Paulo Cappelli
Metrópoles
Jair Bolsonaro deu uma prova do descontentamento com Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Infraestrutura lançado ao governo de São Paulo pelo Republicanos. Na última viagem que fez ao estado, dia 14, não ligou para Tarcísio. É sintomático.
Normalmente, Bolsonaro costuma fazer contato com aliados estratégicos (sobretudo candidatos ao governo e ao Senado) quando visita os respectivos redutos eleitorais, seja com objetivo de conciliarem agendas, trocar ideias ou simplesmente como gesto de cortesia.
DISTANCIAMENTO – A mágoa ocorre porque o presidente já foi alertado de que o ex-ministro tem evitado falar sobre ele na pré-campanha, com receio de que a vinculação a Bolsonaro o atrapalhe eleitoralmente, tanto na articulação política em busca de alianças quanto na captação de votos.
No próprio partido ao qual Tarcísio se filiou, o Republicanos, Bolsonaro está longe de ser uma unanimidade. Por pouco, muito pouco, o presidente nacional da sigla, Marcos Pereira, não rompeu com Bolsonaro no início do ano.
Além, Tarcísio de Freitas está reforçando a equipe feminina de campanha e quer apoiar várias candidatas à Câmara e à Assembleia, para reduzir a rejeição que o eleitorado feminino tem em relação aos bolsonaristas.