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sexta-feira, janeiro 20, 2023

Lula obriga Bolsonaro a sair do silêncio e responder se comandou a invasão

Publicado em 20 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet

Lula teve a impressão de que os invasores acatavam ordens de Bolsonaro

Pedro do Coutto

Na excelente entrevista a Natuza Nery no final da tarde de quarta-feira na GloboNews, o presidente Lula da Silva afirmou que houve uma tentativa de Golpe de Estado com a omissão de forças de Segurança de Brasília, acentuando que os fatos parecem indicar que os depredadores aguardavam ordem de Bolsonaro para invadir e destruir o patrimônio público. Lula acrescentou que os setores de Inteligência que atuam no Distrito Federal falharam e que outros setores, segundo o rumo das investigações indica, foram coniventes.

Como o Palácio do Planalto foi invadido se a sua porta principal de entrada estava intacta? Neste caso, só pode ter ocorrido sabotagem e traição. As afirmações do presidente da República, na minha opinião, devem obrigar o ex-presidente Jair Bolsonaro a se pronunciar sob pena de aceitar a acusação em silêncio durante a sua permanência nos Estados Unidos. Lula destacou o problema que existia com o acampamento em frente ao Quartel General do Exército em Brasília, agravado pelo fato de ter recebido informações do ministro Múcio Monteiro de que tudo estava tranquilo na capital. Caso contrário, frisou, “não teria viajado para São Paulo”.

Enquanto as prisões e as investigações para responsabilizar os culpados avançam, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança de Brasília Anderson Torres resolveu permanecer em silêncio na primeira audiência à qual compareceu na quarta-feira na Polícia Federal.  Entretanto, após consultar o seu advogado que o havia aconselhado a nada dizer, recuou e concordou com a marcação de nova audiência para segunda-feira.

ENIGMA – Portanto, Torres deixou no ar um enigma contido na sua atitude, admitindo, portanto, que poderia decidir falar o que sabe, dependendo do que vier a declarar hoje, sábado ou domingo o ex-presidente Bolsonaro, que se encontra na Flórida. A tentativa de golpe fracassou.

Reportagens de Bruno Góis, Fernanda Trisotto e Lauriberto Pompeu, O Globo, e de Ranier Bragon, Folha de S. Paulo, destacam e comentam amplamente a entrevista de Lula a Natuza Nery que incluiu diversos pontos sobre projetos com os quais o presidente da República pretende colocar em prática, sobretudo para enfrentar o desafio da pobreza e da fome que herdou da administração Bolsonaro.

Além disso, está promovendo a substituição de responsáveis pela segurança institucional, uma vez que não confia na equipe que encontrou no Planalto. Reclamou também do estado em que se encontra o Palácio do Alvorada para onde deseja se mudar.

POSICIONAMENTO – Provavelmente, Bolsonaro será procurado pelos correspondentes estrangeiros e por jornalistas brasileiros que atuam nos Estados Unidos. Na hipótese de silêncio, a sua presença no país se tornará incômoda para o governo Joe Biden, sobretudo porque o compromisso de Biden é com a democracia e a acusação de Lula a Bolsonaro estende-se ao projeto de poder que o seu antecessor desejava, como a invasão de Brasília indica, retornar ao poder pelas armas e pela destruição de patrimônio público.

Bolsonaro, assim, encontra-se sob dupla pressão; as afirmações de Lula e o que poderá dizer em seu depoimento Anderson Torres, personagem chave do atentado que fracassou e terminou com a prisão  do processo judicial dos seus integrantes. Os próximos dias, para Bolsonaro e Anderson Torres, serão de ansiedade com o rumo a ser aberto com as suas próprias declarações.

ROBERTO CAMPOS –  As declarações do presidente Lula da Silva – matéria de Matheus Teixeira e Renato Machado na Folha de S. Paulo de ontem, criticando a atuação do Banco Central e classificando de “bobagem” a autonomia do órgão, sem dúvida alguma, abalaram a posição do presidente Roberto Campos Neto que embora possua mandato até 2024, passou a encontrar dificuldades em permanecer.

Afinal de contas, com ou sem mandato fixo, ninguém pode exercer um cargo de confiança no governo sem contar com a confiança do próprio presidente da República. Não adianta pensar o contrário porque a incompatibilidade é evidente entre a teoria e os fatos. Com a crítica do presidente Lula da Silva, a meta de inflação de 3,25% para este ano, realmente é inexequível, a menos que houvesse um congelamento salarial ainda maior do que o que vigorou durante os quatro anos de Jair Bolsonaro no Planalto.

A posição do Banco Central, na realidade, tornou-se bastante flexível e vulnerável, inclusive porque um terço das dívidas da Americanas, revela Júlio Wiziack, Folha de S. Paulo, são com bancos públicos, principalmente com o Banco do Brasil, que acumula uma série de créditos concedidos e revogados. O BNDES e a Caixa Econômica Federal aparecem com destaque na relação dos credores, os quais, no fundo, terão dificuldade em ser ressarcidos com os empréstimos de risco autorizados ou então somente poderão ser creditados ao longo de muito tempo.

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