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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Barro no ventilador

Por: Carlos Chagas


BRASÍLIA - Não haverá definição mais fiel para a manobra do governo, antecipando-se na criação da CPI dos cartões de crédito corporativos: é barro no ventilador. A estratégia do Palácio do Planalto é de ampliar as investigações para o governo Fernando Henrique Cardoso, aliás, o criador dos cartões de crédito corporativos.
Perde o governo porque o período Lula continuará sendo examinado, mas não ganham as oposições, tendo em vista que o período anterior também ficará exposto. E pelo tal Portal da Transparência, da Controladoria Geral da União, nos tempos do sociólogo as despesas anuais foram até maiores do que no tempo dos companheiros.
São pueris as explicações dadas: Dilma Rousseff sustenta que os seguranças encarregados de zelar pela integridade física dos filhos do presidente Lula, morando em São Bernardo, tinham direito a comprar uma esteira rolante e outros aparelhos de ginástica para exercitar-se na casa onde residem, naquela cidade, bem próximo do apartamento da família do presidente.
Primeiro, é preciso saber se esses aparelhos estão mesmo na casa dos seguranças. Depois, será preciso aceitar o princípio, ou seja, se os servidores palacianos têm direito a esteiras rolantes individuais, por que a um motorista do serviço público se negará o direito de comprar o seu próprio carro com cartões de crédito corporativos?
Escorregou até o correto general Félix, do Gabinete de Segurança Institucional, ao justificar a censura nos fastos do presidente da República e sua família por razões de segurança nacional. É exagero saber que provém de uma boutique de carnes nobres e argentinas os churrascos servidos na Granja do Torto colocaria em risco a segurança do Lula?
É de estarrecer o que vai sendo revelado nos últimos dias em matéria de gastos pessoais com dinheiro público. O cidadão comum vê-se todos os dias bombardeado com abusiva carga de impostos e taxas de toda ordem, e agora fica sabendo que parte de sua contribuição forçada para os cofres do governo serve para a compra de material de construção utilizado em residências particulares dos privilegiados detentores do poder e seus familiares.
Em termos de CPI, vale indagar: serão convocados para depor apenas os seguranças e assessores menores, detentores de cartões de crédito corporativos? Os beneficiários ficarão de fora? E aquela maioria que, além de comprar produtos supérfluos de toda ordem, só no ano passado retirou 58 milhões de reais em espécie, nos caixas eletrônicos do Banco do Brasil? Os cartões servem para liberar salários-fantasma?
Entrou de sola
Surpreendeu o presidente do Senado, Garibaldi Alves, na instalação dos trabalhos da Sessão Legislativa do ano. Na presença da ministra Dilma Rousseff, de um lado, e da ministra Ellen Gracie, de outro, o senador criticou Executivo e Judiciário por se intrometerem nas atribuições do Legislativo. De um lado, a vulgarização das medidas provisórias. De outro, a intromissão de sentenças judiciais modificando e até criando regras da exclusiva competência do Congresso.
Eis uma surpresa agradável, decorrente na eleição do novo presidente do Senado. Poucos esperavam dele pronunciamento tão necessário quanto contundente.
Oportunidade ímpar
Luiz Marinho, da Previdência Social, e Martha Suplicy, do Turismo, parecem decididos a deixar seus ministérios até abril, para concorrerem às prefeituras de São Bernardo e de São Paulo. Há quem imagine abrir-se para o presidente Lula uma oportunidade de ouro para ampliar substituições no ministério, sem esquecer certas secretarias. Parece óbvio que a equipe governamental necessita de mudanças. Mesmo sem obrigar determinados auxiliares a candidatar-se a outras prefeituras, sempre haveria a possibilidade de substituí-los.
Tentação renovada
A hipótese de formar-se no Partido Democrata americano uma chapa "Hillary-Barack", ou "Barack-Hillary" acende em certos tucanos esperança parecida. Uma chapa "Serra-Aécio", ou "Aécio-Serra" reforçaria ainda mais o retorno do PSDB ao poder, ainda que exigisse monumental dose de humildade para quem aceitasse a vice-presidência. Aliás, tanto aqui como nos Estados Unidos...
Fonte: Tribuna da Imprensa

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