Publicado em 27 de janeiro de 2023 por Tribuna da Internet
Celso Serra
No mundo real em que estamos, percebe-se que há muitos postulantes ao posto de ditador que buscam se apossar do passado dos cidadãos para submetê-lo às próprias doidices. Em países como o Brasil, isso pode ocorrer nos mais altos escalões da República, em qualquer dos Poderes.
Porém, para atingir o objetivo de reescrever a história dos que pereceram, esses postulantes necessitam conseguir apagar a memória dos que se encontram ainda vivos. Portanto, a obrigação de todos os cidadãos que se consideram livres e justos, homens e mulheres, é agir para impedi-los.
É PRECISO LEMBRAR – Dessa obrigação resulta a importância inabdicável de se homenagear, ano após ano, geração após geração, a todo 27 de janeiro, o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Jamais poderemos deixar cair no esquecimento da humanidade essa data.
Rememorando, no rigoroso inverno europeu de janeiro de 1945, poucos meses antes do rendimento da Alemanha nazista frente às tropas Aliadas, o Exército da União Soviética invadira o território polonês. Os militares soviéticos já haviam libertado Cracóvia e Varsóvia, quando foram informados que iriam encontrar seres humanos em situação terrível de saúde e inanição em Auschwitz.
Foi o que ocorreu, em quadro ainda mais tenebroso. Em Auschwitz encontraram cerca de 650 cadáveres, vários montes de cinzas de seres humanos e, aproximadamente, 7.500 pessoas ainda com vida, porém, em estado cadavérico de inanição, pele e osso.
QUADROS DE TERROR – Assim, naquele 27 de janeiro de 1945, o primeiro quadro do terror do Holocausto foi exposto. E esse cenário terrível seria reproduzido várias vezes. Era a realidade que foi encontrada e exposta para toda a humanidade.
Está registrado na história que Auschwitz foi o maior conjunto de campos de concentração e de extermínio nazista. Englobava complexos grandes — como Birkenau — e muitas outras instalações de menor porte.
Foi onde Josef Mengele exercitava seus terríveis experimentos médicos em crianças e adultos. Ficou conhecido como o ‘Anjo da Morte’, sendo responsável pelo extermínio de cerca de 400 mil judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
VIVENDO NO BRASIL – Detalhe importante: o nazista Josef Mengele, o médico-exterminador de seres humanos, viveu 17 anos em São Paulo, dos 50 aos 67 anos de idade, oculto em cidades como Serra Negra, Diadema e São Paulo. Vivia se escondendo, pois tinha medo de ser encontrado pelo Mossad, o eficiente o Serviço Secreto Israelense. Morreu afogado em Bertioga/SP, na Praia da Enseada, onde seu corpo foi encontrado em 7 de fevereiro de 1979.
Voltando a Auschwitz, é estimado que 1,1 milhão ali morreram, das cerca de 1,3 milhão de pessoas deportadas para esse campo de extermínio. Ao final do conflito, 6 milhões de judeus e perto de 5 milhões de outros grupos (maçons, ciganos, portadores de deficiências e homossexuais) foram cruelmente assassinados.
O absurdo pretexto nazista é que — através da cruel matança de judeus e outros seres humanos chamados de “indesejáveis” — seria purificada a raça ariana. Essa era a insana “solução final” de Hitler.
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P.S. — Dois brasileiros se notabilizaram em ajudar pessoas a escapar do genocídio nazista: Luiz Martins de Souza Dantas e Araci de Carvalho Guimarães Rosa. Amanhã, relataremos o que fizeram. (C.S.)