Publicado em 28 de dezembro de 2022 por Tribuna da Internet
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/Q/Z/cqQ4LMThKURJkYfWstvw/98483711-mariz-pa-brasilia-05-04-2022-marco-antonio-freire-gomes-cerimonia-aos-oficiais-generais.jpg)
General Júlio Cesar assumirá o comando do Exército
Pedro do Coutto
Os últimos acontecimentos, principalmente em Brasília, incluindo a concentração de bolsonaristas nas portas dos quartéis, preocupam fortemente os responsáveis pela segurança do presidente eleito, Lula da Silva, e por isso, o futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, reuniu-se na segunda-feira com o general Paulo Sérgio Nogueira, e dos entendimentos surgiu a antecipação da posse dos novos comandantes do Exército e da Marinha ainda nesta semana. Na Aeronáutica, a transferência de comando está programada para 2 de janeiro.
Na sexta-feira, o general Júlio Cesar de Arruda assume o comando do Exército e amanhã, quinta-feira, o almirante Marcos Sampaio Olsen assume a Marinha. O novo comandante da Aeronáutica será o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno. Com essas decisões, reforçam-se as bases de segurança para a posse do presidente eleito, uma vez que setores civis inconformados com a derrota de Bolsonaro nas urnas, vêm defendendo o golpe militar no país e a implantação de uma ditadura militar.
FIM DAS MANIFESTAÇÕES – No O Globo desta terça-feira, a reportagem é de Jussara Soares e Bruno Abud. No Estado de S. Paulo, manchete principal do jornal, os repórteres Felipe Frazão e Lauriberto Pompeu assinam o texto. A expectativa sobre o general Júlio César de Arruda é a de que ele ordene o fim de manifestações na área militar em frente ao QG do Exército em Brasília. A antecipação da troca de comando autorizada pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, contrariou a expectativa dos subversivos que defendem o fim da democracia e o poder ocupado pelas Forças Armadas com o próprio Jair Bolsonaro.
O presidente Bolsonaro, mantendo-se em silêncio, não condenando a investida contra a democracia, no fundo incentiva as provocações. Enquanto isso, os fatos ocorridos na capital do país, incluindo o incêndio de automóveis e de ônibus e a tentativa de invasão da Polícia Federal, indicam uma atmosfera de perigo tocando a transferência de poder na véspera do Ano Novo. Tanto assim, destacam Jennifer Gularte e Paula Ferreira, edição de ontem de O Globo, que a equipe de segurança de Lula da Silva está sugerindo que o novo presidente da República atravesse a Esplanada dos Ministérios rumo ao Palácio do Planalto em um carro blindado.
RESISTÊNCIA – Mas Lula, acentua a reportagem, continua resistindo à ideia, preferindo manter a tradição de se deslocar em carro aberto ao local da transmissão do cargo, mas até agora não se sabe quem o transmitirá. Lula, até hoje, não tem conhecimento de como lhe será entregue a faixa presidencial. O problema será decidido nas próximas horas, mas a tendência é de que Lula se desloque em um carro aberto.
Primeiro Lula inicia o trajeto na Catedral de Brasília, desloca-se até o Congresso Nacional, e de lá segue até o Palácio do Planalto. Esse é o roteiro que marca o fim do mandato de Jair Bolsonaro e acentua o início da administração Lula da Silva, cumprindo o resultado das urnas democráticas de outubro.
