Carlos Newton
Todos sabem que não existe prova material da existência de Deus. No início deste século, o britânico Stephen Hawking, considerado o maior físico da atualidade, produziu um documentário espetacular sobre a criação do Universo, e ao final chegou à conclusão de que Deus não existiria.
A lenda urbana relata que outro gênio da Física, o alemão Albert Einstein, teria criado a sensacional frase “Deus não se importa de ser chamado de coincidência”. Porém, no final da vida, Einstein se mostrou contrário às religiões e afirmou não acreditar num “Deus pessoal”.
DISSE EINSTEIN – Em uma carta escrita em 24 de março de 1954 ao filósofo judeu alemão Eric B. Gutkind, o professor Einstein fez a seguinte revelação: “Foi, é claro, uma mentira o que você leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que foi repetida de forma sistemática. Eu não acredito em um Deus pessoal, nunca neguei isso, mas expressei de forma clara. Se algo em mim pode ser chamado de religioso, é minha ilimitada admiração pela estrutura do mundo que nossa ciência é capaz de revelar”.
Realmente, tudo é relativo, e nesta carta ao filósofo Gutkind, Einstein disse também que a palavra “Deus” nada mais era do que “a expressão e produto da fraqueza humana, e a Bíblia, uma coleção de lenda honoráveis, porém primitivas, que eram bastante infantis”.
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) também ironizava as religiões: “Se é certo que um Deus fez este mundo, não queria eu ser esse Deus: as dores do mundo dilacerariam meu coração…”
EM BUSCA DE DEUS – Quase 70 anos depois da morte de Einstein, os pesquisadores da chamada Ciência Noética continuam buscando a existência de Deus e estudando fenômenos subjetivos da consciência, da mente, do espírito e da vida, a partir de um ponto de vista rigorosamente científico.
A Noética não é nenhuma novidade. Pelo contrário, era estudada muito antes de Cristo. O Brasil, embora poucos percebam, desenvolve experiências bastante avançadas, porque é um país riquíssimo em fenômenos paranormais.
Sobre psicografia, por exemplo, há alguns anos cientistas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e da Universidade Thomas Jefferson, nos EUA, mediram as atividades cerebrais de dez médiuns brasileiros, por meio de um marcador radioativo que permite checar a intensidade dos fluxos sanguíneos em diferentes áreas do cérebro por meio de tomografia. E o resultado foi surpreendente.
DIZ A PSICOGRAFIA – Em comparação à escrita normal, os médiuns mais experientes apresentaram níveis mais baixos de atividade cerebral durante a psicografia, justamente em áreas frontais do cérebro, associadas ao planejamento, raciocínio, geração de linguagem e solução de problemas.
Já os médiuns menos experientes tiveram atividade mais intensa nessas mesmas áreas enquanto psicografavam, ainda que também inferior à registrada durante a escrita fora de transe.
Segundo os pesquisadores, esse fato poderia estar relacionado a um esforço maior dos médiuns menos experientes para se concentrar e conseguir fazer a psicografia.
ACREDITAR EM DEUS – Em tradução simultânea, acreditar em Deus pode até ser um erro, mas representa um grande alento para bilhões de pessoas, espalhadas pelo mundo, entre as quais me incluo.
Desde a infância eu era ateu e até me recusei a fazer a chamada primeira comunhão. Depois a vida foi me ensinando a respeitar as religiões – todas elas. E hoje me sinto totalmente ecumênico. Mas respeito também os ateus e compreendo plenamente a posição cartesiana deles.
Pessoalmente, porém, não consigo viver sem a presença de algo que possamos chamar de Deus. Em minha opinião, se na verdade não foi Einstein quem disse que Deus não se importa de ser chamado de coincidência, ele deveria ter dito.
DIZ A BÍBLIA – Quanto ao genial Stephen Hawking, sua resignação, sua farta produção intelectual e sua incrível resistência à doença degenerativa que o acometia talvez sejam uma grande comprovação da existência de Deus.
Por fim, é sempre bom repetir essa citação que me foi enviada há alguns anos pelo amigo Francisco Bendl, a propósito do Natal: (João 11:25-26) “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá.”
O fato concreto, comprovadíssimo pela Ciência, é que somos todos ignorantes e não temos certeza sobre quase nada, como dizia Sócrates, 400 anos antes do nascimento de Cristo. De lá para cá, continuamos imersos em dúvidas.
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P.S. – Escreveu Fiódor Dostoievsky, através de seu personagem Ivan Karamazov: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”. Bem, esta frase do magnífico escritor russo pode ser, na prática, a maior demonstração de que Deus existe. (C.N.)
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