Publicado em 7 de junho de 2023 por Tribuna da Internet
Pedro Gil
Veja
O Planalto até conseguiu aprovar o que restou da medida provisória que reorganiza a Esplanada dos Ministérios, mas o ministro Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, teve pouco destaque e sua atuação segue em xeque no Congresso.
“Ele entende de movimentos sociais e conselhão. Parlamento não é praia dele. Fala muito e não resolve nada”, afirmou um líder da base aliada à Veja.
TROCA-TROCA – Com tanta resistência, Padilha parece com os dias contados. Na Câmara, há quem defenda o nome de José Múcio Monteiro, atual ministro da Defesa, para a Secretaria de Relações Institucionais, com a volta do senador Jaques Wagner ao Ministério da Defesa.
Com isso, Padilha voltaria a ser deputado federal. Múcio Monteiro tem bom trânsito com o Centrão e já ocupou o cargo.
Diante da irritação do Centrão e do círculo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os defensores de Padilha dizem que ele cumpre exatamente o que se espera dele. Freia a cobrança por mais toma-lá-dá-cá. “Que reclamem do Padilha, o trabalho dele é justamente segurar a fome dessa turma”, resumiu um aliado do presidente Lula da Silva no Congresso.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O fato concreto é que a articulação política, no Brasil, é atividade direta do presidente da República, com apoio do chefe da Casa Civil. O presidencialismo de coalizão não permite delegação de tais poderes, mas o governo petista resolveu inventar essa moda, que não tem a menor chance de funcionar, conforme o semipresidencialista Arthur Lira está cansado de explicar, em sua permanente tentativa de repor o presidente da República na inafastável função de articulador político de seu próprio governo.
Somente agora Lula decide assumir a articulação política. O problema é que ele estava por demais atarefado em resolver as maiores questões mundiais, como a Guerra da Ucrânia e a recuperação das economias falidas da Argentina e da Venezuela, além atender às exigências e caprichos de dona Janja, e praticamente não tinha mais tempo para a política nacional, que agora deve parecer pouco importante para um socialista refinado, como ele se autodefine. (C.N.)