RIO e BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigam o furto de quatro computadores portáteis e dois discos rígidos com informações sigilosas da Petrobras, que estavam sob a guarda da prestadora de serviços Halliburton, segunda maior empresa do setor, com sede nos Estados Unidos e que já foi presidida pelo atual vice-presidente americano Dick Cheney.
O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) quer que o general Jorge Félix, do Gabinete de Segurança Institucional, compareça ao Congresso Nacional para falar do furto de informações sigilosas da Petrobras. Fortes convocará no início da semana que vem uma reunião da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, que é presidida por ele, e apresentará aos colegas um requerimento para que o general seja convidado. Se o convite a Félix for aprovado, a reunião dele com os parlamentares será reservada.
Os equipamentos com informações sigilosas estavam em um contêiner, que foi violado durante o transporte entre Santos (SP) e Macaé (região Norte-Fluminense). A delegada Carla Dolinski, responsável pelo caso, disse que a Petrobras alegou interesse nacional e, por isso, pediu à PF que investigue o caso.
A carga saiu de Santos no dia 18 de janeiro e chegou a Macaé 12 dias depois. No dia 31 de janeiro, funcionários da Halliburton perceberam que o lacre do contêiner havia sido violado. Segundo as investigações, os bandidos chegaram a trocar o cadeado para evitar suspeitas. Os computadores furtados pertenciam à multinacional, que presta serviços para a Petrobras na área de avaliação de reservatórios de petróleo. A Petrobras informou que tem cópia de todos os dados roubados.
A delegada Carla Dolinski ouvirá testemunhas na semana que vem. As investigações, por enquanto, seguem duas linhas principais: roubo de carga ou furto de material com o objetivo de ter informações estratégicas da Petrobras. A polícia ainda não sabe se os ladrões levaram outros equipamentos além dos computadores, o que reforçaria a primeira hipótese. "Furto de contêineres é um crime muito comum", comentou.
Espionagem industrial
No entanto, a hipótese de espionagem industrial não está descartada, mesmo porque a Petrobras já se manifestou sobre a importância dos dados furtados. Em agosto do ano passado, a estatal contratou um consórcio formado pela Halliburton e pela britânica Expro para testes em reservatórios de alta pressão e alta temperatura, condições semelhantes às encontradas nas reservas gigantes descobertas abaixo da camada de sal na Bacia de Santos, como o projeto Tupi.
O contrato, de US$ 270 milhões, garante à Halliburton acesso a detalhes do subsolo do País, que ganhou as atenções do mundo do petróleo após a confirmação das reservas de Tupi, que podem ter até 8 bilhões de barris de petróleo e abriu as portas de uma enorme província petrolífera com até 100 bilhões de barris. "É a notícia exploratória mais excitante do ano", afirmou, no ano passado, a consultoria americana PFC Energy. Especialistas explicam, porém, que em contratos desse tipo há cláusulas de confidencialidade, nas quais os contratados se comprometem a não divulgar as informações.
A delegada da PF disse que não recebeu ainda resposta às diligências feitas junto à Petrobras e que, por isso, não tem detalhes sobre o conteúdo dos dados roubados. "Só nos disseram que havia informações estratégicas a respeito de suas operações", contou. Em nota distribuída na tarde de ontem, a estatal disse apenas que os equipamentos furtados continham "informações importantes para a companhia", reforçando que há cópias integrais de todos os dados perdidos.
Procurada pela reportagem, a Halliburton não quis comentar o assunto. A companhia, que já foi comandada pelo atual vice-presidente norte-americano, Dick Cheney, e é uma das maiores beneficiadas com contratos de reconstrução do Iraque, já esteve envolvida em uma intensa disputa com a Petrobras a respeito do contrato de construção da plataforma P-43. As unidades foram entregues com atraso médio de 18 meses e custos bem superiores aos projetados.
Contra-espionagem
A Abin acionou seu setor de contra-espionagem e vem fazendo levantamento de dados em cooperação com a Petrobras e com a PF. A Agência não tem elementos para avaliar se a Petrobras foi negligente ao confiar o transporte de informações estratégicas a uma multinacional. A estatal, conforme analisa um agente da agência, construiu seu invejável poder graças ao rigor na segurança com que guarda informações estratégicas. O campo de Tupi, por exemplo, era conhecido e estudado pela empresa há mais de um ano e a informação nunca havia vazado.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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