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domingo, julho 02, 2023

Congresso e governo fingem que a conta bilionária dos precatórios jamais será cobrada

Publicado em 1 de julho de 2023 por Tribuna da Internet

Resultado de imagem para precatorios charges

Charge reproduzida do Arquivo Google

Deu em O Globo

Em 2021, mais de três quintos dos deputados e senadores aprovaram mudanças nos prazos de pagamento de dívidas da União em que não há mais recurso judicial possível, chamadas precatórios. Até então, os débitos eram quitados após a decisão da Justiça.

Uma emenda constitucional criou uma espécie de “pendura”. O governo passou a ter um teto anual para saldar as dívidas. Começou a pagar apenas o equivalente à quantia quitada em 2016, corrigida pela inflação. O resto foi sendo empurrado para depois.

NOVA PEDALADA – Obra do então presidente Jair Bolsonaro, o plano tinha caráter nitidamente eleitoreiro. O objetivo era criar mais espaço no Orçamento para despesas em 2022, em particular o reajuste no programa Auxílio Brasil. Em prol da malograda campanha pela reeleição, legalizou-se um novo tipo de pedalada.

Dados do Relatório Contábil do Tesouro Nacional, revelados pelo Globo, mostram o tamanho do estrago. O passivo resultante da irresponsabilidade já chega a RS$ 142 bilhões, um aumento de 41% em relação a 2021.

A regra que permite pendurar o pagamento dos precatórios vale até 2026. No ano seguinte, o acumulado das dívidas terá de ser quitado (a não ser que o Parlamento promova outra manobra protelatória).

QUAL SERÁ A FONTE? – Ninguém tem a menor ideia de onde o dinheiro sairá. Projeções sugerem que o total poderá chegar a R$ 245 bilhões em 2027, quase 2% do PIB. O governo atual terá de achar uma solução para desarmar a bomba, ou ela estourará no colo do próximo presidente da República.

As lideranças do Congresso, as mesmas da legislatura anterior, podem argumentar que a iniciativa partiu do governo Bolsonaro, mas a desculpa é furada. Trabalharam arduamente pela aprovação, que contou com apoio não apenas da base bolsonarista, mas também de todos aqueles que não queriam ficar queimados por reduzir verbas de programas sociais.

Na época, não faltaram avisos e críticas sobre o equívoco de emendar a Constituição para permitir uma farra do gasto. Teria sido perfeitamente possível reajustar o Auxílio Brasil promovendo cortes noutras rubricas, como as emendas do relator que alimentavam o orçamento secreto. Mas, posto na balança o interesse nacional, ele não pesou. Prevaleceu o cálculo político de curtíssimo prazo.

A CONTA AUMENTA – Só que o curto prazo passa logo, e o longo prazo um dia chega. Desde já os congressistas precisam refletir sobre como criar o colchão orçamentário necessário a saldar as dívidas empurradas com a barriga.

Infelizmente, ninguém parece prestar atenção ao tema, como têm revelado os embates em torno do novo arcabouço fiscal.

A Câmara aprovou um projeto melhor que o apresentado pelo governo, mas o Senado corre o risco de piorá-lo, abrindo exceções ao limite de gastos e modificando sua correção pela inflação.

BOAS INTENÇÕES – Cada retrocesso vem acompanhado de justificativas aparentemente bem-intencionadas — exatamente como se fez na discussão da emenda dos precatórios.

Quando a reforma tributária entrar em pauta, é previsível que deputados e senadores tentem desfigurá-la para atender a interesses específicos. Oxalá tenham mais sensatez do que exibiram quando adiaram o pagamento dos precatórios.

Por ação ou omissão, o Congresso tem enorme responsabilidade pelo atraso econômico do Brasil nas últimas décadas. Está na hora de assumir o protagonismo em mudanças que tragam benefícios no futuro, e não uma conta bilionária a pagar.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A irresponsabilidade reina e abunda. Nenhum governo jamais se interessa por dívida que será paga pelo governante seguinte. É claro que isso não vai dar certo. Mas quem se interessa? (C.N.)

Sem fazer nada, o governo ajuda muito, porque assim não atrapalha a economia…

Publicado em 2 de julho de 2023 por Tribuna da Internet

Chargistas e cartunistas imaginam o novo governo - 01/11/2022 - Poder -  Folha

Charge do Galvão Bertazzi (Arquivo Google)

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

O semestre termina melhor do que começou, tanto nos fatos correntes — inflação desacelerando e PIB acelerando — quanto nas expectativas para o restante do ano. Houve alguma ajuda externa — não veio a recessão esperada (temida) nos Estados Unidos —, mas um fator local foi essencial, especialmente para a melhora do ambiente: as coisas que o governo não fez.

Não foram poucas: o governo não reestatizou a Eletrobras, e Lula até parou de falar nisso; não reestatizou as empresas vendidas pela Petrobras; não conseguiu melar o Marco do Saneamento, embora tenha dado uma ajuda para estatais ineficientes; e, sobretudo, não aumentou as metas de inflação.

METAS DE INFLAÇÃO – Este último não movimento aconteceu nesta semana. O Conselho Monetário Nacional (CMN), onde o governo tem maioria, manteve as metas de inflação de 3,25% para este ano e fixou-as em 3% para os três anos seguintes. Parece burocrático, mas é importante. Basta lembrar que o presidente Lula falava em aumentar a meta para 4,5%, dizendo que isso — tolerar um pouco de inflação — era mais adequado para países em desenvolvimento.

Por trás dessa ideia — bastante comum entre economistas mais à esquerda —, estava a presunção equivocada de que a meta mais alta permitiria ao Banco Central reduzir mais depressa a taxa de juros.

Seria o contrário: uma elevação das metas simplesmente levaria à deterioração das expectativas, seguida de mais inflação e, claro, mais juros.

RECADO DO COPOM – Mais importante ainda, do ponto de vista das expectativas: na ata divulgada nesta semana, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) observou que a reafirmação de confiança nas metas de inflação ajudaria muito na redução da taxa básica de juros. (Não disse assim tão claramente, mas estava óbvio o recado para o CMN).

Funcionou, e com um fator positivo adicional: o Conselho mudou o sistema de metas. Em vez de definidas pelo calendário (um objetivo para cada ano), adotou-se o regime contínuo. A meta de 3% não precisa ser atingida num determinado dezembro, mas num período prolongado. Dito de outro modo: ela vale para sempre, e o Copom tem liberdade para buscá-la no prazo que julgar mais razoável.

Embora o ministro Haddad tenha apresentado a coisa como grande novidade deste governo, a verdade é que o Copom já vinha fazendo isso há tempos.

META PROTELADA – Quem lê os inúmeros e fartos documentos da autoridade monetária está careca de saber que a busca da meta vem sendo protelada seguidamente. Agora, estima que os 3% serão alcançados em algum momento de 2025.

Por que isso? Porque, para alcançar a meta de 3,5% deste ano, os juros teriam de subir para a Lua, destruindo a economia. O Copom tem buscado equilibrar a taxa básica de juros em nível alto suficiente para derrubar a inflação, mas não tão alto que sufoque a atividade econômica.

Claro que juro alto atrapalha. E claro que ninguém gosta disso. Mas a alternativa é mais inflação — e já vimos esse filme no Brasil. E estamos vendo na Argentina e Turquia. De maneira que ficou bom. Lula continua falando mal do presidente do BC, Roberto Campos Neto, parlamentares governistas falam energicamente em convocá-lo. Mas é para a torcida. Todo mundo sabe que faz parte do regime de metas, em toda parte, que o presidente do BC se apresente regularmente ao Congresso.

DUAS COISAS IMPORTANTES – Dirão: só isso? O governo não fez nada para ajudar o ambiente econômico? Está fazendo duas coisas importantes. Uma, o empenho na votação da reforma tributária. Outra, a apresentação do novo arcabouço fiscal. Ambas ainda no Congresso.

O arcabouço não é lá essas coisas, se o objetivo é reduzir o endividamento público. Tem ali mais uma licença para gastar, baseada na expectativa de um enorme ganho de arrecadação. Mas o mercado, sim, ele próprio, recebeu bem. Pela via do melhor isso que nada.

Fora isso, têm saído algumas políticas públicas à antiga — como redução de impostos para carros — e nada de moderno visando ao que o Brasil mais precisa: ganhos de produtividade no conjunto da economia.


sábado, julho 01, 2023

Banco Central indica que Taxa Selic enfim vai cair, se o governo não atrapalhar, claro


Apesar da mídia, povo apoia Lula contra juros – Bem Blogado

Charge do Miguel Paiva (Brasil 247)

Carlos Alberto Sardenberg
O Globo

Quer saber? O Banco Central tem razão. A queda da taxa básica de juros está logo ali. Mas ainda faltam algumas coisas. Foi o que disse o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) ao cabo da reunião de quarta-feira passada, quando manteve a taxa em 13,75% ao ano. Comparando o último comunicado aos anteriores, há pelo menos quatro indicações de que o início da queda de juros está quase lá:

1) O Copom vinha repetindo que poderia ter de elevar o juro básico se as projeções indicassem desvio mais forte em relação às metas de inflação. Não diz mais, sinal de que não espera uma deterioração do quadro;

2) Entre os diversos cenários com que trabalhava, o Copom incluía uma versão considerando os juros de 13,75% mantidos por um longo período à frente. Também foi suprimida. Não está mais no horizonte do BC nem a alta dos juros básicos, nem sua manutenção nos atuais 13,75%;

3) O cenário de referência passou a ser aquele delineado no Boletim Focus. Esse boletim faz parte do ritual do regime de metas de inflação e funciona assim: departamentos técnicos de bancos, economistas-chefes de corretoras e fundos de investimentos, pessoal das consultorias e instituições de ensino e pesquisa rodam seus cenários macroeconômicos e enviam para o BC toda sexta-feira.

BOLETIM FOCUS – O BC tabula isso tudo e publica o resumo na sua página, às segundas-feiras pela manhã. Trata-se, portanto, da visão do pessoal de fora do governo. Visão que o BC considerou em seu cenário de referência.

A última versão do boletim projeta o quê? Que a taxa básica de juros chegará ao final deste ano em 12,25% ao ano. A taxa hoje é 13,75%, e o Copom tem mais quatro reuniões até o final deste ano. De 0,25 em 0,25 de queda, chega-se a dezembro justamente naqueles 12,25%. Claro, não quer dizer que acontecerá exatamente assim. Mas quer dizer, sim, que esperar o início da queda dos juros a partir de agosto faz sentido;

O Copom manifestou-se satisfeito com a redução da inflação verificada até agora, consequência da manutenção dos juros em patamar elevado desde agosto. Acrescentou que atuará daqui em diante com parcimônia — palavra utilizada outras vezes para sinalizar que o movimento na taxa básica seria de 0,25 ponto percentual por vez.

FATOS E RISCOS – Ao mesmo tempo, o Copom também indicou o que falta para a materialização daquele cenário. Não disse bem assim — na linguagem própria, falou de fatos e riscos.

Fatos: a redução da inflação é mais lenta do que se esperava. Os núcleos do IPCA permanecem mais elevados do que seria desejável. A inflação cheia, em 12 meses, tem caído nos últimos meses, mas volta a subir no segundo semestre.

E há pelo menos dois riscos a notar. O primeiro está no arcabouço fiscal, a proposta do governo para controlar as contas e evitar o crescimento exagerado da dívida pública. A coisa avançou, mas ainda está em votação no Congresso. Aliás, o Senado piorou a versão que saiu da Câmara, abrindo espaço para mais gastos. E o governo, o Executivo, já colocou em marcha diversos programas que, justos ou não, levam a forte aumento de despesas.

METAS DA INFLAÇÃO – O outro risco — e deste o BC não fala, mas a gente pode intuir — está no Conselho Monetário Nacional, o CMN. É integrado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do BC. Tem reunião marcada para o próximo dia 29, com tema crucial: confirmar (ou não) as metas de inflação para 2024 e 25 (no momento fixadas em 3%) e definir o objetivo para 2026.

Onde está o risco? A começar pelo presidente Lula, muita gente dentro do governo acha que meta de 3% é muito apertada para um país emergente. Não faltam comentários de que “um pouco” de inflação não faz mal. Quanto seria? Não se sabe. Mas se sabe que uma decisão do CMN elevando as metas provocará alta imediata nas expectativas de inflação, a ser consumadas nos próximos meses. Esse é o maior risco de piora do cenário.

O palavrório raivoso contra o BC atrapalha, mas é isso, palavrório mal informado.


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Militares omissos nos ataques de 08/01 devem perder as patentes, defende o IAB

Publicado em 1 de julho de 2023 por Tribuna da Internet

Leila Bittencourt 

Não se trata de crime militar, assinala a relatora do IAB

Leila Bittencourt
Site do IAB

“Não há crime militar. Há crimes de militares e de integrantes das forças de segurança que devem ser julgados em face de tentativa violenta de abolição do Estado Democrático”, afirma o parecer aprovado no plenário do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) nesta quarta-feira (28/6).

O documento defende que a invasão golpista às sedes dos Três Poderes da República, ocorrida no dia 8 de janeiro, teve sucesso graças à omissão de militares e agentes de segurança envolvidos na proteção do local.

PERDER A PATENTE – “Os militares da ativa, após condenados pela Justiça comum, deverão perder a patente mediante julgamento pela Justiça Militar específica”, afirma o texto apreciado pela Comissão de Direito Constitucional.

A relatora do parecer, Leila Bittencourt, afirmou que os objetivos da ação no 8 de janeiro eram “retirar do poder o presidente da República e ascender ao poder esse grupo golpista, para prosseguir com a política discriminatória, predatória do meio ambiente, de direitos humanos, contra as minorias, contra as diversidades e contra as conquistas democráticas”.

Os crimes comissivos por omissão dos militares, segundo a advogada, podem ter se dado pela conhecida simpatia que muitos membros das Forças Armadas têm em relação ao chefe de Estado que saiu. Ela ressaltou, no entanto, que a conduta deve ser analisada de forma individual mediante investigação da Polícia Federal.

OUTROS ENVOLVIMENTOS – A possível participação ou a omissão de militares do Exército responsáveis pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e pelo Batalhão da Guarda Presidencial foram apontadas por policiais militares ouvidos pela Polícia Federal. Segundo o parecer, a iminência dos acontecimentos do dia 8 já era anunciada pela Agência Brasileira de Informação (Abin). 

“O GSI não agiu na prevenção dos atos predatórios”, diz o texto. Além disso, a relatora Leila Bittencourt também citou os acampamentos montados em frente a bases militares, após o resultado das eleições, e o frustrado atentado ao aeroporto de Brasília em janeiro deste ano como outros processos golpistas.

Nesse sentido, o relatório defendeu a extinção do GSI ou, caso isso não seja possível, a sua reestruturação de forma a aumentar a participação civil no órgão.

OMISSÃO DO GSI – “Não cabe apenas falar sobre os delitos, mas sobre o modo como não se conseguiu evitar que os delitos acontecessem. E por que não se conseguiu? Nós tínhamos um gabinete incrustado, organizado, montado e chefiado por militares”, afirmou Leila Bittencourt. A relatora também sugeriu que a secretaria que cuida da segurança do presidente seja composta por civis, a fim de que o centro de comando do governo seja esvaziado de militares.

O advogado Sérgio Sant’Anna, autor da indicação que originou o parecer, afirmou que a leniência dos militares é fruto de quatro anos de um governo de extrema direita. E reiterou que os órgãos de segurança ligados ao Executivo tenham sua base militar enfraquecida:

“O parecer cumpre as finalidades e proposições em relação ao aperfeiçoamento da máquina pública. Sempre estamos fazendo estudos e os fatos demonstram que muitas vezes questões entram no bojo desse debate. O órgão de segurança tem que ter uma base civil mais fortalecida”

(Artigo enviado por Jorge Béja)

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