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domingo, março 26, 2023

Às vésperas do “Abril Vermelho”, MST invade “fazenda da prostituição” no interior do Goiás

Publicado em 25 de março de 2023 por Tribuna da Internet

MST invade fazenda da união em Goiás; no passado, terras foram usadas para exploração sexual de mulheres - MST/Divulgação

A fazenda era usada para tráfico internacional de mulheres

Isabella Alonso Panho e Rubens Anater
Estadão

O Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu, na madrugada deste sábado, dia 25, uma fazenda em Hidrolândia, cidade do interior do Goiás, a 35 quilômetros da capital. O MST justificou a ação de um grupo de 600 famílias como parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. A invasão foi tratada como uma “denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes”.

O imóvel pertenceu a um grupo condenado em 2009 por crimes desse teor. Hoje, a propriedade da fazenda é da União. Conforme a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), o imóvel possui uma área total de 678.588 metros quadrados.

RETIRADA VOLUNTÁRIA – Ao Estadão, a Polícia Militar do Goiás afirmou que “esteve presente no local, acompanhou e adotou as ações necessárias para garantir a segurança de todos os envolvidos”. A entidade afirmou que, até o começo da noite deste sábado, 25, os sem-terra saíram da fazenda “de forma voluntária, após conversas e negociações. Não houve necessidade de intervenção policial”.

A Secretaria de Segurança Pública do Goiás, a Superintendência do Incra no Estado e o MST, que também foram procurados pelo Estadão, não responderam até a publicação desta matéria.

Tradicionalmente, o mês de abril concentra diversas invasões por parte do MST, a partir da ação anual conhecida como “Abril Vermelho”. O período é visto com preocupação por proprietários rurais, que buscam se precaver contra eventuais ataques às suas propriedades.

ESQUENTANDO AS TURBINAS – No fim de fevereiro, o MST protagonizou as primeiras invasões de grandes proporções no terceiro mandato de Lula na Presidência da República. No Sul da Bahia, cerca de 1.700 sem-terra tomaram conta de três fazendas de cultivo de eucalipto nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas. As propriedades pertencem à empresa Suzano Papel e Celulose. O caso foi parar na Justiça, que determinou a expulsão do movimento das três propriedades.

O local da invasão deste sábado em Hidrolândia é chamado de fazenda São Lukas. Em 2002, a propriedade foi comprada pelo suíço Pietro Chiesa, que, segundo investigações, junto com mais nove pessoas, mantinha um esquema de tráfico internacional de mulheres para prostituição. Vítimas de cidades próximas a Hidrolândia — Anápolis, Goiânia e Trindade — eram levadas para a Suíça.

No exterior, eram submetidas a um esquema de endividamento e prostituição. De acordo com a sentença que condenou Chiesa e os demais membros da quadrilha, algumas vítimas eram menores de idade e a maioria não suspeitava de que pudesse haver um esquema de cafetinagem envolvido.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Caramba! Nem os maiores roteiristas de Holywood teriam tamanha criatividade. Misturar sem-terras, máfia suíça de prostituição, tráfico internacional de mulheres, cafetinagem e invasão de terras… Bem, tudo isso mostra que no mundo inteiro não há nada igual ao Brasil. (C.N.)

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