José Antonio Perez
Cheguei à conclusão que no Brasil quem recebe contracheque do Estado não deveria ter direito a voto. Servidores públicos e de estatais, por exemplo, votam em quem defenda essa categoria e seus benefícios salariais/previdenciários, ao invés da defesa do interesse coletivo, ou seja, de toda a sociedade.
O fato é que, em qualquer eleição, os que têm privilégios e recebem benefícios ou auxílios de qualquer espécie votarão em massa em quem defenda mais e maiores benesses, que serão pagas por quem trabalha, produz e paga impostos cinco meses e meio por ano para sustentar essa farra toda, digamos assim.
SOMOS ESPECIALISTAS – Temos uma das máquinas estatais mais pesadas e ineficientes do mundo, somos especialistas nessa prática. Que só atende a grupos de interesses extremamente organizados, que conduzem os destinos dos Três Poderes detalhados pelo filósofo Montesquieu, mas que os imaginava trabalhando em prol do interesse coletivo e não a serviço de elites, como se vê no Brasil.
Se não fosse assim, os governantes, parlamentares e magistrados já teriam extinguido esses privilégios, mas aqui no Brasil funciona tudo ao contrário e a desigualdade social só faz aumentar, ao invés de diminuir, como ocorre nos países mais desenvolvidos e civilizados.
Cada um tem suas próprias opiniões, que serão sempre respeitadas por mim, independentemente de concordar ou não. A minha opinião a respeito desses privilégios está cristalizada. É covardia receber privilégios e benefícios, eleger quem os defenda eternamente e enviar a conta para os milhões de trabalhadores e empresários deste país, que pagam muito imposto e pouco recebem em troca.
TUDO ERRADO – Criminosos da elite estão soltos, enquanto pessoas honestas passaram a ser perseguidas, especialmente os defensores do interesse público que tiveram a audácia de aplicar as leis para criminosos do colarinho branco ou imundo. Podres poderes! Geddel Vieira Lima tinha 50 milhões num apartamento fechado e já está solto. Até o megacorrupto Sérgio Cabral foi libertado.
Eu fico com a frase do Pedro Malan; “No Brasil até o passado é incerto”. Já quase chegando aos 60 anos, nunca assisti a tanta bandalheira. Onde já se viu aprovar emenda constitucional em sessão híbrida, sem debates, com voto pelo celular.
É todo mundo “passando a boiada”. Aproveitaram a pandemia para mudar a legislação e voltar ao passado medieval, quando as elites estavam acima da lei. Assim, vamos lembrar o frei franciscano Vicente do Salvador (1564 – 1636), o primeiro historiador do Brasil, “Nem um homem nesta terra é republicano nem zela ou trata do bem comum, senão cada um do bem particular”. É desolador.