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domingo, junho 30, 2019

Enfim, pode ser que o acordo com a União Europeia consiga civilizar o Brasil…


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Charge do Millôr Fernandes (Arquivo Google)
Carlos Marchi(Do Facebook)
Jair Bolsonaro foi para a Europa vociferando – ia torcer o pescoço da Merkel, para começar. Explica-se. Antes da viagem, ele foi informado que o acordo Mercosul-União Europeia estava pronto pra ser assinado. E tinha de ser assinado, pois trará benefícios ao Brasil e aos três outros membros do Mercosul.
Só que um acordo desse é a quintessência do globalismo, que Jair odeia. Mas não tem jeito, tem de engolir um acordo essencialmente globalista.
SALVAGUARDAS – E tem muito mais. A União Europeia impõe salvaguardas em seus acordos. O tratado firmado tem um capítulo específico sobre desenvolvimento sustentável. Quer dizer, o acordo com a UE obriga os países do Mercosul a:
  1. Serem signatários do Acordo de Paris sobre a Mudança do Clima. (Foi por isso que Macron deu um cocorote em Jair: “Se sair do Acordo do Clima, não tem acordo com o Mercosul”).
  2. Manterem os cuidados com a biodiversidade e a conservação das florestas.
  3. Garantirem a livre atuação de organizações sociais (leia-se ONGs), que ajudarão a fiscalizar o acordo.
  4. Respeitarem os direitos trabalhistas dos trabalhadores nacionais.
  5. Preservarem os direitos das populações indígenas.
  6. Garantirem a preservação plena dos direitos humanos, tal como são conceituados na Europa.
FICOU ZANGADO – É por isso tudo que Jair estava tão zangado quando desembarcou. Não dá mais pra desmatar a Amazônia. Nem pra detonar as ONGs. Nem pra extinguir os direitos trabalhistas. Nem pra liquidar os índios.
Vai ter de cumprir as metas de emissão de carbono. Rigorosamente. Vai ter de entubar o Acordo do Clima. Sem chiar. E ainda vai trafegar na contramão do Trump.
Enfim, pode ser que o acordo com a UE civilize o Brasil.

Nova bomba do Intercept prova que delação contra Lula foi forjada pela Lava Jato

O empresário Léo Pinheiro, da OAS, só passou a ter credibilidade para a força-tarefa da Lava Jato depois que mudou sua versão e passou a acusar o ex-presidente Lula e dizer que as reformas no triplex do Guarujá eram contrapartida por contratos na Petrobrás. Ou seja: só virou um delator depois que disse exatamente aquilo que a Lava Jato exigia que dissesse
Léo Pinheiro pede benefício 'em grau máximo' após incriminar Lula

247 – O ex-presidente Lula vem sendo mantido como preso político há mais de um ano em razão de uma delação premiada forjada pelo Ministério Público. É o que prova o novo lote de mensagens da Vaza Jato, divulgado neste domingo pela Folha de S. Paulo, em parceria com o Intercept.
"O empreiteiro que incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso que o levou à prisão foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações, segundo mensagens privadas trocadas entre procuradores envolvidos com as negociações", aponta a reportagem deste domingo. "Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista."
A reportagem lembra que Léo Pinheiro só apresentou a versão usada para condenar Lula  em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato. Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas — e sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo." Ou seja: Léo Pinheiro foi levado a incriminar Lula para ter sua delação aceita.
O empreiteiro foi recebido com ceticismo desde o início. “A primeira notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária ao que apuramos aqui”, disse um dos procuradores, Paulo Roberto Galvão, no início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta da empresa mas não nos comprometemos com nada.”



Procurador atesta: mensagens sobre Moro são verdadeiras

30/06/2019 as 09:21 h  Autor Editoria  Imprimir Imprimir

Moro

Apesar da  nota divulgada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que alerta sobre a impossibilidade de avaliar a veracidade das mensagens publicadas pelo The Intercept, um procurador da República confirmou ao jornal O Correio Braziliense que as mensagens sobre Moro são verdadeiras.

reportagem destaca que "integrantes da força-tarefa da Lava-Jato revelam preocupações com a possibilidade de que o então juiz Sérgio Moro aceitasse convite para compor a equipe de ministros do presidente Jair Bolsonaro. Nas mensagens publicadas, a procuradora Monique Cheker critica a condução dos processos da Lava-Jato pelo ministro na época em que ele era juiz no Paraná. "Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados", teria dito Monique. Em um grupo no aplicativo Telegram, os procuradores teriam demonstrado preocupação com o fato de Moro marcar encontros com o presidente Jair Bolsonaro após o resultado das eleições do ano passado."

A matéria ainda sublinha que "um dos que participam do diálogo é o procurador Alan Mansur, coordenador da Lava-Jato no Pará. Ele revela temor com a ida de Moro para o Ministério da Justiça. 'Tem toda a técnica e conhecimento para ser um excelente ministro da Justiça. E tentar colocar em prática tudo que ele acredita. Porém, o fato de ter aceitado, neste momento, entrar na política e desta forma, é muito ruim pra imagem de imparcialidade do sistema de justiça e MP em geral', disse."

Fonte: https://www.brasil247.com/

Mensagens mostram que Lava Jato via com descrédito Leo Pinheiro, pivô da prisão de Lula

Força-tarefa da Lava Jato em Curitiba afirmou que o material apresentado pela não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo

Redação

Foto: Luis Macedo / Agência Câmara
Foto: Luis Macedo / Agência Câmara

O empreiteiro que incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso que o levou à prisão foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações, segundo mensagens privadas trocadas entre procuradores envolvidos com as negociações.
Enviadas por uma fonte anônima ao site The Intercept Brasil e analisadas pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo site, as mensagens indicam que Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista.
“Sobre o Lula eles não queriam trazer nem o apt. Guaruja”, escreveu o promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes a outros integrantes da equipe que negociou com os advogados da OAS em agosto de 2016, numa discussão sobre a delação no aplicativo Telegram. “Diziam q não tinha crime.”
Segundo as publicações, Léo Pinheiro só apresentou a versão que incriminou Lula em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato, quando foi interrogado pelo então juiz Sergio Moro no processo do tríplex e disse que a reforma do apartamento era parte dos acertos que fizera com o PT para garantir contratos da OAS com a Petrobras.
Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas —e sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.
Os advogados da OAS abriram negociações com a Lava Jato em fevereiro de 2016. Nessa época, as investigações sobre as relações de Lula com as empreiteiras estavam avançando, e os procuradores já tinham muitas informações sobre o tríplex e as obras executadas pela OAS e pela Odebrecht num sítio que o líder petista frequentava em Atibaia (SP).
Léo Pinheiro já havia sido condenado por Moro por ter pago propina a dirigentes da Petrobras e recorria em liberdade, mas temia ser preso se a apelação fosse rejeitada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, onde os processos de Curitiba são revistos.
O empreiteiro foi recebido com ceticismo desde o início. “A primeira notícia de versão do LP [Léo Pinheiro] sobre o sítio já é bem contrária ao que apuramos aqui”, disse um dos procuradores, Paulo Roberto Galvão, no início de março. “Estamos abertos a ouvir a proposta da empresa mas não nos comprometemos com nada.”
“Tem que prender Leo Pinheiro. Eles falam pouco”, escreveu. “Me parece que não está valendo a pena.”
A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba afirma que o material apresentado pela reportagem não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo.
Outro lado
A força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba afirmou que o material apresentado pela reportagem não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo.
“A Lava Jato é sustentada com base em provas robustas e em denúncias consistentes. O trabalho da força-tarefa foi analisado e validado por diferentes instâncias do Judiciário, de modo imparcial e independente”, afirmou o órgão em nota enviada pela assessoria de imprensa.
“No caso de integrantes da OAS, as negociações foram conduzidas por muitos procuradores que atuavam na Procuradoria-Geral da República e na força-tarefa da Lava Jato, que sempre pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade”, completou a nota.
Procurada pela reportagem da Folha, na tarde de sexta (28), a Procuradoria-Geral da República não se manifestou sobre as mensagens.
Bahia.ba

Na rota de Lula, semiaberto na Lava Jato tem de 'prisão de famosos' a confinamento


por Felipe Bächtold | Folhapress
Na rota de Lula, semiaberto na Lava Jato tem de 'prisão de famosos' a confinamento
Foto: Reprodução / PT
Possível futuro do ex-presidente Lula, o cumprimento de pena em regime semiaberto não é muito frequente na Lava Jato e tem precedentes na operação que incluem a permanência no chamado "presídio  das celebridades", no interior de São Paulo, e uma espécie de confinamento de um condenado no território de Curitiba.

O petista teve a pena por corrupção e lavagem no caso do tríplex reduzida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em abril e, em parecer divulgado no início do mês, o Ministério Público Federal concordou com tese da defesa de que ele já preenche os requisitos para a concessão do benefício.

A palavra final sobre esse pedido da defesa caberá à Quinta Turma da corte, em julgamento ainda sem data definida. O ex-presidente tenta também a liberdade imediata por meio da anulação dos processos já julgados.

Nas ações já julgadas da Lava Jato, é incomum um condenado em segunda instância, como Lula, progredir do regime fechado para o semiaberto com base apenas no tempo que permaneceu na cadeia.

Isso ocorre porque uma lei exige que o réu, para obter o benefício, pague a reparação dos danos aos cofres públicos, que em muitos casos somam valores milionários. Esse requisito que tem travado a progressão de regime pode não ser um impeditivo para Lula, já que o STJ reduziu também a quantia imposta a ele, para R$ 2,4 milhões.

Mais frequente na Lava Jato é que o condenado comece a cumprir a pena diretamente no regime semiaberto. Essa situação se aplica a presos condenados a penas inferiores a oito anos de prisão.

Em dois casos recentes da operação, a Justiça Federal no Paraná ordenou que os presos fossem enviados ao complexo de Tremembé, no interior paulista, conhecido por abrigar presos de crimes de repercussão. O local foi escolhido por ter vagas disponíveis em uma de suas alas para condenados ao semiaberto.

Nessa modalidade de reclusão, o preso passa a cumprir pena em uma unidade com estrutura para trabalhos dentro do próprio estabelecimento, como uma colônia agrícola ou industrial. Também tem autorização a saídas temporárias, sem vigilância, para visitas à família, para participação em atividades que promovam "o retorno ao convívio social" ou para ida a cursos.

Um dos réus encaminhados a Tremembé foi Natalino Bertin, ex-dono do frigorífico Bertin, condenado por participação em lavagem de dinheiro a favor do PT. Na ala para detentos do regime fechado do complexo, estão detidos, por exemplo, Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato da filha Isabella Nardoni, e o ex-seminarista Gil Rugai, condenado pela morte do pai e da madrasta em 2004.

A defesa de Bertin pleiteava que ele permanecesse detido em casa, com tornozeleira eletrônica, mas o juiz Danilo Pereira Junior, que cuida do dia-a-dia das penas de parte dos presos da Lava Jato, decidiu mandá-lo para a unidade em São Paulo. 

Ele disse que a conversão do semiaberto em cumprimento da pena em casa com tornozeleira eletrônica é excepcional e depende da efetiva demonstração de ausência de vagas de semiaberto no sistema. Bertin começou a cumprir a condenação no mês passado. Ele trabalha em uma horta dentro da unidade.

Também passou pela mesma situação o economista Luiz Casante, condenado no mesmo processo de Bertin. Ele, porém, conseguiu ser transferido para uma unidade em Bragança Paulista, para ficar mais perto da família, e já obteve progressão para o regime aberto, em que o preso pode ficar recolhido em casa à noite e nos fins de semana.

O economista conseguiu reduzir o período de permanência no semiaberto com a leitura de livros no estabelecimento prisional, possibilidade também à disposição de Lula.

Condenado pelo ex-juiz Sergio Moro a cinco anos anos de prisão por lavagem, o empresário Ronan Maria Pinto foi obrigado a permanecer em Curitiba, apesar de ter casa e negócios em São Paulo.

Em fevereiro, a Justiça estadual paranaense rejeitou enviá-lo a uma unidade do semiaberto disponível por falta de garantias de segurança. Ele foi liberado mediante o monitoramento eletrônico e com a obrigação de não sair da região metropolitana da capital paranaense sem autorização judicial.

Esse modelo é batizado de semiaberto "harmonizado" ou "humanizado".

Também precisa ficar recolhido das 23h às 6h e obter ocupação ou frequentar curso de ensino formal ou profissionalizante. À Justiça a defesa dele disse que atua à distância como diretor-superintendente do jornal Diário do Grande ABC.

A decisão, expedida em fevereiro, foi da juíza estadual Luciani Maronezi.

Condenado em primeira instância em 2015, o ex-assessor parlamentar do PP Ivan Vernon Torres Júnior começou a cumprir a pena de cinco anos de prisão só em maio deste ano. A defesa reclama que, por falta de vagas, ele foi colocado em regime fechado, no Rio, embora tenha direito a ficar no semiaberto.

Esses casos não chegam a ser projeções para o futuro de Lula, já que não foram despachados pela juíza federal responsável por administrar a pena do petista, Carolina Lebbos. Caberá a ela eventualmente definir as condições para que o ex-presidente deixe a cadeia, como requisitos e local de cumprimento de pena.

Além disso, desde o início do cumprimento da pena, o petista é submetido a uma rotina diferente daquela de outros condenados na operação.

Lula, por exemplo, está detido sozinho e cumpre pena na sede da PF no Paraná, diferentemente de outros presos que estão em um complexo estadual. Moro, ao decretar a prisão em 2018, determinou que o ex-presidente permanecesse detido em uma sala reservada na superintendência em Curitiba "em razão da dignidade do cargo ocupado".

A defesa do petista, além de tentar a progressão do regime, também busca anular no Supremo Tribunal Federal o processo que originou a condenação, argumentando que Moro não tinha a imparcialidade necessária para julgá-lo. A pena imposta pelo STJ é de oito anos, dez meses e 20 dias de prisão.

Bahia Notícias

Celso de Mello está numa encruzilhada: ou sai limpo do Supremo ou se suja de vez


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Celso de Mello está diante da decisão mais importante de sua vida
Celso Serra
Conheci pessoalmente o jurista Saulo Ramos. E conheço o texto de sua biografia em que fala sobre Celso de Mello. Por isso, mantenho sempre sob observação o atual decano dos ministros do Supremo. Porém, penso que Celso de Mello está em uma encruzilhada: ou confirma a qualificação que Saulo Ramos escreveu em seu livro (“um juiz de merda”) ou encerra sua carreira com um ato limpo – não libertando o maior ladrão de dinheiro do povo da história do Brasil e, quiçá, do mundo – e sai do STF limpo, com a toga lavada e de cabeça em pé.
Vamos aguardar a escolha do ministro, na finalização do julgamento sobre o pedido de suspeição do então juiz Sérgio Moro, para anular a condenação de Lula na ação do tríplex do Guarujá.
OUTRO MINISTRO – Procurei na História do Brasil e não encontrei nenhum personagem com o nome de Lewandowski na frota de Cabral, no episódio do DescobrimentLocal
o. Também não encontrei nenhum personagem com o nome de Lewandowski na Inconfidência Mineira. E mais à frente, nenhum personagem com o nome de Lewandowski nos atos referentes à Independência do Brasil.
Da mesma forma, não encontrei nenhum personagem com o nome de Lewandowski defendendo o país nas guerras internas e externas durante o Império. E não achei nenhum personagem com o nome de Lewandowski nos atos abolicionistas.
NÃO É CITADO – Aliás, não encontrei nenhum personagem com o nome de Lewandowski no episódio da Proclamação da República. Enfim, não encontrei nenhum personagem com o nome de Lewandowski em nenhum ato histórico patriótico e útil para o Brasil.
Mas achei o nome Lewandowski em diversos atos imorais, indecentes e aéticos na história recente do país. Entre numerosos outros fatos, destaca-se ter-se ligado a um senador notoriamente corrupto para rasgar a Constituição Federal na sessão de impeachment de Dilma Rousseff, quando manteve os direitos políticas de uma fracassada presidente que estava sendo cassada.

Informação a Jair Bolsonaro: o governo deve 5,48 trilhões de reais ao mercado

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Charge do Baldinger (Arquivo Google)
Pedro do Coutto
O Banco Central divulgou sexta-feira e O Globo publicou no sábado uma reportagem de Renata Vieira, destacando a informação de que a dívida do governo para com o mercado financeiro atingiu, em maio, 5,48 trilhões de reais. A dívida é lastreada por notas do Tesouro Nacional, que em sua maioria rendem aos bancos e investidores um valor sobre o qual incidem juros de 6,5% a/a, taxa Selic.
O endividamento nos últimos meses representou um desembolso superior a 300 bilhões de reais. Como o Governo não tinha disponibilidade financeira, adotou a forma de capitalizar os juros emitindo mais NTS. Assim cresceu o estoque da dívida.
SEM PROJETO – Tenho a impressão que o presidente Bolsonaro não foi informado desse processo pelo Ministro Paulo Guedes. O titular da Economia tem como alvo a reforma da Previdência, mesmo assim na parte de reduzir despesas. Quanto a aumentar a receita não conheço qualquer projeto dele.
A dívida do Governo pesa hoje, lembra Renata Vieira, 78% do Produto Interno Bruto. O PIB atual é um pouco superior a 6 trilhões de reais. Porém, vale acentuar que em 2006 representava 52% do PIB. O crescimento da dívida vem aumentando de velocidade. Os dados foram comentados por Fernando Rocha, chefe do departamento de estatística do BC. A divulgação, claro, foi autorizada por Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.
Gabriel Martins, na mesma edição de O Globo, revela que o desemprego, além de atingir 12,9 milhões de pessoas, vem causando redução da renda salarial. É que as admissões são contratadas com salários mais baixos dos que eram pagos aos que foram demitidos. Resultado, salários menores agravando as receitas do INSS e do FGTS.
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QUAL SERÁ O DESTINO DOS EDIFÍCIOS DE FURNAS?
Falei ontem sobre a relotação dos servidores de Furnas, uma vez que foi iniciada com a transferência parcial para o prédio da Eletrobrás no centro do Rio. O complexo da Rua Real Grandeza reúne três blocos que estão sendo desocupados. Mas também é possível que esses prédios sejam locados para outras atividades ou então aproveitados por grupos chineses que examinam a possibilidade de adquirir a maioria das ações dentro do projeto de privatização traçado pelo presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira.
Os processos de privatização, de modo geral, incluem de forma substantiva dois pontos. A diminuição do chamado passivo trabalhista, além da quitação de dívidas existentes, pois assim os novos acionistas iniciam sua atividade num jogo de zero a zero.
Há cerca de três anos a privatização parcial de Furnas foi colocada em pauta pelo então presidente Flávio Decat. Mas terminou não se realizando. Agora começa uma nova investida. Há dúvida porém é se a privatização depende ou não de lei aprovada pelo Congresso. O STF decidiu que as subsidiárias podem ser vendidas por ato executivo.
Mas Furnas, segunda maior estatal do país, criada pelo presidente JK, não pode a meu ver ser considerada subsidiária. Trata-se de uma empresa mãe na forma e no conteúdo.

Ao invés de focar na recuperação da economia, Bolsonaro só pensa em reeleição


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Bolsonaro se comporta como se estivesse no melhor dos mundos
Carlos Newton
Com seis meses, o governo ainda acha prematuro ser avaliado, mas o presidente Jair Bolsonaro não considera cedo para falar em reeleição. Já tocou no assunto várias vezes. Agora, arranjou uma justificativa. Como sabe que o Congresso não fará a reforma política, porque nenhum grupo social entrega poder voluntariamente, Bolsonaro então passou a dizer que só abrirá mão da reeleição se o Brasil passar por uma séria reforma política.
“Agora, se não tiver uma boa reforma política e o povo quiser, estamos aí para continuar mais quatro anos”, confirma.
NOVA CAMPANHA – Em tradução simultânea, Bolsonaro já está em campanha. É impressionante, e a impressão que Bolsonaro sugere é de deslumbramento com o cargo.
Se tivesse lido “Cândido ou O Otimismo”, obra-prima de Voltaire, o presidente conheceria um dos personagens principais, o professor Plangloss, conselheiro de Cândido, que era o otimismo em pessoa, arranjava sempre uma maneira de transformar um fato negativo em uma hipótese positiva, para concluir que estava “no melhor dos mundos”.
REALISTA ESPERANÇOSO – Infelizmente, o mundo não é assim. Na definição genial do escritor Ariano Suassuna: “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato, Bom mesmo é ser um realista esperançoso”.   
Na correria da vida moderna, o tempo voa e não há margem para esperanças delirantes, diante de uma realidade implacável, que bate à porta de cada um.
Bolsonaro é a alegria em pessoa na Presidência, parece em eterna campanha política, querendo resolver problemas transcendentais, como a tomada elétrica de três bicos os radares nas rodovias e a duração da carteira de habilitação. Mas fazem parte do Plano A, que mira a reeleição.
SEM PLANO B – Bolsonaro se comporta como se sua função fosse apenas nomear os ministros, e cada um que se vire como pode, para resolver os problemas do respectivo setor, enquanto o presidente viaja pelo Brasil e pelo mundo, em lua-de-mel com a política, sem perceber que lhe falta o Plano B, para tirar o país da recessão.
Até agora, nada se fez a esse respeito. Basta lembrar essa confissão do ministro Paulo Guedes, em audiência recente na Câmara. Segundo o jornalista Alberto Bombig, do Estadão, ao rebater comentários de que a economia não responde, disse o ministro: “Responder a quê? O que nós fizemos para ela crescer?”
Realmente, até agora, há apenas a tentativa de reforma da Previdência, sem nenhuma outra providência para reativar a economia.
PLANO LESSA/DARC – No primeiro governo Lula, não existia programa econômico. Empossados no BNDES como presidente e vice, Carlos Lessa e Darc Costa (que passara 13 anos na Escola Superior de Guerra estudando o país), criaram seu próprio Plano B, incentivaram setores estratégicos da economia e popularizaram o Cartão BNDES, com juros baixíssimos, para financiar a expansão de micros, pequenas e médias empresas.
Usando o BNDESPar, Lessa e Darc evitaram a desnacionalização da Vale e tomaram muitas outras medidas importantes. O país deslanchou, e quando Lula entregou o poder, oito anos depois, o PIB tinha subido 4,75% 2010. 
Agora, na gestão Bolsonaro, chega-se a seis meses de governo sem qualquer medida na área econômica. Guedes é esforçado, mas nada entende de macroeconomia, não sabe o que fazer. Seu prazo de validade está quase vencido. O prazo de Bolsonaro também está correndo rápido, mas ele não percebe.
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P.S.1 –
 Bolsonaro é tão desligado que chega a ponto de dizer a seguinte pérola: “Quem cria emprego não é o presidente, é a iniciativa privada. Nós queremos que, uma vez que os empreendedores tenham confiança em nós, eles invistam”, filosofou o chefe do governo.
P.S 2 – Ao invés de fazerem o BNDES incentivar a recuperação da indústria e a retomada da economia, como Carlos Lessa ensinou, para aumentar o comércio potencialmente gigantesco com a União Europeia, Bolsonaro e Guedes desprezam a importância do banco de fomento. No momento, ao invés de se preocupar em diminuir a dívida pública, o plano econômico genial de Guedes é usar o BNDES para vender as estatais lucrativas. Genial, diríamos ou bestial, como diriam os portugueses. (C.N.)

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