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quinta-feira, novembro 15, 2007

João Henrique prevê eleição disputada

Prefeito diz que não acredita em pesquisas, mas admite que não lidera corrida


Oprefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), disse ontem que, se por acaso as últimas pesquisas sobre a sucessão municipal divulgadas por setores da imprensa forem verdadeiras, elas apontam para um cenário de forte disputa pela principal cadeira do Palácio Thomé de Souza. Embora reconheça que não esteja liderando a corrida sucessória – ao menos temporariamente, fez questão de ressaltar _ o peemedebista destacou que não acredita nos levantamentos “anônimos” e “suspeitos”. “Acho que daqui para lá falta muito tempo. Muita água vai passar por baixo da ponte”, disse João Henrique, em entrevista concedida com exclusividade ao Correio da Bahia, no gabinete do Palácio Thomé de Souza.
“Se as pesquisas que apontam um verdadeiro empate técnico entre os três primeiros colocados são anônimas, elas são suspeitas. Não creio que sejam verdadeiras, mas se por acaso forem verdadeiras, revelam um quadro de disputa. Não creio nessas pesquisas. Se fosse por pesquisa, Wagner (Jaques Wagner, chefe do Executivo estadual) não era governador. Quando demos apoio a Wagner, ele tinha 10% nas pesquisas, e hoje é governador. Então, essas pesquisas que viraram um instrumento altamente vulnerável e suspeito, não podem ser encaradas, sobretudo quando as pessoas se negam a divulgar a autoria e o nome do instituto. Mas, em todo o caso, a crer nesse cenário _ que acho que é irreal e surreal _, hoje teríamos um quadro de muita disputa em Salvador”, disse o prefeito.
João Henrique admitiu que não lidera a corrida sucessória em Salvador ao comentar as declarações de Wagner de que o ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB) é, no momento, o favorito no páreo. “(O governador) constatou o óbvio e provisório”, se limitou a dizer. “Entretanto, estamos preparando a cidade para 2008. A qualidade de vida dos seus habitantes está muito melhor do que quando peguei em 2004. E faremos o comparativo (com a gestão passada, a de Imbassahy) de como era a saúde pública, o transporte coletivo, a educação pública, a ação social, a preservação do patrimonio histórico, o tratamento e o respeito dados à cultura da cidade”.
Contraponto - João Henrique, mesmo nos momentos em que falou de administração, procurou o tempo inteiro, na entrevista, contrapor a sua gestão à do antecessor. Durante vários momentos discursou como se estivesse no palanque, com veemência e firmeza. Questionado, por exemplo, se a violência em Salvador aumentou este ano, o prefeito disse que, se o referencial é o número de assaltos a ônibus, a resposta é não.
“Quando nós tomamos posse, era em torno de 20 assaltos a ônibus por dia. Motoristas e cobradores eram assassinados toda semana, e balas perdidas atingiam vítimas inocentes. Hoje, são oito assaltos a ônibus por dia. Conseguimos, nesses dois anos e dez meses de governo, instalar quatro câmeras em cada um dos 700 ônibus. Já são 2.800 câmeras filmando 24 horas. Até o final do governo, a gente quer que os dois mil ônibus de Salvador estejam com câmeras instaladas. Para o próximo ano, quero que o índice de assaltos por ano seja zero. Conseguimos isso com a tinta da caneta (disse, assinando uma folha em branco com seu nome), sem arma de fogo. Só com a tinta da caneta e minha assinatura. Por que prefeitos que sentaram ali (apontando para a própria cadeira) oito anos não fizeram isso?”, questionou. João Henrique disse ainda que não tem dúvidas de que contará com o apoio de Jaques Wagner na campanha à reeleição. Ele disse, no entanto, que não tratou ainda do assunto com o governador. “A gente trata mais de assuntos administrativos.
Porque o tempo da gente é curto, passa tão rápido que a gente trata mais de assuntos administrativos. Mas espero que o apoio seja dado. Ele até já disse em duas ou três oportunidades públicas _ uma delas na inauguração da travessia Plataforma-Ribeira. Três meses atrás anunciou de novo, no mesmo dia que Lula (o presidente Luiz Inácio Lula da Silva) anunciou (o apoio à reeleição) em Brasília. Então, acho que as reiteradas declarações de Wagner não me deixam dúvidas de que vamos ter o apoio do governador e do seu partido, o PT”.
Sobre a situação financeira da prefeitura, assunto que deverá ser um dos mais presentes nas eleições do ano que vem, João Henrique disse que “tudo que é visto sob o ângulo político é exagerado ou distorcido, nunca é visto na dimensão real”. “No momento oportuno, que será a partir de junho de 2008, vamos mostrar a evolução qualitativa que fizemos nessa gestão até o final dela”, declarou, ressalvando que, nos dois primeiros anos de sua administração, não contou com o apoio político do governo do estado, como acontecerá nos dois últimos anos da sua gestão.
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Captação de recursos para a capital
Na manhã de ontem, o prefeito João Henrique Carneiro, ainda estava em Brasília articulando com a bancada baiana no Congresso Nacional a inclusão de emendas ao Orçamento Geral da União (OGU) de 2008 para a capital. Das 16 emendas coletivas dos deputados, o prefeito destacou que quatro delas são destinadas à cidade: a que promete reestruturar a Feira de São Joaquim; a de implantação de obras de mobilidade urbana em toda a região metropolitana; a que destina recursos para obras de infra-estrutura na capital; e a de apoio à pesquisa, inovação e extensão tecnológica para o desenvolvimento social de Salvador. Nenhuma delas tem valor definido. João Henrique deu ênfase especial à emenda apresentada pelo senador Antonio Carlos Júnior (DEM), que destina R$25 milhões para a revitalização do Centro Histórico de Salvador e a do senador João Durval Carneiro (PDT) que aloca R$2 milhões para o banho de asfalto na cidade. “Fiquei positivamente surpreso e feliz com a emenda do senador ACM Júnior destinando um valor considerável ao Centro Histórico, hoje chamado de Centro Antigo. Suprapartidariamente, vários deputados, aliados, adversários ou independentes, apresentaram emendas, tanto individuais quanto coletivas. O próprio deputado ACM Neto (DEM) está deslocando verbas de suas emendas pessoais para Salvador”, reconheceu o prefeito. O deputado democrata, provável candidato do partido a prefeito, foi o único nessa condição nominalmente citado na entrevista pelo prefeito.
João Henrique disse ainda que vários deputados defenderam, de forma suprapartidária, que o dinheiro das emendas viesse, em parte, diretamente para Salvador. “O que notei ontem (anteontem), sinceramente, foi uma preocupação muito grande com Salvador”, disse o prefeito, que levou para Brasília dois volumosos cadernos com sugestões para os parlamentares. Parceria - O peemedebista afirmou que, apesar da parceria política com o governo federal, os investimentos para Salvador liberados através da execução orçamentária deste ano precisam ser mais volumosos. “Para Salvador, todos os investimentos têm que ser vultosos, porque é uma cidade de 2,72 milhões habitantes, que é âncora, que é mãe, que atrai população da Bahia inteira. Saúde de média e alta complexidade só é oferecida em Salvador. Tratamento contra o câncer, só no Aristedes Maltez, que atende 70% dos pacientes vindos do interior. Então, por mais vultosos que sejam os investimentos, sobretudo para a área de saúde pública, eu diria que o prefeito ainda vai pedir mais”.
Apesar disso, João Henrique disse que, este ano, o presidente Lula “atendeu a contento, dentro de suas possibilidades, a Salvador”. “A decisão dele de ontem (anteontem) de, na reunião ministerial, determinar de forma enfática e categórica que o metrô (de Salvador) tem de ser inaugurado em 2008 já teve reflexo na reunião que o secretário Pedro Dantas (Transporte e Infra-estrutura) teve hoje (ontem) pela manhã com o Ministério das Cidades e Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Além disso, receberemos mais nove ambulâncias do Samu na próxima semana. Recebemos mais dois Centros de Especialidades Odontológicas. Vamos inaugurar a pista exclusiva para ônibus no Bonocô na terça-feira. Quem anda de ônibus é trabalhador e não patrão, senão perde o emprego. Numa cidade que já tem 395 mil desempregados, temos de fazer tudo”, declarou.
Sobre a parceria política com o governo do estado, o prefeito disse que já está gerando resultados, apesar dos entraves da burocracia. Ele citou como exemplo a assinatura de um convênio que vai permitir a conclusão de 15 postos de saúde cujas obras, segundo o gestor, estavam paralisadas desde a gestão passada. “O que prejudica muito o governante hoje, no Brasil, é a burocracia. A burocracia é lamentável. Eu diria que de quatro anos de governo dois são de burocracia. Porque é a certidão que falta, é a prestação de contas que não foi encaminhada de forma completa. Aí, começam a pedir novos documentos, outros documentos. É um sem-número de pedidos de documentos quando você presta contas de determinado convênio, seja com governo estadual e, principalmente, com o governo federal”.
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Petista contradiz prefeito e assume candidatura
O deputado federal Nelson Pellegrino (PT) reafirmou ontem, em Salvador, que a base do partido está empenhada em lançar candidatura própria na sucessão da capital em 2008. De acordo com o parlamentar, que é apontado como um dos pré-candidatos da legenda, o processo de eleição direta (PED) será o balizador sobre o lançamento ou não de “um projeto próprio para a cidade”. Para ele, o atual diretório municipal petista, há um mês do fim do mandato, não reúne condições sólidas para definir sobre o assunto.
De acordo com o deputado, somente a nova direção da sigla vai conseguir mecanismos para obter a unanimidade. “O PT já está em processo de discussão interna sobre a atuação do prefeito João Henrique (PMDB) e sobre a participação no governo. É importante nós lembrarmos sempre que, em momento algum, foi condicionado no processo de repactuação que a manutenção do apoio à administração implicaria em apoio à eleição de 2008. Até porque, é crescente o sentimento da base (partidária) pela definição das estratégias de futuro para, em seguida, intensificar o processo de conversação com os outros partidos”.
Sobre possíveis dificuldades em viabilizar a própria candidatura, Pellegrino garantiu estar conversando com a base. “Nem Cristo conseguiu ser unanimidade”. Portanto, completou, “todos os esforços serão empreendidos para o consenso, para a unanimidade”. Para ele, o momento é de mostrar um projeto consistente para Salvador. “Esse é o momento do PT, que tem o apoio dos governos federal e estadual”.
Na avaliação do parlamentar, um dos maiores entraves enfrentados pela atual administração de Salvador é que nos três últimos anos não foi feito sequer o dever de casa. “O prefeito não recuperou as finanças da cidade. Para gerir uma metrópole complexa como a nossa, precisamos arrecadar bem e gastar bem o que se arrecada”. Como exemplo da “falta de prioridade do prefeito”, Pellegrino citou a área da saúde pública. “A saúde tem vários problemas. Os repasses (constitucionais de 15%) sequer foram atingidos. Não temos a garantia de que todos os empenhos foram realizados”.
Fonte: Correio da Bahia

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