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quarta-feira, janeiro 18, 2023

Um aparelho celular como testemunha, no incrível caso de Anderson Torres

Publicado em 18 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet

Charge do Amarildo (metropoles.com)

Pedro do Coutto

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres retornou dos Estados Unidos sem o seu aparelho celular. Um mistério. Voltou da cidade de Orlando, onde também se encontra ainda o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois de informar que o seu telefone havia sido clonado. Ficou nítida a disposição de ocultar o celular que se transforma num personagem fundamental sobre a invasão de Brasília e das destruições decorrentes dos atos selvagens.

Se assim não fosse, não haveria a necessidade de ocultar o celular capaz de revelar diálogos e mensagens comprometedoras do ex-ministro e ex-secretário de Segurança de Brasília que se transformou num agente da própria insegurança. Talvez, como assinalam especialistas, o desaparecimento do telefone de Torres não impeça a localização das mensagens, bastando para isso acesso à nuvem de suas conversas.

OCULTAÇÃO – O fato essencial está revelado na própria ocultação tentada com ou sem êxito por Anderson Torres. A margem de manobra do ex-ministro da Justiça que, como secretário de Segurança do Distrito Federal, desarmou a própria equipe voltada para a garantia da ordem pública pouco antes de viajar.

Entretanto, a margem escapista de Torres se estreita, sobretudo pela decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral Benedito Gonçalves que deu o prazo de três dias para o ex-presidente Bolsonaro se pronunciar sobre o projeto de decreto encontrado na residência de Anderson Torres em Brasília, propondo espantosamente a decretação  de um Estado de Calamidade que não existia para concluir pela intervenção no próprio TSE.

O que Jair Bolsonaro fará, oscilando entre o silêncio e a negativa de seu conhecimento sobre a redação encontrada, claramente coloca o ex-ministro da Justiça numa situação extremamente difícil porque se o ex-presidente negar conhecimento e as mensagens contidas no fantasma do celular não foram decifradas, a responsabilidade desabará toda nas costas do ex-ministro da Justiça. Inclusive, Anderson Torres deixou em seu lugar Fernando Oliveira, que no cargo passou informações falsas, segundo o próprio Ibaneis Rocha revelou publicamente.

PERSONAGEM E TESTEMUNHA – Ibaneis Rocha encontra-se afastado por 90 dias, mas o seu depoimento é importante sobre mais uma face sombria do drama antidemocrático de Brasília. Assim, um aparelho celular transforma-se ao mesmo tempo em personagem e testemunha eletrônica de uma investida golpista, cujo objetivo além da destruição selvagem era criar um clima de desordem que pudesse sensibilizar uma parte do Exército para o propósito nítido de anular a vitória de Lula da Silva nas urnas da democracia. Tal expectativa não aconteceu.

No fundo da questão subversiva, surge no palco um telefone celular que se incorpora ao mistério sobre não só o que aconteceu, mas de como a invasão foi articulada, financiada e possivelmente aceita pelos principais interessados no golpe contra a democracia e a liberdade.

IMPOSTO DE RENDA –  Numa entrevista a Fernanda Trisotto, Manoel Ventura e Thiago Bronzatto, O Globo de ontem, a ministra Simone Tebet afirmou que no momento não há espaço para alterar a tabela do Imposto de Renda. Trata-se, portanto, de manter as mesmas alíquotas que atingem os contribuintes assalariados e que se encontra em vigor há pelo menos três anos.

Tebet defendeu uma reforma tributária e afirmou que esta ” só não saiu do papel por pura incompetência e má vontade do ex-ministro Paulo Guedes”.  A ministra acrescentou que a equipe da transição deixou espaço fiscal para o mínimo de R$ 1320, mas a questão é que havia milhares de pedidos de aposentadorias que não foram despachados pelo governo anterior. Porém isso, acredito, não tem influência direta na questão, pois se elas tivessem sido concedidas na base de R$ 1200 por mês, em janeiro de qualquer forma teriam sido aumentadas em 9%. Logo, tal panorama não altera o desembolso e, além do mais, o piso salarial pesa muito pouco no orçamento federal.  

Seu peso também não se estende às empresas estatais e, isso sim, incide sobre as folhas da iniciativa privada. E também, acrescento, para a obrigação das empresas de recolherem 20% sobre os salários dos homens e mulheres que empregam.

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Assim disse Pepe Mujica:

  Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Ricardo Rezende Ramos (@souricardoramos)

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