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quarta-feira, janeiro 23, 2008

Geddel minimiza disputa por indicações

O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) procurou minimizar ontem o alarde em torno da disputa travada entre PT e PMDB pelos cargos no setor elétrico após a posse do ministro Edison Lobão (Minas e Energia). Para Geddel, “ações políticas” para assegurar nomeações para cargos em ministérios e estatais são normais, mas devem ser tratadas com “maturidade”. “Nenhum ministério tem porteira fechada. Ações políticas no preenchimento de posições são normais. O importante não é a disputa, mas ser solucionada com maturidade”, afirmou o ministro, explicando que não conseguiu fazer todas as nomeações no Ministério da Integração Nacional. “Nem por isso sou chamado de rainha da Inglaterra”, acrescentou. “O ministro tem que ter autoridade. E autoridade quem dá é o presidente da República.” Geddel acompanhou ontem o balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ao lado do colega Edison Lobão no Palácio do Planalto. Enquanto a ministra Dilma Rousseff apresentava dados sobre o andamento das obras, o ministro José Múcio (Relações Institucionais) e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), discutiam, por telefone, a disputa de cargos no setor elétrico, entre eles, as presidências da Eletrobrás, da Eletrosul e da Eletronorte, além da Diretoria Internacional da Petrobras —estatais com volumosos recursos para investimentos. “Não se pode deixar que [a disputa] fuja do controle. Nesses casos, a preocupação é atender o maior número de pessoas e deixar de atender o menor número”, disse Múcio. “A gente tem que conversar para ver caso a caso. Primeiro vamos ver quem vai sair. E só então fazer a substituição.” O comando do PMDB espera para sexta-feira a confirmação do nome de Jorge Luiz Zelada para a Diretoria Internacional da Petrobras. O cargo é ocupado hoje por Nestor Ceveró. A expectativa é que nos próximos dias Valter Cardeal —que tem o apoio de Dilma— deixe a presidência-interina da Eletrobrás para ceder espaço ao PMDB. Também interino na presidência da Eletrosul, o diretor técnico Ronaldo dos Santos Custódio pode ter que ceder seu lugar. O cargo é cobiçado pela líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC) —que pretende indicar Jorge Boeira— e pelo PMDB —que indicaria o ex-governador de Santa Catarina Paulo Afonso. O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) quer colocar na presidência da Eletronorte o diretor do Detran do Pará, Lívio de Assis. Ele substituiria Carlos Nascimento —alinhado com Dilma. O PMDB também atua para facilitar uma eventual nomeação de Nelson Hubner, ex-ministro interino de Minas e Energia, para um dos cargos de comando da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A chance deverá ocorrer em agosto.
PMDB deve ficar com Eletrobrás
Os ministros José Múcio (Relações Institucionais) e Edison Lobão (Minas e Energia) devem se reunir amanhã para discutir as nomeações para os cargos do setor elétrico. O encontro estava previsto para ontem, mas foi adiado por causa do balanço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). PT e PMDB travam uma disputa por cargos no alto escalão do ministério e das estatais do setor —como Eletrobrás, Eletrosul e Eletronorte, além da Diretoria Internacional da Petrobras. O PMDB deverá emplacar os substitutos de Valter Cardeal na presidência da Eletrobrás e de Carlos Nascimento na Eletronorte. Os dois, interinos, são afinados com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) quer na presidência da Eletronorte o diretor do Detran do Pará, Lívio de Assis. No entanto, a aposta é que a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), vencerá a disputa pela Eletrosul. Neste caso, Jorge Boeira assumirá o cargo no lugar de Ronaldo dos Santos Custódio. O PMDB cobiça ainda a Diretoria Internacional da Petrobras, hoje ocupada por Nestor Ceveró. Se conseguir o cargo, trabalhará pelo nome de Jorge Luiz Zelada. Múcio assegurou que nenhuma decisão será tomada a revelia de Lobão. Contudo, os articuladores políticos do Palácio do Planalto acompanham de perto —e com preocupação— a disputa pelos cargos entre petistas e peemedebistas. Eles temem que eventuais insatisfações possam respingar nas negociações com o Congresso em um momento que o governo precisará da base aliada para negociar os cortes e a votação do Orçamento. O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), tentou minimizar o embate pelos cargos. Disse que as indicações serão apresentadas pelo partido, mas dependem do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O PMDB esperou quase um ano para assumir um ministério que já era da sua cota. Não tem faca no pescoço”, ponderou Raupp. Ele acredita, no entanto, que o governo fará —até 12 de fevereiro— as nomeações que já são consenso, ou seja, não dependem de negociações. A Folha Online apurou que Múcio deverá fazer uma avaliação sobre a recomposição da base aliada após a derrota da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) no Senado durante a reunião ministerial marcada para esta quarta-feira.
PPS quer disputar prefeitura em 22 capitais brasileiras
O PPS pretende disputar a prefeitura em 22 capitais do País, segundo balanço divulgado pelo partido. Em São Paulo, por exemplo, a candidata do PPS será a vereadora Soninha Francine —recém-saída do PT. No Rio, o PPS lançará a candidatura da ex-deputada federal Denise Frossard —que disputou o governo do Estado fluminense em 2006. Em Recife, o deputado Raul Jungmann sairá candidato a prefeito pelo PPS. Em Salvador o nome do prefeiturável da legenda ainda não está definido. Os “verdes” só deve anunciá-lo após decidirem se permanecem ou saem do governo João Henrique. Das capitais do País, o PPS ainda não definiu se lançará candidaturas em Cuiabá (MT), Natal (RN), Porto Velho (RO) e Boa Vista (RR). Neste ano, o primeiro turno das eleições municipais ocorrerá no dia 5 de outubro. Nas cidades em que houver segundo turno, a votação será no dia 26 de outubro. Ao todo, o partido pretende disputar o cargo de prefeito em 1.105 cidades do País. A meta do PPS é eleger pelo menos 395 prefeitos —contra os 310 da última eleição. Para as Câmaras Municipais, o partido lançará 25.288 candidatos a vereador. Esse número representa um incremento de 21,64% em relação a 2004. Na última eleição municipal, o partido conseguiu eleger 2.816 vereadores.
Servidores federais fazem manifestação na Esplanada
O Sindsep-DF (Sindicato dos Servidores Públicos Federais) do Distrito Federal fez ontem à tarde uma manifestação denominada “Grito dos Servidores”, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em protesto à possibilidade de a categoria não ter reajuste salarial este ano. O protesto vai contar com o apoio do mais tradicional bloco carnavalesco de Brasília —o “Pacotão”. Segundo a Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), que reúne cerca de 800 mil funcionários públicos de todo País e de vários órgãos federais, os servidores podem entrar em greve após o Carnaval. A direção da entidade afirmou na última sexta-feira que a previsão só será modificada se o governo sinalizar que vai manter as negociações que levarão ao reajuste salarial das categorias. “A nossa expectativa é que o governo não rompa com as negociações e o acordo firmado no final do ano passado. O que nos estranha é que este governo tem vários interlocutores. Cada dia é um que fala a respeito dos servidores”, afirmou Sérgio Ronaldo da Silva, da direção da Condsef. Nesta quarta-feira, a direção da Condsef tem uma reunião marcada com o secretário de Recursos Humanos, do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva Ferreira. No encontro, os servidores saberão quais são as previsões do governo sobre o reajuste para as categorias que fazem parte da Condsef. Segundo Silva, no dia 21 de dezembro de 2007, foi firmado um acordo em que o governo teria se comprometido a conceder reajustes diferenciados para as 28 categorias protegidas pela Condsef.
Fonte: Tribuna da Bahia

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