Marcelo Migliaccio
Pelo menos dois mitos caem por terra quando se analisa a pesquisa sobre o turismo doméstico no município do Rio encomendada à Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) pela prefeitura carioca. O primeiro é o de que a violência afugenta os visitantes da capital fluminense; o segundo se relaciona à suposta aversão dos paulistas ao balneário vizinho.
Foram tabulados dados de 499 questionários respondidos por brasileiros que viajaram ao Rio em 2005. Entre as causas que afastam o turista da cidade, a violência aparece num imprevisível terceiro lugar (4,5% apontaram esse motivo para manter distância), atrás do alto custo da viagem (71,1%) e da falta de tempo e/ou oportunidades (22,9%).
Num rápido passeio pela orla de Copacabana neste feriadão é fácil comprovar esses índices.
- Claro que a violência assusta, mas o desejo de conhecer a cidade foi maior - afirma o alagoano Ricardo Augusto Freire, administrador de empresas de 40 anos, que aportou aqui pela primeira vez por motivo de lazer.
A paulistana Wilma Sá, agente de viagem, que já veio várias vezes à cidade, tem uma explicação para o fato de seus conterrâneos liderarem o ranking dos brasileiros que mais visitam o Rio para se divertir (49,3%, contra 14,7 de mineiros, os vice-campeões em predileção pela Cidade Maravilhosa).
- O paulista viaja muito. Nas férias e nos feriados, some de São Paulo - afirma Wilma, que também não ficou com medo da propalada criminalidade. - Na minha cidade também tem muito crime, a mídia potencializa muito casos isolados, mas, em todo caso, fico de olho na minha bolsa. Queria muito conhecer a Rocinha, deve ter muita gente boa lá, assim como tem muito ladrão ali (aponta para os prédios da Avenida Atlântica).
A chuva no feriadão, com certeza, frustrou pelo menos 52,9% dos turistas, para os quais as praias e o sol são os maiores atrativos da cidade.
- Esse tempo realmente não está legal, mas mesmo assim é bacana - consolava-se Paulo José Sandrim, que veio de Ribeirão Preto com a mãe para visitar o irmão, caso de 65,9% dos turistas domésticos, que chegam ao Rio a fim de rever seus parentes ou amigos.
A maior parte (30%) desembarca de ônibus, como a estudante Shayra Bettcher, 17, que deixou Vitória para fazer vestibular para medicina na UFRJ. Ela está hospedada na casa da colega Raquel Russo, na Tijuca - só 22,3% dos turistas optam por hotéis ou pousadas.
Embora gastem a maior parte do dinheiro da viagem com transporte para chegar (30,6%), uma das queixas mais ouvidas no rápido passeio pelo calçadão foi quanto à carestia, principalmente nos quiosques.
- Os preços aqui na praia são muito altos - reclamou Sharya.
A média diária gasta no Rio pelo turista brasileiro chega aos R$ 90,60, quase o triplo da despesa em outros lugares no país (R$ 36, 51).
Paulo José Sandrim, endossou a viajante capixaba:
- Aqui tudo custa o dobro do que se paga lá em Ribeirão Preto. A latinha de cerveja lá é R$ 1,50 e pagamos R$ 3 por esta aqui - disse, exibindo a loura gelada que sorvia num quiosque daqueles antigos.
Todos os turistas ouvidos pelo JB concordam também que a imagem da cidade veiculada na TV é uma das principais peças promocionais do Rio (8,7% dos entrevistados pela Fipe disseram isso). Mas muitos se decepcionam.
- Nas novelas tudo é bonitinho, arrumado, mas quando chegamos aqui não é bem assim - observou Paulo José Sandrim. - Vi muito prédio velho.
O alagoano Ricardo Freire também se decepcionou:
- Os quiosques estão muito sujos, tinha um esgoto na areia bem perto de onde sentei. Mas todo nordestino quer vir aqui.
A pesquisa apurou que o Rio é a quarta cidade mais almejada pelos brasileiros que planejam viagens, com preferência de 5,7% deles, atrás de Fernando de Noronha (14,4%), Fortaleza (13,3%) e Salvador (10,8%). Em quinto está Natal (5,2%) e, em sexto, Porto Seguro (4,5%). São Paulo aparece mais atrás, com 1,2%.
Fonte: JB Online
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