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sábado, janeiro 16, 2021

Após aprovação da LC 178 gestores municipais precisam ter cautela na aquisição de créditos


por Vitor Castro

Após aprovação da LC 178 gestores municipais precisam ter cautela na aquisição de  créditos
Foto: Bahia Notícias

Após a sanção da  Lei Complementar 178, nesta quinta-feira (14), estados e municípios com baixa capacidade de pagamento poderão voltar a contar com operações de aquisição de crédito com o aval da União. No entanto, os municípios terão que cumprir requisitos de ajuste fiscal para poder contar com o amparo do Estado. Com isso, o contador e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Vitor Maciel, alerta para a necessidade dos gestores públicos se atentarem na hora de contratar crédito.  

 

Para Maciel, a medida é uma boa alternativa para tentar driblar a realidade econômica que se agravou após a pandemia do novo coronavírus. 

 

Destacando que o objetivo da LC é promover o equilíbrio fiscal no âmbito dos estados e municípios, ele lembrou a necessidade de contrapartida por parte dos entes. “Eles deverão se comprometer com medidas de ajuste fiscal, como contenção do aumento das despesas com pessoal, transparência das contas públicas e outras medidas de reforço a responsabilidade fiscal, por isso intitulado de Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal / Plano de Promoção do Equilíbrio Fiscal. A norma essencialmente busca assegurar a sustentabilidade econômica e financeira dos federados e garantir a segurança no pagamento dos compromissos assumidos”, explicou. 


Com a aprovação da lei, os municípios poderão, dentre outras coisas, repactuar suas dívidas possibilitando a aquisição de novos créditos junto às instituições financeiras. O especialista avaliou a medida como positiva, mas ressaltou a necessidade dos gestores terem cautela na hora de se valer do benefício. “No primeiro momento é algo positivo, mas se o gestor utilizar esse caminho para desgoverno não dará certo. A ideia não é ser uma concessão para aumentar o endividamento, mas sim para que as entidades se comprometam com medidas de ajuste fiscal para poder aumentar sua capacidade de pagamento”, disse. 

 

Na visão do especialista, a medida é vista como uma proposta do governo federal para tentar promover desenvolvimento econômico para que o país continue crescendo durante a crise. “Mas é preciso ter cautela para que essa possibilidade de se tornar adimplente e melhorar sua performance do ponto de vista da capacidade de pagamento não se transforme numa nova permissão para que as entidades continuem se endividando mais. É preciso que os gestores façam do plano sua essência de promoção de equilíbrio fiscal e não um plano de perpetuação de endividamento”, finalizou. 

Bahia Notícias

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