TRIBUNA DA BAHIA Notícias
Se o reajuste de 30% na distribuição do gás natural, alardeado por representantes do setor energético brasileiro se confirmar, o setor industrial baiano será drasticamente afetado. A informação é do assessor de Desenvolvimento da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Fieb, Ricardo Kawabe. Ele faz previsões pessimistas e alerta que toda a cadeia industrial do Estado ( principalmente o Pólo petroquíco) será atingida com o aumento do gás natural, em especial a produtividade. “A produção de Manati ainda não supre a demanda. A Petrobras consome grande parte da produção deste campo, sem repassar para a Bahia Gás. Manati poderia estar repassando para a Bahia Gás e minimizando os transtornos”, frisa e acrescenta: “Também quero destacar que, além da indústria, o consumidor residencial e o proprietário de carro movido à gás serão prejudicados. A situação é alarmante se levarmos em conta que o crescimento da Bahia será atingido por conta do reajuste”. Kawabe também cita que, caso a Petrobras promova o acréscimo de maneira imediata, sem haver uma taxa progressiva, as indústrias provavelmente irão à Justiça. A discussão já ganha destaque entre representantes do setor de energia e da indústria no cenário nacional, que acusam a Petrobras de criar uma espécie de “overbooking de gás”. Eles ameaçam ir à Justiça caso a estatal continue vendendo combustível sem estoque para atender todos os clientes. A prática de overbooking pode levar a Petrobras ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Cade. Ricardo Kawabe revela que no Estado há cinco usinas termelétricas que fazem do gás natural sua matriz geradora: em São Francisco do Conde, as Refinarias Lanulfo Alves, e Celso Furtado, e em Camaçari, as da Fafen, Brasken e Chesf. “O problema com o gás natural não tem uma perspectiva de solução no curto prazo. A produção deste combustível não é suficiente para a demanda de consumo. Outro ponto que tem causado grande preocupação diz respeito as chuvas. Se elas não forem suficientes para encher os reservatórios, sobretudo no período de cheias, o Operador Nacional do Sistema Elétrico pode sugerir racionamento. O maior prejudicado será sem dúvida o setor industrial”, frisa. Ele ainda ressalta que a demanda subiu muito nos últimos anos atrelado ao crescimento da economia. “Se houver investimentos hoje em infra-estrutura, os resultados só aparecerão daqui há três anos. Há ainda a questão burocrática. Para qualquer investimento deste porte, como a criação de uma nova termelétrica, por exemplo, há a necessidade da obtenção de licenças ambientais de vários órgãos e isto demanda muito tempo”. Ele ainda faz menção a soluções imediatas: como a possibilidade de algumas indústrias do pólo mudarem a matriz energética de gás para óleo combustível. Apesar de ainda não estar oficialmente estipulado o valor da majoração do preço gás para o consumidor final, os usuários do produto já começam a temer no bolso.
Consumidor teme gasto
A dona-de-casa Marilia Santos, 45 anos, gasta uma média de R$ 37 por mês com butijão de gás. Na residência, além dela moram mais seis pessoas. “Consumimos muito gás aqui em casa, mas acho que nada justifica um aumento nesta proporção. Mal vivemos o assombro do apagão de energia e agora estamos sofrendo com a questão do gás”, critica. Já o professor Paulo César Martins, além de ter o tradicional butijão de gás em casa, gasta mais R$ 120 por mês para encher o tanque do carro. “Vou aguardar a concretização do aumento do gás combustível. Infelizmente no histórico de aumentos do país quem sempre sofre é o povo, vou ter que mudar radicalmente minha rotina. Não poderei mais deixar minha esposa no trabalho, nem viajar todos os finais de semana para o Litoral Norte. O carro ficará restrito ao trabalho”, revela. O superintendente comercial e de mercado da Coelba, Ricardo Galindo, garantiu que não há perspectiva de aumentos de energia elétrica para serem repassados ao consumidor final. “O novo modelo do setor elétrico no país envolve dois ambientes de contratação: a livre e a regulada. O primeiro traz variações de preço no mercado de curto prazo de energia. Já a Coelba trabalha mais no segundo, que é uma condição de contratação que envolve menos riscos”, sinaliza.
Fonte: Tribuna da Bahia
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