Publicado em 6 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet
Luiz Recena Grassi
Correio Braziliense
Um réveillon de doidos para os analistas civis e militares. Aqueles porque sabem pouco e estes porque sabem muito e não conseguem os explicar detalhes de uma guerra que já dura mais de dez meses. A situação ficou tão paradoxal na Ucrânia que, agora, se trata de qual dos belicosos está mais atrasado na corrida dos armamentos para a primavera, na preparação das tropas e no encaixe de dinheiro nos cofres de cada um.
Por exemplo, a CNN, a serviço do Departamento de Estado dos EUA, garante os detalhes de guerra e diz que tudo está a favor da Ucrânia. Será?
MAIOR E MAIS FORTE – Os analistas militares, mais sóbrios, lembram que tudo é maior e mais forte na Rússia: número de drones, mísseis e agora de tanques; sem falar de dinheiro e de novos aliados, bem como apoios tipo a China. Na verdade, os ingleses e americanos garantiram linhas de defesa da Ucrânia muito bem organizadas, embora exista um vai e volta entre os guerreiros.
A Ucrânia temia novos ataques em 2022 e no começo do ano de 2023. Mas os ucranianos por hora aguentam, dizem os londrinos.
Putin abre um cessar-fogo e os ucranianos não aceitam. Assim, os russos devem atacar com toda a força ou parecerão fracos. É isso que quer a Europa e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), além de outros bem conhecidos. Os russos atacarão, portanto. Resta saber data, onde e quando. A Ucrânia está enfraquecida, dizem outros. Armas escasseiam e é difícil repará-las em outros países, como a Polônia.
MAIS DÚVIDAS – As forças ucranianas podem até estar debilitadas, resta saber o tamanho dessa debilidade. De novo há muita especulação. A Ucrânia terá dificuldades de produzir armas, principalmente drones e mísseis. Os russos querem armamento mais novo e moderno no terreno, além de nova movimentação de qualidade de soldados em maior número no ataque e na defesa.
Chineses mostram-se alinhados com a Rússia e com seus propósitos, sem nenhum tipo de movimentação bélica. Ao contrário de escaramuças e de falsos conceitos, cinismo; as duas casas – uma russa. outra ucraniana – e a sua correspondente metáfora fazem sentido:
Elas brigam, se separam e ao fim vão procurar aliados para brigar com o vizinho. Passam longos períodos nessa busca. Até encontrar um amigo para chamar de seu. Essa metáfora já fez correr muito sangue, muito ódio e bombas. Só não se ouve falar em paz. O que se teve esta semana não passa de argumento falso. De americanos, ingleses, OTAN e dos 27 da União Europeia. Tudo se mantém no mesmo nível de argumentação. Falsa. Só o blefe se mantém.