Publicado em 30 de dezembro de 2022 por Tribuna da Internet
Paulo Cappelli
Metrópoles
O presidente Jair Bolsonaro ouviu um apelo do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado. Que não viaje aos EUA antes da posse de Lula. Na visão de Machado, compartilhada por outras pessoas próximas a Bolsonaro, deixar o país neste momento poderá passar uma imagem negativa a seus apoiadores.
Contudo, Bolsonaro mantém a disposição de viajar e deverá partir para os Estados Unidos neste sábado (31). E nesta sexta-feira, pela manhã, gravou a live em que se despede do cargo e condena atos de terrorismo.
DIZ O EX-MINISTRO – Procurado pela coluna, Gilson Machado afirmou: “Não tenho o poder de influenciar o presidente em assuntos privados. Mas lembro que Fernando Henrique Cardoso, quando deixou a Presidência, viajou para Paris. Se o presidente Bolsonaro decidir viajar, não estará fazendo nada mais do que exercendo o seu direito constitucional de ir e vir”.
Ao viajar, o presidente Jair Bolsonaro deverá usar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para tirar um período sabático nos Estados Unidos após deixar o Palácio do Planalto. Para garantir o uso da aeronave oficial, Bolsonaro tem de embarcar antes da posse do presidente eleito Lula (PT), na tarde deste domingo.
O chamado “escalão avançado” do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) partiu na madrugada de quarta-feira (28/12) rumo aos Estados Unidos, para preparar a chegada do presidente àquele país.
COMANDO DA FAB – Segundo bolsonaristas, a viagem do presidente explicaria o fato de o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ter optado por só passar o comando em 2 de janeiro.
Diferentemente de Baptista Júnior, os comandantes do Exército e da Marinha passaram o comando das duas forças para os militares indicados por Lula já nesta semana, antes da posse do petista.
Ao permanecer no comando da Aeronáutica até depois da posse de Lula, Baptista Júnior estaria garantindo o uso do avião da FAB por Bolsonaro, sem surpresas.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro parecia estar interpretando o famoso “Canto de Ossanha”, o afro-samba de Baden Powell e Vinicius de Moraes, cuja letra afirma que “o homem que diz vou não vai”, e o refrão é “Vai, vai, não vou; vai, vai, não vou; vai, vai, não vou…”. (C.N.)