Número de feridos russos seria três vezes maior. Diretor do serviço secreto americano avalia que a tendência é a Rússia manter a maior parte do seu efetivo na região do Donbass, no leste ucraniano.
O diretor da Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), William Burns, estima que em torno de 15 mil soldados russos já morreram desde o início oficial da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro. Ele avalia que o número de militares russos feridos em combate pode chegar a 45 mil.
As afirmações foram proferidas na noite desta quarta-feira (20/07) durante uma conferência de segurança em Aspen, no estado do Colorado.
"As mais recentes estimativas da comunidade de inteligência americana apontam para algo próximo de 15 mil [soldados russos] mortos e talvez três vezes mais de feridos. Portanto, um montante significativo de baixas", afirmou Burns. "Os ucranianos também sofreram também, provavelmente um pouco menos do que isso."
A Rússia classifica as mortes de militares como segredo de Estado e não divulgou nenhuma atualização sobre possíveis perdas nos últimos meses. Em 25 de março, o Kremlin informou que 1.351 soldados russos haviam morrido no conflito.
Kiev, por sua vez, anunciou em junho que entre 100 e 200 soldados ucranianos estavam morrendo diariamente nas batalhas.
Aprendendo com fracasso em Kiev
Burns destacou que o fato de as Forças Armadas russas terem deslocado suas tropas do norte para o leste da Ucrânia, na região do Donbass, indica que podem ter aprendido com os próprios equívocos cometidos no início da guerra, quando tentaram tomar a capital Kiev, sem sucesso.
"De certo modo, o que os militares russos fizeram foi retirarem-se para uma guerra mais confortável, em certo sentido, utilizando suas vantagens e poder de fogo de longo alcance para se distanciar e destruir alvos ucranianos de maneira efetiva, e compensar as deficiências de contingente que ainda experimentam", destacou Burns.
Nesta quarta-feira, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, comentou que as "tarefas" militares de Moscou na Ucrânia iriam agora além do Donbass, no sinal mais claro, até hoje, de que a Rússia expandiu seus alvos de guerra.
Deutsche Welle