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domingo, novembro 18, 2007

Cura da catarata está mais próxima

Cristine Gerk

Cientistas finlandeses usaram a física para descobrir detalhes sobre a formação da catarata que ajudarão nas pesquisas sobre como prevenir a maior causa de cegueira no mundo. A estabilidade na atração entre dois tipos de proteínas da lente natural do olho tem um papel fundamental para garantir a transparência da visão.
Em artigo publicado na revista Physical Review Letters, os pesquisadores explicaram que embora as proteínas da lente natural ocular se agreguem em pessoas saudáveis, a mistura de dois tipos diferentes de células pode não formar uma massa uniforme caso a atração seja forte demais.
- Apontamos uma nova direção de pesquisa necessária para entender a origem molecular da catarata. Considerando estes novos aspectos, surgirão avanços na cura da doença, que pode estar em métodos para prevenir a ocorrência destas agregações problemáticas - antecipa Giuseppe Foffi, do Instituto Romand de Pesquisa Numérica em Física de Materiais e da Escola Politécnica Federal de Lausanne, ambos na Suíça.
Controlar atrações intermoleculares como estas também podem ajudar a manter as partículas dispersas em processamento de materiais avançados, usados para fazer fibra ótica, e comida, segundo os cientistas. Além disso, o estudo pode ajudar na compreensão e cura de outras doenças que envolvam agregação de proteínas, como o mal de Alzheimer.
A lente do olho consiste num painel ordenado de células, preenchidas com água e proteínas. A lente é limpa só quando os tipos diferentes de proteínas estão corretamente dispersas. Se elas se agruparem demais, a catarata pode surgir porque os blocos dispersam a luz, assim como o vapor d'água que forma as nuvens.
Para chegar a estas conclusões, os cientistas fizeram simulações extensas por computador para reproduzir os resultados experimentais alcançados com neutrônios. Foram misturadas as amostras de duas das três principais proteínas da lente ocular.
- A maioria dos trabalhos na área se focou em estudar as soluções de só uma proteína por vez e em baixas concentrações. No nosso, estudamos concentrações semelhantes às encontradas in vivo - acrescenta Anna Stradner, física da Universidade de Fribourg, na Suíça. - Modelamos as partículas analisadas e descobrimos que há uma pequena janela em que a solução protéica fica estável, com uma atração leve. Isso é uma condição necessária para a transparência da lente.
Segundo Miguel Padilha, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, são realizadas por ano no Brasil cerca de 450 mil cirurgias de catarata, mas o número ainda está muito longe de atender as necessidades da população. Nos EUA, onde há cerca de 300 milhões de habitantes, há 2 milhões e 500 mil cirurgias por ano.
- Hoje, a única solução para o problema de catarata é cirúrgica, não existe outro tratamento. Se com esta nova descoberta chegarmos ao ponto de impedir o mal, o Estado terá uma grande economia e será um benefício enorme para a população - opina Miguel Padilha.
Segundo o oftalmologista, no Brasil deveríamos estar fazendo pelo menos 1 milhão de cirurgias por ano. O tempo de espera é em torno de três meses. A cirurgia não tem contra-indicação, e a pessoa deve operar o mais depressa possível, para não agravar o mal.
A evolução da técnica permite hoje incisões muito pequenas, entre 2 e 3 milímetros, o que dispensa a necessidade de sutur, possibilitando, assim, que o paciente seja submetido à cirurgia de catarata com anestesia tópica (apenas colírios). A pessoa sai da sala de cirurgia já enxergando, com uma visão bem próxima da visão esperada, o que costuma ocorrer um mês depois da cirurgia.
Fonte: JB Online

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