Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - É possível que tenha recebido sinal verde, como também pode ser que não, mas de qualquer forma, com ou sem os estímulos do presidente Lula, Ciro Gomes começa a desenvolver as preliminares de sua campanha para o Palácio do Planalto, em 2010.
O primeiro passo, já dado, envolve o amálgama de seu núcleo fundamental, os pequenos partidos de esquerda. Do PSB, ao qual está filiado, ao PC do B, ao PDT, ao PV, olhando para o ainda recalcitrante PPS, esses partidos encontram-se desalinhados da nave-mãe, o PT. Some-se a eles o PTB, não propriamente de esquerda, mas com peso significativo.
Se os companheiros carecem de nome forte para candidato, exceção à hipótese do terceiro mandato para Lula, os até pouco considerados penduricalhos animam-se a voar para longe. É claro que fazendo vista grossa à má-vontade petista diante de sua emancipação, porque, afinal, o PT poderá ser decisivo num segundo turno. Diante de José Serra e Ciro Gomes, com quem ficarão os atuais detentores do poder?
Sendo assim, importa ao ex-governador do Ceará não fechar as portas aos possíveis aliados do futuro. O PT não deixará de apresentar candidato próprio, mas sabendo que será para perder, com a ressalva do terceiro mandato. Diante da hipótese de os tucanos voltarem ao ninho antigo, porém, necessitam ser cultivados. A estratégia de Ciro não é tornar-se conhecido, coisa que já é, mas firmar-se como alternativa das forças populares, situação obviamente a depender de Lula, o principal interessado em evitar o retorno do PSDB ao poder.
Nas eleições de 2002 houve um momento em que a vitória parecia sorrir para o candidato apoiado pelo PTB e pelo PDT. Nas projeções feitas em julho e agosto para o segundo turno, batia tanto o Lula quanto José Serra. Depois, a campanha desandou, ainda que se trate de uma bobagem supor ter sido por conta de uma frase infeliz a respeito do papel de sua esposa. Perdeu por faltar-lhe fôlego partidário e recursos, além de o furacão Lula só ter crescido. Desta vez, se abrir o leque e for mais permeável em aceitar opiniões fora de seu restrito círculo cearense, chegará ao campo de batalha com mais munição.
Bosteiro
No Senado, a confusão é geral, escreveria Machado de Assis, caso ainda fosse cronista dos trabalhos na Câmara Alta. Não se trata da prorrogação da CPMF, praticamente garantida pela palavra a ser anunciada esta semana pelos tucanos, que não devem fechar questão. O problema está na escolha do novo presidente da casa, a completar o mandato de Renan Calheiros durante 2008.
Não dá para imaginar os senadores da base oficial acreditando na diretriz atribuída ao presidente Lula, de só cuidarem da escolha depois de aprovado o imposto do cheque. Essas intenções etéreas jamais se concretizaram em política. O diabo é que do embate das pretensões variadas não saiu nada, até agora. Garibaldi Alves, Gerson Camata, Edison Lobão e José Maranhão, entre outros senadores do PMDB, empolgam muito pouco as demais bancadas.
Há quem suponha José Sarney negando sua candidatura, preparando a filha Roseana, cuja dificuldade é a mesma de Edison Lobão: entrou faz pouco no partido, faltando-lhe tradição. Quem disser que sabe quem ocupará a cadeira de Renan deve ser preso como boateiro. Mas os aspirantes movimentam-se. Precisam estar atentos, porém, ao fato de que, somadas, as bancadas de oposição e de partidos governistas dispõem do direito de indicar e eleger outro candidato além deles, mesmo saído da bancada majoritária.
Humor
Com todo o respeito, mas não é apenas no STF que os apelidos cruzam os corredores, como aquele que rotulou de "Cupido" o ministro Eros Grau. No Senado é até maior a profusão de brincadeiras tão carinhosas quanto contundentes. Quem será, por exemplo, o "Pavão da Caatinga"? Ou a "Bruxa da Branca de Neve"? O "Doido Manso"? A "Patativa Potiguar" e o "Médico dos Malucos"?
Quem sabe o leitor descobrirá logo o "Garanhão do Planalto", mas fácil não será identificar "George - O Tarzã da Floresta", tantos são os oriundos da região amazônica. Fica por conta de cada um decifrar a "Esfinge dos Pampas". Quem quiser que se aventure. O humor, quando favorável, é benéfico. Mas às vezes revela situações que irritam os personagens...
Fonte: Tribuna da Imprensa
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