colocar toda a humanidade em risco. Mas ainda temos tempo para parar isso."
No período da tarde, o Brasil voltou a criticar o risco de escalada de tensões em reunião do Conselho de Segurança.? "As severas sanções podem trazer efeitos na economia global com consequências sentidas muito além da Rússia. Possivelmente, as populações nos países em desenvolvimento serão as que vão sofrer mais", disse João Genésio de Almeida Filho, representante permanente alterno do país na ONU.
Bahia Notícias
Feira: Operação apreende mais sete equipamentos em casos de poluição sonora
A operação de combate à poluição sonora em Feira de Santana apreendeu sete equipamentos sonoros entre os dias 24 e o domingo (27). A informação foi divulgada pela prefeitura nesta segunda-feira (28) e faz parte de mais um balanço da operação Feira Quer Silêncio. Durante a fiscalização, uma pessoa foi encaminhada à polícia por conta de desobediência.
Os bairros fiscalizados neste último período foram os de: Lagoa Salgada, George Américo, Mangabeira, Tomba, Queimadinha, Panorama, Campo Limpo, Gabriela e o Calumbi. Segundo a Lei Complementar 120/18, é considerado abuso o volume do som acima de 70 decibéis, de dia, e de 60 decibéis, à noite.
Ainda segundo a prefeitura, donos de estabelecimentos podem solicitar a fiscalização do volume de som com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam). Na data programada, que deve coincidir com a data de um show, fiscais do órgão vão ao local e aferem o volume sonoro com uso de um decibelímetro.
O objetivo é fazer com que os estabelecimentos se adequarem à lei. Nos casos de respeito à medida, o local recebe o selo Som Legal. Moradores também podem fazer denúncias de poluição sonora pelo canal Fala Feira 156 ou pelos telefones 153 (Guarda Municipal) e o 190 (Polícia Militar).
Nota da redação deste Blog - Nas cidades onde a civilização já chegou, onde o povo sabe conviver em sociedade, onde o prefeito tem autoridade, a poluição sonora é combatida como nessa matérai acima exposta.
Levando-se em conta que Jeremoabo é banda voou, com um brefeito alheio a tudo de ineresse da coletividade, quem não " aguentar se deite" palavras do " ilustre " (des)governo.
Bolsonaro diz que, com vistos humanitários, o Brasil receberá ucranianos em fuga da guerra
Publicado em 28 de fevereiro de 2022 por Tribuna da Internet
Luiz Felipe Barbiéri
G1 Brasília
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (28) que o Brasil concederá vistos humanitários para receber ucranianos que deixarem o país em razão da guerra motivada pela invasão do país pela Rússia. Segundo ele, até esta terça-feira, será publicada uma portaria conjunta dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores que permitirá acolher ucranianos em fuga da guerra.
“Vamos abrir a possibilidade de ucranianos virem para o Brasil através do visto humanitário, que é a maneira mais fácil de vir para cá”, declarou o presidente em entrevista ao vivo para a rádio Jovem Pan. “Estamos dispostos a receber ucranianos”, afirmou.
FUGA EM MASSA – Segundo informações da Organização das Nações Unidas (ONU), 422 mil pessoas deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa, há cinco dias. Na entrevista à rádio, Bolsonaro não informou o número de ucranianos que admitirá receber.
Bolsonaro ainda não disse se é contrário à invasão da Ucrânia pelos russos, embora o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho tenha votado a favor da resolução que condena a Rússia pela conflito.
Neste domingo (27), em entrevista no Guarujá, onde passa o feriado de carnaval, o presidente afirmou que o Brasil adotará um posicionamento “neutro” em relação ao conflito.
DIPLOMATA CRITICA – Nesta segunda-feira, a declaração foi objeto de comentário do encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, para quem Jair Bolsonaro “está mal informado”.
Em entrevista à GloboNews, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, disse que, ao falar em “neutralidade”, Bolsonaro queria dizer “imparcialidade”. “Não é no sentido de indiferença. A posição do Brasil é uma posição balanceada”, afirmou França.
O diplomata Tkach afirmou que “seria interessante” Bolsonaro conversar com o presidente ucraniano “para ver outra posição e ter uma visão mais objetiva”.
NÃO TEM CONVERSA – Na entrevista à rádio, Jair Bolsonaro afirmou que não tem o que conversar com Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia.
“Nós temos que ter equilíbrio. Vamos resolver o assunto, não vai ser na pancada. Afinal de contas, você está tratando com uma das maiores potências bélicas nucleares de um lado. Do outro lado, está a Ucrânia, que resolveu abrir mão de suas armas no passado. Alguns querem que eu converse com o Zelenski, o presidente da Ucrânia. Eu, no momento não tenho o que conversar com ele”, declarou.
Na semana anterior à do início do conflito, Bolsonaro fez uma visita à Rússia e se encontrou com o presidente Vladimir Putin, a quem manifestou solidariedade.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O chanceler Carlos França é bem diferente de seu antecessor, o americanófilo Ernesto Araújo, de triste memória. França usou uma expressão adequada, ao citar “imparcialidade”, ao invés de “neutralidade”, para amenizar as críticas a Bolsonaro, que, de forma surpreendente, está agindo corretamente na política internacional, pela primeira vez. Como se dizia nos bons tempos, antes tarde do que nunca. (C.N.)
Depois de uma era viciada em mitos, é bom que o debate seja baseado nas evidências
Publicado em 28 de fevereiro de 2022 por Tribuna da Internet
João Gabriel de Lima
Estadão
“Evidências” não é apenas a música mais cantada nos karaokês da pequena Tóquio encravada no centro de São Paulo. A palavra é recorrente no jargão acadêmico atual, a ponto de ser a marca da nova geração de intelectuais brasileiros. Dizer que o conhecimento se baseia em evidências é, claro, uma obviedade.
Toda boa pesquisa acadêmica se assenta em fatos. Num país onde as “fake news” se tornaram moeda corrente, no entanto, a “geração evidências” se destaca por trazer algum rigor à conversa.
CARTÃO DE VISITAS – Será lançado na próxima semana o livro “Reconstrução”, um belo cartão de visitas da “geração evidências”. Ele reúne ensaios sobre o Brasil escritos por intelectuais que juntam as duas características: o amor pelos fatos e – como destaca o economista Persio Arida no prefácio – a juventude. A média de idade dos autores é 34 anos. A orelha do livro ficou a cargo de Arminio Fraga.
O livro, organizado por João Villaverde, Laura Karpuska e Felipe Salto – os dois últimos são colaboradores fixos do Estadão –, nasceu de uma angústia.
“Todos víamos a destruição que este governo vem perpetrando em várias áreas das políticas públicas”, diz João Villaverde, professor da Fundação Getúlio Vargas e entrevistado no minipodcast da semana. “Montamos um grupo para ver o que poderíamos fazer a respeito.”
POLÍTICAS ÓBVIAS – A constatação do grupo é de que há, nas academias, nos “think tanks”, e até tramitando no Congresso, um número enorme de políticas bem desenhadas e baseadas em evidências, do meio ambiente à educação, da saúde ao combate às “fake news”. Os artigos de “Reconstrução”, assim, não se resumem a críticas e diagnósticos. “Todos eles trazem pelo menos uma solução prática para os problemas apresentados”, diz Villaverde.
A “geração evidências” sucede, no debate brasileiro, não apenas à de Persio e Arminio, mas também à “geração Cebrap” – a dos intelectuais que lutaram pela redemocratização, que teve entre seus expoentes Fernando Henrique Cardoso e Paul Singer. Singer e Cardoso, aliás, mantiveram um diálogo produtivo ao longo da vida, apesar de divergirem nas posições políticas – um foi para o PT, outro fundou o PSDB. É sempre assim: os inteligentes dialogam, enquanto os obtusos se refugiam nas bolhas da polarização.
Como Fernando Henrique e Paul Singer, ou Arminio Fraga e Persio Arida, alguns dos autores de Reconstrução certamente entrarão na política – o lugar onde, nos regimes democráticos, as ideias se tornam realidade. Serão bem-vindos. Depois de uma era viciada em mitos, paranoia e conspirações, teremos um ganho se o debate do futuro for baseado em evidências.
segunda-feira, fevereiro 28, 2022
O que quebra a Prefeitura são os cabides de empregos para atender os conchavos políticos, diz Dedé Montalvão
Luiz Brito DRT BA 3.913
Foto DivulgaçãoAs nomeações feitas pelo prefeito Derisvaldo José dos Santos (PP), provocaram reação do jornalista Dedé Montalvão revelada na edição desta terça-feira (28) do seu Blog. Tudo isso acontecendo e nenhum vereador fala sobre os impactos negativos provocados pelo excesso de cargos comissionados na atual gestão do prefeito Derí do Paloma e das consequências que o Município tem sofrido por causa dos cabides de emprego na Prefeitura de Jeremoabo.
O que quebra a Prefeitura são os cabides de empregos para atender os conchavos políticos, diz Dedé Montalvão. Essa omissão dos vereadores já está causando náuseas.O Derí não deu reajuste aos professores alegando que não tem dinheiro, mas se está nomeando é porque tem dinheiro. Não existe crise!, concluiu.
Nota da redação deste Blog - "O tempo deixa perguntas, mostra respostas, esclarece dúvidas, mas, acima de tudo, o tempo trás verdades" (https://br.pinterest.com/)
A verdade é que o prefeito Deri do Paloma desmente a si mesmo quando diz que não exuste dinheiro para pagar a insalubridade do pessoal a saúde, para conceder o aumento do funcionalismo, para pagar o reajuste de 33,24% piso salarial dos professores da educação básica.
Como é que não tem dinheiro se nunca parou de encharcar a folha do pessoal com abusivas nomeções de cargos comissionados, com inúmeras contratações sem o devido concursos público, com o nepotismo desenfreado, e com nomeações de seus cabos eleitorais?
No mínimo está zombando da inteligência do povo de Jeremoabo.
CPI da Covid cobra Aras e STF e tenta reviver popularidade após 4 meses
por José Marques e Renato Machado | Folhapress
Quatro meses após a aprovação do relatório final, a cúpula da CPI da Covid aposta na pressão sobre o procurador-geral Augusto Aras para tentar destravar os processos contra as autoridades com foro, entre elas o presidente Jair Bolsonaro (PL), e também para manter em evidência as ações da comissão.
Além disso, após o feriado de Carnaval, os senadores prometem reviver um pouco dos populares e polêmicos depoimentos da CPI, que atraíram grande atenção e se tornaram tópicos mais comentados nas redes sociais.
A CPI da Covid concluiu seus trabalhos no dia 27 de outubro, com a aprovação do relatório. O documento sugere o indiciamento de Bolsonaro e outras 77 pessoas, como seus filhos, ministros de Estado e parlamentares.
Desde então, os senadores que integraram o colegiado centraram as suas ações no Observatório da Pandemia, uma instância para acompanhar o andamento das recomendações do relatório, tanto no âmbito judicial como legislativo.
Mais recentemente, a cúpula da CPI -formada por Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP)- declarou guerra a Aras.
"Pela terceira vez, reencaminhamos as provas, agora com o devido detalhamento. Não encontramos agora nenhuma razão para a Procuradoria-Geral da República se manter inepta", afirmou Randolfe na quarta-feira (23).
O parlamentar se refere ao pedido mais recente de Aras, de que as informações levantadas pela CPI fossem enviadas com maior detalhamento, indicando de forma separada os supostos autores de crimes, as provas e as tipificações. O material foi enviado.
Os membros da comissão reclamam da série de petições enviadas por Aras ao Supremo Tribunal Federal, que eles consideram meramente protelatórias. Apontam que nenhuma outra instância do Ministério Público exigiu tal detalhamento e que as investigações avançaram nas mãos dos outros procuradores.
Procurada, a PGR diz que desde dezembro do ano passado tem dado seguimento à apuração realizada pela CPI, "como já foi amplamente informado".
A pressão exercida pela CPI para que as investigações tenham encaminhamento rápido tem sido feita por diversos meios.
O principal são críticas públicas a Aras e até ameaça de pedido de impeachment contra ele. O chefe do Ministério Público também foi alvo de dois requerimentos de convite para prestar esclarecimentos no Legislativo. Como se trata de convite, a presença não é obrigatória.
Senadores pretendem continuar aprovando requerimentos para dar pretexto a um eventual pedido de impeachment, argumentando que Aras teve a oportunidade e se recusou a explicar a falta de ações.
Também houve um pedido de investigação de Aras por suposta prevaricação em inquérito conduzido pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que também investiga o presidente Jair Bolsonaro.
Tanto o impeachment como a investigação são improváveis. Logo após o pedido de Randolfe, o ministro Dias Toffoli decidiu em outra ação que juízes e integrantes do Ministério Público não podem responder por crime de prevaricação no exercício da função.
Mas parte das cobranças feitas por Randolfe, Renan e Omar tem surtido efeito, ainda que pequeno.
Em 9 de fevereiro, o trio se reuniu com o presidente do Supremo, Luiz Fux, para pedir que as dez petições encaminhadas à corte após a entrega do relatório final fossem retiradas do sigilo e transformadas em inquérito.
O pedido dos senadores é incomum, já que é a Procuradoria-Geral da República quem deve, em geral, fazer essa solicitação ao Supremo. Além disso, as petições foram distribuídas a seis outros ministros relatores, e não a Fux.
No STF, os relatores são Rosa Weber, Kassio Nunes Marques, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski.
Fux não disse aos senadores, à época, se tomaria alguma decisão.
Em decisão assinada na última quarta (23), Kassio atendeu a pedido da PGR e levantou o sigilo da petição a respeito de suspeitas sobre o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
No mesmo dia, Rosa Weber também determinou a retirada do sigilo da petição que apura, preliminarmente, se Bolsonaro cometeu crime de charlatanismo. A ministra deu cinco dias para o presidente se manifestar nos autos.
"Mostra-se inequívoco o interesse da sociedade em acompanhar os desdobramentos do relatório final apresentado pela Comissão Parlamentar de Inquérito em questão, máxime quando em jogo ações supostamente ilícitas cuja prática, em tese, foi atribuída à pessoa do chefe de Estado", disse.
Em paralelo, os membros da CPI decidiram "invadir" a Comissão de Direitos Humanos e usá-la também como forma de fiscalizar as ações do governo na pandemia. A comissão é presidida por Humberto Costa (PT-PE), um dos membros de maior destaque na CPI.
"Quero pedir a anuência dos senadores que compõem a Comissão de Direitos Humanos para que possamos utilizar esta comissão para que, junto com o Observatório da CPI, a gente possa trazer algumas pessoas para explicar algumas questões que estão aí, depois de cem dias, sem explicação nenhuma", disse recentemente em sessão da comissão Omar Aziz.
O primeiro depoimento da nova fase aconteceu sem muito alarde, com o diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres.
As polêmicas e discussões devem ficar guardadas para os próximos, previstos para depois do Carnaval. Isso porque a comissão aprovou a convocação dos ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
Queiroga vai precisar explicar nota da Saúde que defendeu o chamado kit Covid e questionou a eficácia das vacinas. Damares, por sua vez, será duramente questionada pelas ações de sua pasta contra o passaporte vacinal.
O uso da Comissão de Direitos Humanos foi decidido após uma tentativa frustrada de criação de uma nova CPI da Covid, dessa vez para investigar principalmente falhas na vacinação infantil. O requerimento, no entanto, não obteve as 27 assinaturas necessárias e acabou retirado.
Procurada, a PGR informou por meio de nota que adotou medidas desde o ano passado. Inicialmente, afirma, elas tiveram o propósito de garantir a entrega do material colhido pelos parlamentares conforme os requisitos legais para indiciamento.
Ou seja, diz, com "correlação individualizada de fatos e provas que sustentam as imputações".
Com a entrega desses pedidos pela CPI no último dia 18, a PGR diz que se abre a possibilidade de análise da higidez e cadeia de custódia das provas pela Polícia Federal e Ministério Público, para decidir quais providências serão tomadas.
"Nesse momento, a PGR tem enviado aos relatores das PETs no Supremo Tribunal Federal manifestações requerendo a abertura de prazo de 15 dias para que os indiciados possam 'requerer ou apresentar novos elementos de prova a respeito dos fatos investigados'", diz o órgão.
"Tal medida está prevista no regramento que trata dos inquéritos policiais."
Bahia Notícias
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