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domingo, novembro 18, 2007

Cacique vem ao Rio apartar a briga

Kayo Iglesias

Para tentar conter a instabilidade no partido no Estado - notadamente as brigas entre o ex-governador Anthony Garotinho e o atual, Sérgio Cabral - o presidente nacional do PMDB, deputado federal Michel Temer (SP), desembarca no Rio esta semana, depois do feriado prolongado, com a missão de selar a paz na legenda. Os caciques peemedebistas já estão preocupados com que as faíscas se transformem em incêndio eleitoral em 2008 e 2010. Hoje, além do governo, o partido domina 43 das 92 prefeituras.
A intervenção da direção nacional vem no momento em que o diretório municipal do Rio foi dissolvido pela executiva estadual e substituído por uma comissão provisória, comandada pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Jorge Picciani.
A atitude foi a resposta de Garotinho à filiação do ex-tucano Eduardo Paes, secretário de Turismo, Esporte e Lazer de Cabral, trazido para o PMDB pelo governador às vésperas do prazo de inscrição dos pré-candidatos a prefeito nos partidos.
A fúria do ex-governador tem dois motivos. Um é o fato de que a candidatura de Paes quebraria o acordo aprovado pela executiva estadual de aliança com o DEM em 2008, no qual foi combinado que o cabeça-de-chapa viria dos democratas.
O outro é a postura contrária ao governo Lula, que Garotinho não faz a mínima questão de esconder. Depois da tensa reunião que escolheu na quarta-feira os membros da comissão provisória, o ex-governador chegou a esbravejar que a máquina controlada por Cabral estaria "trabalhando a favor do PT" em vários municípios dominados pelo partido.
O governador, por sua vez, curtia viagem aos Estados Unidos na ocasião, mas saiu fortalecido do embate. Cabral, que já provou que não quer ficar mal de jeito nenhum com o governo Lula, emplacou dois membros de seu grupo na comissão provisória: o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner, e o senador Paulo Duque, seu suplente na Casa. Nem Cabral, nem Fichtner foram à reunião.
Segundo pessoas ligadas à cúpula do partido, o fiel da balança nas negociações será Picciani. Apesar de ter domicílio eleitoral na capital, o deputado tem redutos de influência em todo o interior do Estado. Como foi o sucessor de Cabral na presidência da Alerj e mira a vaga que o governador vai deixar no Senado - o mandato de Sérgio Cabral acaba em 2010 - exercerá papel estratégico na tentativa de conter os ânimos.
O que estaria em jogo na verdade, segundo pessoas próximas aos líderes peemedebistas, é a candidatura do partido em 2010 ao governo do Estado. Mesmo que a aliança com o DEM seja confirmada nas eleições do ano que vem, a legenda terá concorrente próprio a governador.
Garotinho, esvaziado politicamente depois de oito anos de mandato dele e da mulher, Rosinha, tenta uma volta ao Poder Executivo na sucessão de Cabral. O governador sonha mais alto, e negocia com o governo Lula para ser uma das opções ao tal consenso para presidente. Mas tem uma segunda opção: a reeleição no Estado. O que Temer vem fazer é costurar alguns acordos para evitar o desgaste prematuro do partido a três anos da eleição.
O próprio prefeito Cesar Maia (DEM) tratou de pôr lenha na fogueira: publicou sexta-feira na internet depoimentos de membros do PT que se dizem contra a aliança com Cabral, numa clara tentativa de desestabilizar a relação entre os dois partidos no Estado. Cesar, como Garotinho, é anti-Lula assumido: chegou a ser acusado de tramar a saraivada de vaias recebidas pelo presidente na abertura do Pan no Rio.
Fonte: JB Online

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