Deu em O Globo
Ricardo Cappelli, interventor da seguraança no Distrito Federal, afirmou na noite deste domingo ao “Fantástico” que 44 policiais ficaram feridos no embate com os invasores aos três poderes no dia 8 de janeiro. Ele afirmou que havia gente preparada em combate entre os manifestantes golpistas.
— Nós temos 44 policiais militares feridos em combate. Eles enfrentaram homens profissionais entre os manifestantes. Gente treinada e preparada. Gente que tinha noção de tática de enfrentamento, gente que tinha luva própria pra devolver granada e artefatos e gente que por muito pouco não ceifou a vida de um policial militar — afirmou Capelli.
FALHAS E OMISSÕES – Ao programa, ele afirmou que encontrou um comando da segurança do Distrito Federal atordoado. “Agora é a hora da gente separar o joio do trigo. Os que falharam, os que foram omissos, os que foram cúmplices e aqueles que honram a instituição, a polícia militar do Distrito Federal” — assinalou, acrescentando:
“A noite do dia 8 ainda não acabou. O dia 8 ainda não acabou. Essa noite ainda tem muita coisa pra ser contada… muita história por trás dela, muita investigação e a gente vai até o final”.
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SARGENTO DA PM INCENTIVOU OS INVASORES
Luiza Marzullo
Ednaldo Teixeira Magalhães, primeiro-sargento da Polícia Militar do Distrito Federal, fez postagens a favor dos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília no último dia 8.
Em publicações que foram apagadas do TikTok, o agente filmou a chegada dos ônibus na capital com incentivos às manifestações que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes. Durante a invasão em si, o sargento chegou a divulgar um vídeo com a legenda “bicho está pegando fogo”.
Quatro dias antes, no dia 4 de janeiro, o policial compartilhou um registro em frente ao Quartel do Exército Brasileiro. Na ocasião, um internauta opinou: “Tem que fechar tudo na Esplanada e Congresso”. Magalhães respondeu: “Que seja a vontade do povo”.
“DESCER PARA A ESPLANADA” – Em outro comentário, um apoiador de Jair Bolsonaro comentou que o povo precisava “subir a rampa”. O sargento replicou que era necessário “descer para a Esplanada”.
Após a repercussão dos atos terroristas, ele divulgou um vídeo defendendo a ação da PM.
“Mais de 30 horas de serviço. Fizemos o que tem que ser feito. A responsabilização não é da Polícia Militar. Vamos continuar a defender nossa pátria” — afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Para justificar as múltiplas falhas, o interventor na segurança do DF agora sugere que havia invasores “treinados para combate”. Realmente, também tive essa impressão. A resistência aos gases lacrimogêneos foi impressionante. Mas haver militantes “treinados” não significa necessariamente que se tratava de “infiltrados”. Esta é a grande dúvida, que dificilmente será solucionada, a não ser que ocorram delações. (C.N.)