A taxa de 14,1% de desemprego é a maior, para o mês de junho, desde 2012, início da série histórica do IBGE. Ela corresponde a 14,4 milhões de pessoas desocupadas.
Separamos gráficos e textos para o internauta ter uma ideia dos números e informações divulgadas hoje.
A disparidade do desemprego entre os estados é impressionante. Em Pernambuco, o desemprego está em mais de 20%, ao passo que o desemprego em Santa Catarina é de 5,8%.
Os níveis de ocupação também retratam a profunda desigualdade regional do país. Enquanto Pernambuco tem apenas 41% de nível de ocupação, esse percentual cresce para 58% no Mato Grosso e 57% em Santa Catarina.
A geração de empregos nos últimos meses tem sido concentrada no setor privado informal e os trabalhos por contra própria.
A taxa de informalidade no Brasil voltou a crescer com muita intensidade, e chegou a 41% ao fim do segundo trimestre de 2021.
O quadro abaixo mostra que os maiores aumentos no emprego vieram dos trabalhos por conta própria sem CNPJ, os trabalhadores domésticos sem carteira assinada e empregados do setor privado sem carteira.
A população ocupada informal foi a mais brutalmente prejudicada pela crise de 2020, e a recuperação dos últimos meses vem principalmente desse setor.
Temos cerca de 35,6 milhões de pessoas ocupadas informalmente.
A desigualdade regional também se expressa no grau de informalidade dos estados.
No Pará e no Maranhão, por exemplo, a taxa de informalidade é de 60%.
Em Santa Catarina, há apenas 27% de informais.
1/08/2021 09h00 | Atualizado em 31/08/2021 09h02
Agência IBGE — A taxa de desocupação recuou para 14,1% no segundo trimestre deste ano, uma redução de 0,6 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre. Apesar da diminuição na taxa, o país ainda soma 14,4 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada hoje (31) pelo IBGE.
Esse recuo na taxa foi influenciado pelo aumento no número de pessoas ocupadas (87,8 milhões), que avançou 2,5%, com mais 2,1 milhões no período. Com isso, o nível de ocupação subiu 1,2 ponto percentual para 49,6%, o que indica, contudo, que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.
“O crescimento da ocupação ocorreu em várias formas de trabalho. Até então vínhamos observando aumentos no trabalho por conta própria e no emprego sem carteira assinada, mas pouca movimentação do emprego com carteira. No segundo trimestre, porém, houve um movimento positivo, com crescimento de 618 mil pessoas a mais no contingente de empregados com carteira”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
O número de empregados com carteira assinada no setor privado avançou 2,1%, totalizando 30,2 milhões no segundo trimestre do ano, frente ao anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o contingente ficou estável, mas interrompeu quatro trimestres sucessivos de quedas.
A ocupação também avançou no segundo trimestre com o aumento de 3,4% no número empregados no setor privado sem carteira (10,0 milhões) na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao segundo trimestre do ano passado, esse contingente subiu 16,0% ou 1,4 milhão de pessoas.
Trabalho por conta própria atinge recorde de 24,8 milhões de pessoas
Outro destaque foi o trabalho por conta própria, que atingiu o patamar recorde de 24,8 milhões de pessoas, um crescimento de 4,2% na comparação com o trimestre anterior. Em um ano, o contingente avançou 3,2 milhões, alta de 14,7%. Inclusive, 52,2% da alta da ocupação na comparação mensal e 62,7% dessa alta na comparação anual vieram do aumento dos conta própria sem CNPJ.
Adriana observa que o aumento da ocupação no segundo trimestre foi gerado, principalmente, por atividades relacionadas à alojamento e alimentação (9,1%), construção (5,7%), serviços domésticos (4,0%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,8%).
“Alojamento e alimentação, que inclui restaurantes e hotéis, avançaram 7,7% na comparação anual, primeiro crescimento depois de quatro trimestres de quedas. Esse avanço, porém, não faz a atividade voltar ao patamar pré-pandemia, mas é um movimento de leve recuperação, depois de registrar a segunda maior perda de trabalhadores em 2020, atrás do serviço doméstico”, disse a analista da pesquisa.
O trabalho doméstico (5,1 milhões) não teve variação significativa frente ao primeiro trimestre do ano, mas avançou 8,4% na comparação com o segundo trimestre de 2020. A categoria dos empregadores (3,8 milhões) ficou estável nas duas comparações. Já o setor público (11,8 milhões) registrou uma redução de 4,4% (menos 539 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Em um ano, número de informais cresce quase 5,0 milhões
Os trabalhadores informais, que incluem aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, somaram 35,6 milhões de pessoas e uma taxa de 40,6%. No trimestre anterior, a taxa foi de 39,6%, com 34,0 milhões de informais. Há um ano esse contingente era menor, 30,8 milhões e uma taxa de 36,9%.
Subocupados por insuficiência de horas atingem recorde de 7,5 milhões
A PNAD mostra ainda que os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas, aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar, chegou a um número recorde de 7,5 milhões de pessoas, um aumento de 7,3%, com mais 511 mil pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, o indicador subiu 34,4%, quando havia no país 5,6 milhões de pessoas subocupadas.
Os desalentados (5,6 milhões), pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, houve uma redução de 6,5% em relação ao primeiro trimestre do ano. Mas esse contingente permanece estável na comparação com o segundo trimestre do ano passado.
O contingente de pessoas subutilizadas, aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial, foi de 32,2 milhões, uma redução de 3,0% em relação ao primeiro trimestre (33,2 milhões). A taxa composta de subutilização também foi de 28,6%.
Rendimento médio dos trabalhadores recua para R$ 2.515
O rendimento médio real dos trabalhadores foi de R$ 2.515, um recuo de 3,0% frente ao trimestre de janeiro a março de 2021 e redução de 6,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. A massa de rendimento real, que é soma de todos os rendimentos dos trabalhadores, ficou estável, atingindo R$ 215,5 bilhões.
O Cafezinho.
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