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quinta-feira, julho 21, 2022

PT fareja o perigo e reage nas redes sociais para evitar que Bolsonaro ganhe eleitores

Publicado em 21 de julho de 2022 por Tribuna da Internet

TRIBUNA DA INTERNET

Charge do Nani (nanihumor.com)

Ricardo Corrêa
O Tempo

Apesar de falas públicas com demonstrações de confiança na eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno, petistas andam preocupados com os efeitos eleitorais da PEC Kamikaze, ou PEC das Bondades, cuja promulgação foi feita na última semana. Por causa disso, uma campanha intensa foi deflagrada nas redes para convencer a população de que seus benefícios são temporários e vão cessar no fim do ano.

Ao contrário do que se viu com a criação do Auxílio Brasil, o potencial da medida para crescer a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) é bem mais real e, por isso, a ordem foi fazer uma reação imediata e coordenada.

CONTRA-ATAQUE – Os principais motes da campanha; que é divulgada por meio de diversos vídeos nas redes do PT, é reforçar a temporariedade da medida e falas antigas do presidente Jair Bolsonaro sobre programas assistenciais.

Os petistas e seus aliados formais e informais fizeram vídeos em que relembram Bolsonaro chamando o Bolsa Família de “bolsa farelo” e dizendo que seus beneficiários eram pessoas que não produziam nada para o país. Além disso, reforçam o tempo inteiro que o benefício termina em dezembro e que o eleitor “ficará na mão” depois de escolher Bolsonaro apenas por conta da medida.

Também há o reforço, por meio de vídeos antigos, de que o governo foi contra o auxílio de R$ 600 proposto pela oposição lá atrás, e em caráter permanente. Um dos vídeos ainda aponta que, se o aumento do Auxílio Brasil e outras medidas só foram tomadas pelo fato de Lula estar na frente das pesquisas, então o petista é o verdadeiro responsável por eles.

FURAR A BOLHA – Apesar de todo o esforço da tropa petista, não é fácil garantir que a narrativa feita pela oposição impactará diretamente quem vai passar receber algum benefício ampliado, seja o Auxílio Brasil maior, um vale-gás turbinado, o voucher caminhoneiro ou o auxílio para taxistas.

O Brasil real está muito distante dos debates feito nas redes, que geralmente tendem a ter dificuldade de furar a bolha.

A injeção de dinheiro na economia por programas sociais costuma trazer um benefício ao candidato à reeleição por meio da melhora do humor do cidadão comum, que não acompanha a política diariamente e que, na época da eleição, vota de acordo com o sentimento que tem naquele momento sobre sua vida e a economia do país. Isso independe de quem é o responsável por medidas que melhorem subjetivamente esse humor.

OUTRA REALIDADE – Se lá atrás, com a criação do Auxílio Brasil, não houve uma melhora consistente dos índices de intenção de voto do presidente, como temos ressaltado, a situação agora é um pouco diferente.

A criação do Auxílio Brasil para R$ 400 em substituição ao Bolsa Família de R$ 190 veio no momento em que muito mais gente deixava de receber os R$ 600 do auxílio emergencial que havia sido criado antes por causa da pandemia.

Então, para muita gente houve uma redução ou até mesmo o encerramento das esperanças de voltar a receber o benefício. Assim, Bolsonaro não herdou votos imediatamente. O que se viu meses mais tarde, e que inicialmente, atribuía-se ao Auxílio Brasil ampliado, era na verdade efeito das mudanças de cenário, com a saída de concorrentes da disputa eleitoral.

BENEFÍCIO ELEITORAIS – Agora os benefícios tendem a ser positivos em vários aspectos. Há quase 2 milhões de pessoas que estavam na fila para receber o Auxílio Brasil e passarão a receber. Os que receberão R$ 600 em agosto estavam recebendo R$ 400 e o voucher caminhoneiro vem no momento em que o combustível também tem redução de preço por conta do corte de impostos estaduais.

O tamanho dessa melhora do presidente nos índices de intenção de voto ninguém sabe hoje qual será. Com uma rejeição brutal, ele terá dificuldades de subir demais. Mas em um momento em que petistas contavam com uma vitória em primeiro turno, essa hipótese hoje torna-se bem menor.

E com o agravante para eles que, quando mais tempo de campanha tivermos, mais tempo haverá para que, do comando do Palácio do Planalto o presidente maneje a realidade de modo a reagir. É por isso que o PT fareja o perigo.a


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