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sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Bate-boca e nervos à flor da pele

Não foi apenas a dom Luiz Flávio Cappio que o ex-ministro Ciro Gomes teve de responder ontem durante a sessão especial do Senado para a discussão da transposição do Rio São Francisco. Ciro também teve um diálogo duro com a atriz Letícia Sabatella. Ela participou do debate em companhia dos atores Osmar Prado e Carlos Vereza, integrantes do Movimento Humanos Direitos e que também fizeram críticas.
Letícia elogiou a iniciativa do Parlamento em discutir o tema, mas destacou que considerava o debate tardio. "Espero que não tenha sido teatro", frisou. Dirigindo-se à atriz, Ciro disse que escolheu como opção de combate sobre o tema, ao seu jeito, "meter a mão na massa e às vezes (a mão) fica suja de cocô". E prosseguiu: "Mas só a mão, minha alma, não; meu compromisso, não".
Enquanto Ciro discursava, Letícia o interrompeu várias vezes, ainda que estivesse sem microfone para ser ouvida por todos. Em sua fala, porém, ela destacou que a água é um direito humano necessário à vida. A atriz disse que não se pode reduzir a água à condição de mercadoria. "Ainda nem conhecemos toda a riqueza da diversidade de nosso País e já trocamos o que conhecemos por pseudodesenvolvimento, que será a riqueza de poucos", advertiu. Emocionado, Osmar Prado chorou ao falar da tribuna e elogiou a "coragem" de dom Cappio - que por duas vezes fez greve de fome - "por doar sua vida em benefício do brasileiro".
Um dos momentos de maior estridência política no debate de ontem, no Senado, sobre a transposição do Rio São Francisco, foi quando o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, afirmou que a disponibilidade hídrica por habitante/ano é maior na região metropolitana de Fortaleza (CE) que na de São Paulo. Da tribuna, encarando o bispo, o senador e ex-governador do Ceará Tasso Jereissati (PSDB) cobrou um debate "intelectualmente honesto".
Dom Cappio argumenta que há "água em abundância" no Nordeste e que o problema está nos governos, que não fazem a sua "distribuição democrática". Segundo ele, a região metropolitana de São Paulo, com seus 18,5 milhões de habitantes, tem disponibilidade hídrica de 201 metros cúbicos por habitante/ano. Já a região metropolitana de Fortaleza, com seus 3 milhões de habitantes, tem disponibilidade de 242 metros cúbicos por habitante/ano. Só o açude do Castanhão, no interior do Ceará, afirmou o bispo, seria três vezes maior que a Baía de Guanabara.
Os argumentos utilizados pelo religioso foram irritando o ex-ministro e deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que quando teve voz procurou rebater as informações de dom Cappio. "Vossa Excelência afirmou que o habitante de Fortaleza tem mais água que o de São Paulo. Eu governei o Estado do Ceará e Fortaleza, por causa da seca, remanesceu, nas minhas mãos, sem água. E não é força de argumento. Acabou a água para 3 milhões de habitantes", afirmou.
Há que se reconhecer, disse Tasso, que falta água na região. "Se a chamada transposição é a verdadeira ou melhor solução já é outra discussão. Mas o argumento de que sobra água no Nordeste e que Fortaleza tem mais água que São Paulo é um argumento verdadeiramente absurdo e, para todos nós, cearenses, ofensivo", discursou o senador tucano. Foi neste momento que ele encerrou a fala exigindo um debate "intelectualmente honesto".
Dom Cappio fez uma intervenção e ressaltou que referia-se à disponibilidade hídrica. Não adiantou. Tasso seguiu cobrando um desmentido, que não veio.
Fonte: Tribuna da Imprensa

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