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domingo, abril 02, 2023

Militar pagou excesso de bagagem por trazer "presentes" para Bolsonaro, diz colunista

Sábado, 01/04/2023 - 17h40

Por Redação

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Foto: Reprodução

O militar Marcos André dos Santos Soeiro, que foi barrado pela Receita Federal ao tentar entrar ilegalmente no Brasil com joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, disse à Polícia Federal (PF) que precisou pagar excesso de bagagem para trazer ao país "tantos presentes" ofertados pelo governo da Arábia Saudita ao Estado brasileiro no governo Jair Bolsonaro (PL).

 

Soeiro era assessor do então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. Em outubro de 2021, após viagem da equipe do ministro à Arábia Saudita, sem a presença do ex-presidente Bolsonaro, o Fisco apreendeu um pacote de joias que estava na bagagem do grupo, por tentativa de entrada ilegal no país. A informação é do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. https://www.metropoles.com/brasil/politica-brasil/militar-pagou-excesso-de-bagagem-por-trazer-presentes-para-bolsonaro

 

O assessor disse que, ao regressar ao Brasil, o grupo trazia, além das joias, coisas como “caixas grandes com muitas frutas, cafés e óleos”. Alguns desses itens também foram retidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

À PF, o ex-assessor de Bento Albuquerque relatou como recebeu as joias para trazê-las ao Brasil. Segundo ele, no último dia da missão oficial na Arábia Saudita, em 25 de outubro de 2021, Bento Albuquerque participou de um jantar restrito oferecido pala família real saudita, evento que, segundo ele, se estendeu até tarde.

Às 23h, Soeiro falou por telefone com o ex-ministro, pois o retorno ao Brasil estava programado para ocorrer em poucas horas. Albuquerque teria dito a ele que “o príncipe regente saudita falou que enviaria ainda um outro presente para o hotel, porém, o ministro disse não saber o que era”.

O ex-assessor afirmou à PF que, por volta de meia-noite, um emissário do príncipe foi ao hotel onde a comitiva brasileira estava hospedada com duas caixas embrulhadas em papel especial com brasão da família real.

 

Soeiro telefonou para Albuquerque, que ainda se encontrava no jantar oficial, para informar que “as caixas chegaram e estavam lacradas”. Diante da quantidade de presentes, o ex-assessor avisou que não tinha mais espaço na sua bagagem.

 

O ministro, então, decidiu que levaria um pacote e que o assessor transportaria o outro. Apenas o ajudante foi retido pela Receita ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

 

Ao passar pela alfândega no Brasil, o ex-assessor foi selecionado por um servidor da Receita para uma inspeção. Bento Albuquerque seguiu normalmente.

 

O representante do Fisco avisou que faria a abertura das caixas, “pois aparentava ter joias”. Bento Albuquerque, que não estava mais no local, decidiu retornar e afirmou que tratava-se de um presente para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas peça foi retida e lá permanece até hoje.

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