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domingo, julho 03, 2022

Lula à frente de Bolsonaro em SP, em MG e no RJ: Possíveis sombras na transmissão da faixa presidencial

Publicado em 3 de julho de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Miguel Paiva (brasil247.com)

Pedro do Coutto

Levantamentos do Datafolha publicados na edição de ontem, sábado, da Folha de S. Paulo, revelam que o ex-presidente Lula da Silva encontra-se à frente de Jair Bolsonaro em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, os três maiores colégios eleitorais do país.

Em São Paulo, reportagem de Carolina Linhares, Lula tem 43% das intenções de voto contra 30% de Bolsonaro. Em Minas Gerais, matéria também de Carolina Linhares, Lula lidera com 48% contra 28% de Bolsonaro. Os levantamentos mostram que em São Paulo e no Rio, Ciro Gomes aparece em terceiro lugar com 8 pontos. No Rio de Janeiro, Lula lidera com 41% contra 34% de Bolsonaro.  

GRANDE VANTAGEM – Os três maiores redutos eleitorais somam 49% do eleitorado global e, no Nordeste, a vantagem de Lula sobre Bolsonaro é muito mais alta, como revelou pesquisa anterior do Datafolha na última semana. Os levantamentos do Datafolha, na minha opinião, não deixam dúvida de que se as eleições fossem hoje, Lula da Silva estaria eleito no primeiro turno.

Entretanto, a transmissão da faixa presidencial, pela atmosfera que está se verificando, vai apresentar problemas, uma vez que Bolsonaro dificilmente a transmitirá, como a lei prevê, ao seu sucessor.

A reportagem, muito importante, de Manoel Ventura, Jussara Soares, Camila Zarur, Henrique Gomes Batista, Sèrgio Rôxo, Gustavo Schmitt e Guilherme Caetano, O Globo, revela que a ofensiva de Jair Bolsonaro nas finanças públicas atingem não somente R$ 41 bilhões, mas na realidade R$ 343 bilhões, incluindo os reflexos na valorização do dólar e nas exonerações fiscais que se voltam para diversos setores da economia.

COMPENSAÇÃO – Além de tudo, provavelmente representantes das empresas de ônibus incluíram – vejam só os leitores –  no pacote da emenda constitucional, compensação pelo transporte gratuito de pessoas acima de 65 anos. Na verdade, essa gratuidade, principalmente no Rio e em São Paulo, já está embutida no cálculo das tarifas e é facilmente identificável pelos cartões que os idosos possuem de utilizar os ônibus como meio de transporte.

O valor assinalado pela matéria, representa efetivamente cerca de 8% de todo o orçamento federal, cujo total é de R$ 4,8 trilhões. Já em plena campanha, a reportagem assinala que em Salvador,  ao lado do candidato ao governo da Bahia, João Roma, Bolsonaro esteve num comício levantando ao alto como bandeira de campanha a cesta básica de alimentos distribuída para a população de baixa renda.

EXCLUÍDOS –  Na minha opinião, dificilmente a concessão de benefícios se traduz em votos, sobretudo porque enquanto muitos são beneficiados, outros tantos ficam de fora e, portanto, insatisfeitos com o fato de não terem sido atingidos pelos benefícios, Mas, fica no ar a sensação, reforçada pela pressão do ministro da defesa, Paulo Sergio Nogueira, sobre o TSE que Bolsonaro armou ou está armando um esquema para antecipadamente contestar o resultado das urnas.

Outro aspecto que me leva a não acreditar nos privilégios do pacote colossal de R$ 343 bilhões é que ele representa diretamente o fracasso de uma política social que deixou de ser realizada há três anos e meio. Agora, em seis meses, o governo tenta recuperar o tempo perdido.No meio da tempestade, uma constatação; nunca vi ao longo de 65 anos de jornalismo, aprovar-se uma emenda constitucional com duração prevista para apenas seis meses.

ILEGITIMIDADE – Em longa entrevista a Renato Machado e Idiana Tomazelli, Folha de S. Paulo, o senador José Serra classificou de ilegitimidade absoluta a emenda constitucional aprovada pelo Senado e, na semana que se inicia, pela Câmara dos Deputados, sobre o pacote de vantagens criadas para efeitos apenas nas urnas de outubro.

Serra culpa o presidente Jair Bolsonaro, os senadores que votaram a emenda, e também os deputados que forem pelo mesmo caminho. “Aquele que rasga a Constituição num dia, no outro rasgará direitos”, afirmou. Serra referiu-se, portanto, tacitamente, à provável tentativa de Bolsonaro após a derrota nas urnas de empenhar-se contra a posse do eleito, como inclusive começou a preparar um falso terreno opondo-se às urnas eletrônicas, e para isso  tentando mobilizar as Forças Armadas através do ministro da Defesa.

TETO DE GASTOS – No campo financeiro é estranho o silêncio do ministro Paulo Guedes, uma vez que sempre defendeu uma política que afastasse a estatização de um projeto a ser colocado em prática concretamente. Agora confirma-se a ruptura do teto de gastos, aliás uma peça de ficção.

O teto de gasto é apenas um pretexto e agora um contexto de ruptura no qual se inclui mobilização estatal financeira em busca de votos que faltam nas urnas.

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