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sexta-feira, agosto 05, 2022

China dispara mísseis em águas de Taiwan




É o maior exercício militar da história

Por Yimou Lee e Sarah Wu 

Taipé - A China disparou vários mísseis ao redor de Taiwan nesta quinta-feira (4), lançando exercícios militares sem precedentes um dia após uma visita da presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha autogovernada que Pequim considera parte de seu território soberano.

Os exercícios, os maiores já realizados pela China no Estreito de Taiwan, começaram conforme programado ao meio-dia e incluíram disparos reais nas águas ao norte, sul e leste de Taiwan, elevando as tensões na região ao nível mais alto em um quarto de século.

O Comando do Teatro Oriental da China disse - por volta das 15h30 (horário local) - que completou vários disparos de mísseis convencionais em águas ao largo da costa leste de Taiwan, como parte de exercícios planejados em seis zonas diferentes que Pequim disse que ocorrerão até o meio-dia de domingo.

Regras violadas

O Ministério da Defesa de Taiwan afirmou que 11 mísseis balísticos Dongfeng chineses foram disparados em águas ao redor da ilha. A última vez que a China disparou mísseis em águas ao redor de Taiwan foi em 1996.

Autoridades de Taiwan condenaram os exercícios, dizendo que eles violam as regras da Organização das Nações Unidas (ONU), invadem seu espaço territorial e são um desafio direto à livre navegação.

As tensões estavam aumentando antes da visita não anunciada de Pelosi, que esteve na ilha mesmo com alertas enfáticos da China contrários à viagem.

Antes do início oficial dos exercícios de hoje, navios da Marinha chinesa e aeronaves militares cruzaram brevemente a linha mediana do Estreito de Taiwan várias vezes pela manhã, disse à agência Reuters uma fonte taiwanesa.

Ao meio-dia, navios de guerra de ambos os lados permaneciam na área e nas proximidades, e Taiwan enviou jatos e sistemas de mísseis para rastrear várias aeronaves chinesas que cruzavam a linha.

"Eles voaram para dentro e depois para fora, de novo e de novo. Eles continuam a nos perturbar", disse a fonte taiwanesa.

A China, que reivindica Taiwan como parte de seu território e se reserva o direito de tomar a ilha à força, afirmou que suas diferenças com a ilha autogovernada são um assunto interno.

"Nossa punição aos obstinados pela independência de Taiwan, força externa é razoável, legal", disse o escritório chinês de assuntos de Taiwan, com sede em Pequim.

Em Taiwan, a vida estava praticamente normal, apesar das preocupações de que Pequim pudesse dar o passo sem precedentes de disparar um míssil sobre a ilha principal, semelhante a um lançamento da Coreia do Norte sobre a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, em 2017.

Japão

Cinco mísseis balísticos disparados pela China parecem ter caído na zona econômica exclusiva do Japão (ZEE), disse o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, nesta quinta-feira, acrescentando que foi o primeiro incidente desse tipo.

O ministro acrescentou que o Japão apresentou um protesto por vias diplomáticas.

Reuters / Agência Brasil

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China inicia exercícios com munição real ao redor de Taiwan

Após visita da presidente da Câmara dos EUA à ilha, forças chinesas lançam exercícios militares que incluem disparo de mísseis. Taiwan condena manobras, descritas pela mídia estatal chinesa como "sem precedentes".

A China deu início nesta quinta-feira (04/08) a exercícios militares com munição real em áreas ao redor de Taiwan. As manobras ocorrem um dia após a visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, à ilha autogovernada, que Pequim considera parte de seu território.

Logo após o início programado para 1h (horário de Brasília), a emissora estatal chinesa CCTV informou que os exercícios haviam começado e terminariam à 1h de domingo. Eles incluirão disparos de munição real nas águas e no espaço aéreo em torno de Taiwan, disse o canal.

Pequim havia anunciado que realizaria exercícios militares de sua Marinha, Força Aérea e outros departamentos em seis áreas ao redor da ilha autogovernada.

Nesta quinta, mísseis teriam sido lançados pela China perto das ilhas Matsu, em Taiwan, que ficam ao largo da costa chinesa, por volta das 14h no horário local (3h da manhã em Brasília). A informação consta num relatório de segurança interno taiwanês ao qual a agência de notícias Reuters teve acesso e foi confirmada pelo Ministério da Defesa de Taiwan.

O ministério taiwanês descreveu o disparo de "múltiplos mísseis balísticos" como "ações irracionais que minam a paz regional".

O tabloide estatal e nacionalista chinês Global Times afirmou, citando analistas militares, que os exercícios ao redor de Taiwan são "sem precedentes" e que mísseis voariam sobre a ilha pela primeira vez.

"Esta é a primeira vez que o PLA lançará artilharia real de longo alcance" através do Estreito de Taiwan, escreveu o jornal, usando a sigla do nome formal das forças militares chinesas, o Exército de Libertação Popular (People's Liberation Army, em inglês).

Taiwan critica "comportamento irresponsável"

Autoridades taiwanesas afirmaram que os exercícios militares violam as normas das Nações Unidas, invadem o espaço territorial de Taiwan e são um desafio direto à livre navegação aérea e marítima.

A China está realizando exercícios nas rotas marítimas e aéreas mais movimentadas, e isso é um "comportamento ilegítimo e irresponsável", disse o Partido Democrático Progressista, que governa Taiwan.

O porta-voz do gabinete taiwanês também condenou as manobras militares e informou que os sites dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores, bem como do gabinete presidencial, foram atacados por hackers.

Taiwan e China

Com 23 milhões de habitantes, Taiwan é uma ilha autogovernada, com um regime democrático e politicamente próximo de países do Ocidente, e uma importante produtora de chips eletrônicos.

Na prática, ambos são territórios separados desde 1949, mas a China considera a ilha parte de seu território e rejeita contatos oficiais entre seus parceiros diplomáticos e o governo em Taipei.

A invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os temores de que Pequim pudesse anexar a ilha democrática à força. As tensões em relação a Taiwan nunca estiveram tão altas desde 1990.

O presidente chinês, Xi Jinping, considera a "reunificação" com Taiwan um objetivo fundamental, e não descartou o possível uso da força para alcançar isso. Já Taiwan rejeita as reivindicações de soberania da China e diz que somente seu povo pode decidir o futuro da ilha.

Washington segue uma política de "uma só China" e reconhece diplomaticamente apenas Pequim, e não Taipei, o que significa que Taiwan não tem uma relação diplomática oficial com os Estados Unidos. No entanto, os EUA fornecem apoio político e militar considerável a Taiwan.

A China exige que os países escolham entre manter relações formais com Pequim ou com Taipei. Apenas 14 países do mundo mantêm relações diplomáticas oficiais com Taiwan.

Deutsche Welle

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