BRASÍLIA - Com a possibilidade de o plenário do Senado colocar em votação no dia 22 o terceiro processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), disse ontem que a sucessão do presidente da Casa poderá ser deflagrada ainda neste ano. Como o PMDB dá como certa a decisão de Renan abrir mão em definitivo do cargo, Raupp disse acreditar que a votação dos processos contra o peemedebista vai “abrir caminho” para a sucessão. “Se puder resolver isso até o dia 22, será muito bom para todos. Pelo menos já resolve o problema da sucessão, se é que o senador Renan vai se afastar definitivamente da presidência. Essa é uma decisão que ele deverá tomar no final da sua licença, aí abre caminho para o processo de sucessão”, afirmou.
Raupp reiterou que o novo presidente do Senado sairá da bancada do PMDB, já que o partido reúne o maior número de parlamentares na Casa. Apesar de negar que esteja articulando a sucessão de Renan, o líder disse esperar que um “nome de consenso” seja escolhido dentro do partido. Segundo ele, até o dia 22 haverá tempo para que os relatórios contra Renan sejam votados no Conselho de Ética do Senado – o que permite que os processos cheguem ao plenário na data articulada entre os peemedebistas. “Duas semanas é tempo mais que suficiente. Eu acho que até o dia 22 há tempo para votar no Conselho de Ética e, se preciso, votar no plenário do Senado”, afirmou.
Os processos contra Renan só vão chegar ao plenário da Casa se um dos três relatores recomendar a cassação do peemedebista – e o texto passar no plenário do conselho. Os senadores Almeida Lima (PMDB-SE) e João Pedro (PT-AM) já sinalizaram que vão recomendar o arquivamento das denúncias contra Renan. Lima relata o quarto processo contra o peemedebista, no qual Renan é acusado de participar de esquema de desvio de recursos em ministérios chefiados pelo PMDB. Já o senador João Pedro relata a segunda representação contra Renan – na qual teria trabalhado para reverter dívida de R$100 milhões da Schincariol junto ao INSS depois que a empresa comprou uma fábrica de seu irmão a preço superfaturado.
O senador Jefferson Péres (PDT-AM), relator do terceiro processo contra Renan, é o único que mantém suspense sobre o seu parecer. Ele disse que já definiu o seu voto, mas não adiantou se vai recomendar a cassação do peemedebista.
(Folhapress)
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