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quinta-feira, junho 03, 2021

Exército segue o exemplo da impunidade dada a Mourão e deixa de punir o general Pazuello


Ex-ministro Pazuello terá de se explicar ao exército

General Pazuello foi blindado pela proteção do comandante-em-chefe

Vinicius Sassine
Folha

O comando do Exército anunciou nesta quinta-feira (3) que o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, não sofrerá punição por ter participado de um ato com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Em nota, é informado que “o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general”.

ARQUIVAMENTO – “Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do general Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”, diz a nota.

Pazuello foi nomeado na terça-feira (1º) para um cargo na Secretaria de Assuntos Estratégicos, vinculada à Presidência da República. Ele será secretário de Estudos Estratégicos no órgão, segundo edição extra do Diário Oficial da União. O ato de designação de Pazuello foi assinado pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.

O ex-ministro da Saúde também é um dos principais alvos da CPI da Covid, por ter comandado a pasta durante o agravamento da pandemia no país. Ele prestou depoimento ao colegiado, quando blindou o presidente Jair Bolsonaro, e foi reconvocado.

ATO POLÍTICO – No dia 23 de maio, ele participou de um ato político no Rio de Janeiro ao lado de Bolsonaro. Como militar da ativa, a presença do general na manifestação causou constrangimento no comando da Força, e Pazuello teve que apresentar explicações em um processo disciplinar.

Pazuello subiu em um carro de som, no aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, ao fim do passeio de moto de Bolsonaro com apoiadores. Estava sem máscara e falou ao microfone, exaltando o presidente.

A transgressão, levando em conta o que está previsto em lei e o que avaliam integrantes do Alto Comando, teria ocorrido da seguinte forma: Artigo 57: “Manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária.”

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Para isentar Pazuello e aplacar a ira de Bolsonaro, o Alto Comando entendeu que o general da ativa obedeceu ordens do presidente da República, que é comandante-em-chefe das Forças Armadas. Foi uma maneira ardilosa, ilusória e enganadora de evitar a punição de Pazuello, com base nos precedentes do general Hamilton Mourão, hoje vice-presidente da República.

Em 2015, quando estava à frente do Comando do Sul, Mourão esculhambou a presidente Dilma Rousseff, que diz ter sido torturada no regime militar, e elogiou o coronel Brilhante Ustra, torturador e assassino. Não foi punido, O comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, apenas trocou o cargo de Mourão, mas o manteve no Alto Comando do Exército.

Em 2017, já no governo Temer, Mourão vestiu a farda de gala e fez palestra na Maçonaria de Brasília, onde defendeu a possibilidade de uma nova intervenção militar. E mais uma vez não foi punido. Simplesmente pediu passagem para a reserva e foi presidir o Clube Militar, de onde só saiu quando se elegeu vice-presidente. Ora, um Exército que não pune um encrenqueiro como Mourão, por iria punir uma puxa-saco como Pazuello. Ora, não faz sentido. (C.N.)

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