Contribuição promove carreirismo
BRASÍLIA - Há cerca de quatro décadas na presidência da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), Antonio Alves de Almeida, o Almeidinha, é o exemplo do dirigente de sindicato que teve a carreira pavimentada pelo dinheiro da contribuição sindical obrigatória, herdada do Estado Novo (1937-1945). Acumulou a presidência da entidade com o cargo de ministro classista do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e, mesmo recebendo uma aposentadoria superior a R$20 mil, não larga o osso sindical. No próximo mês, vai ser eleito para outro período de mais quatro anos à frente da CNTC.
Outro dirigente que segue os passos de Almeidinha é José Calixto dos Santos, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI). Está no cargo desde 1984. No ano que vem, haverá eleição e deve ser reeleito. A CNTI recebe anualmente R$4 milhões da contribuição sindical, de acordo com informação de José Gabriel dos Santos, da diretoria.
Calixto não quis falar com a reportagem. Marcou entrevista para as 10h da quinta-feira. Antes do horário, pegou carro e foi para Goiânia. Ele antecipou em um dia sua ida à capital de Goiás para abrir a Nova Central, outra entidade que vai se juntar à Central Única dos Trabalhadores (CUT), à Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), à Força Sindical, entre outras, para juntas abocanharem a partir do ano que vem cerca de R$125 milhões da contribuição sindical.
Para evitar qualquer tipo de contato, Calixto mandou sua secretária dizer que, na quarta-feira, quando fazia lobby no Senado para que seja mantida a contribuição sindical, ficou sem celular ao passar pelo raio X.
Lei - A contribuição está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), criada pelo Decreto-Lei 5.452, de 1º de maio de 1943, de Getúlio Vargas. Uma vez por ano o empregado paga um dia de seu salário para as entidades sindicais, independentemente de ser ou não sindicalizado. O dinheiro é distribuído entre os sindicatos, as federações, as confederações e o Ministério do Trabalho. Juntando-se à parcela paga pelos empregadores, neste ano a contribuição alcançou R$1,3 bilhão. Por iniciativa do governo, as centrais receberão parte do dinheiro.
No entanto, em outubro, na votação do projeto que dá dinheiro para as centrais, o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) apresentou emenda – aprovada pela Câmara – que tornou facultativo o pagamento da contribuição, o que apavorou as entidades. Há cerca de 15 dias seus representantes “mudaram-se” para o Senado, onde tentam convencer os parlamentares a revogar a emenda. “Esse imposto é ilegítimo. É uma excrescência. Os sindicalistas usam isso para meter a mão no bolso do trabalhador”, disse Carvalho.
Do lado patronal também há presidentes que se perpetuam no poder. Antonio Oliveira Santos, por exemplo, está na presidência da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 1980. Segundo o vice-presidente da CNC, Gil Siuffo, em 2007 a entidade recebeu R$15,5 milhões de contribuição sindical. Como as confederações de trabalhadores, a CNC, patronal, tem muito dinheiro. É dona de prédios no Rio, Brasília e outras cidades.
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Sedes suntuosas graças a recursos públicos
BRASÍLIA - Dinheiro é o que não falta para as confederações, sejam de patrões, sejam de trabalhadores. Isso pode ser visto pela exuberância de suas sedes, sempre em edifícios próprios, nas áreas mais valorizadas de Brasília. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), de Antonio Alves de Almeida, o Almeidinha, por exemplo, fica em um terreno de 20 mil metros quadrados, no início da Asa Sul. Atrás da sede, a entidade levantou o maior centro de eventos de Brasília.
A Confederação Nacional do Comércio (CNC) é proprietária de um edifício – que leva o nome da entidade – de 18 andares, no Setor Bancário Norte (SBN), que tem a fachada toda em vidro azul. A CNC destinou para sua administração os quatro últimos andares. Aluga o restante para entidades, principalmente associações estaduais, que montam as suas representações em Brasília. De acordo com a avaliação de um corretor de imóveis, um edifício daquele vale cerca de R$400 milhões.
Mais modesto, o edifício-sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI) fica no início da Asa Norte, na Avenida W-3 Norte. Tem quatro andares, garagem subterrânea, circuito fechado de televisão. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação e Cultura (Conteec) tem a sua sede no Setor de Autarquias Sul (SAS), onde também fica a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o famoso “Máscara Negra”, a sede da Polícia Federal.
No prédio da Conteec há um auditório, cinco salas, uma sala de reunião e garagem para quatro carros. A confederação conta com dois veículos, um Gol 2006 e um Santana 1993. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) alugou a terceiros o seu prédio na Avenida W-3 Norte e construiu uma sede muito maior, no Setor de Mansões Park Way, a 15km do Congresso. Desde 2004, ocupa um prédio com 32 salas, além de auditórios
Fonte: Correio da Bahia
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