Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, novembro 20, 2020

Rodrigo Maia está sentado em cima de 52 pedidos de impeachment contra Bolsonaro


POLÍCIA FEDERAL JÁ TEM PROVAS MATERIAIS QUE JUSTIFICAM IMPEACHMENT DE  BOLSONARO – Cariri é Isso

Charge do Nando Motta (Arquivo Google)

Rosana Hessel
Correio Braziliense

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua fazendo declarações polêmicas, inclusive, questionando a credibilidade do sistema eleitoral que o elegeu em 2018, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segue passivo, engavetando pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo. Dos 56 protocolados na Casa, 52 destes, estão “em análise”.

Fontes próximas a parlamentares e especialistas alegam que motivos para a abertura de um processo de impeachment contra Bolsonaro não faltam. As chances de um processo andar, no entanto, são pequenas, pois, além da falta de esforço de Maia, o presidente da República se cercou do Centrão, grupo de partidos com votos suficientes para barrar qualquer iniciativa.

LISTA DE PEDIDOS – Conforme dados da secretaria da Mesa da Câmara fornecidos ao Blog, a Presidência da Casa recebeu 56 denúncias contra Bolsonaro entre 5 de fevereiro de 2019 e 31 de outubro de 2020. Somente neste ano, foram 51. Quatro já foram arquivados.

Maia tem não tem comentando sobre o assunto, de acordo com a assessoria procurada pela reportagem. Contudo, vale lembrar que, em dezembro de 2015, quando abriu processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tinha recebido 34 denúncias contra a ex-presidente.

Para fontes da Câmara, há um temor de que um novo processo de impeachment agrave mais ainda a economia no meio da recessão provocada pela pandemia do novo coronavírus. MOTIVOS EM PROFUSÃO – Contudo, os especialistas acreditam que Maia perdeu o timing para aceitar pelo menos um do processos que apontam possíveis crimes por parte do Bolsonaro, como disparo de fake news e de pornografia, desrespeito aos direitos humanos, falta de decoro, falsidade ideológica, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva, ação caluniosa, obstrução jurídica e má conduta durante o auge da pandemia, quando ele provocou várias aglomerações.

De acordo com o advogado e professor de direito constitucional Ricardo Pantin, as denúncias contra Bolsonaro recebidas pela Câmara estão baseadas em inúmeros crimes de responsabilidade e de ameaça à democracia e à soberania, “passando por uso indevido de redes sociais durante campanha — algo que, inclusive, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não solucionou até hoje”.

“Além disso, as denúncias destacam declarações que atentam contra as instituições republicanas, à saúde dos brasileiros em tempos de pandemia e obstrução da justiça e advocacia administrativa, questões muito graves para o presidente da Câmara ficar inerte”, lamenta o professor.

MAIS DO QUE DILMA – O especialista lembra que essa lista de denúncias contra Bolsonaro coloca o crime das pedaladas cometido por Dilma Rousseff como um delito menor. “Aliás, a perícia apontou no caso de Dilma que não houve crime de responsabilidade, mas o impeachment já tinha se consolidado”, destaca.

Entre os autores das denúncias contra Bolsonaro pedindo abertura de processo de impeachment estão 20 parlamentares liderados pelo deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ). Eles denunciam crimes de responsabilidade, como a tentativa de interferência na Polícia Federal, obstrução de Justiça, advocacia administrativa, coação, entre outros.

Até antigos apoiadores do presidente, como a ex-líder do governo no Congresso, a deputada Joice Hasselman (PSL-SP), e o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), já protocolaram denúncias contra Bolsonaro de crime de responsabilidade, citando infração de vários artigos da Lei 1.079/50, a Lei do Impeachment, e “conduta incompatível com a dignidade, honra e decoro”.

CENTRÃO GARANTE – Segundo assessores parlamentares, existe um incômodo crescente em relação à demora de Maia para dar um parecer sobre tantos processos engavetados, especialmente, porque Bolsonaro se aproximou do Centrão, que saiu vitorioso das eleições municipais. “Maia continua articulando para eleger seu candidato à Presidência da Câmara”, afirma uma fonte.

Na avaliação de Pantin, a inércia de Maia e do TSE sobre as denúncias contra Bolsonaro deixa a conclusão de que “as instituições não estão funcionando adequadamente”, embora o discurso seja o contrário. 

“O enquadramento dos crimes de responsabilidade pelo presidente pode ser visto segundo o artigo 4º da Lei n.º 1.079/1950, onde é possível ver que são crimes de responsabilidade atos que atentem contra a Constituição Federal e contra o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados, como o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, a segurança interna do país, a probidade na administração, dentre outros”, resume.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro pode dormir tranquilo. Rodrigo Maia não tem a menor intenção de colocar em discussão nenhum pedido de impeachment, porque assim o presidente da República fica refém dele. É exatamente o que está acontecendo. Bolsonaro está nas mãos de Rodrigo Maia e de quem for eleito para a presidência da Câmara em fevereiro. O resto é silêncio, como dizia Érico Veríssimo. (C.N.)   

Em destaque

Bolsonaristas utilizam a tese de perseguição para rebater o golpismo

Publicado em 27 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Flávio diz que somente Bolsonaro pode vencer Lul...

Mais visitadas